Fichamento como se faz uma tese Umberto Eco
Por: Milca Paiva • 22/11/2018 • Resenha • 1.938 Palavras (8 Páginas) • 723 Visualizações
CAPITULO 5
O capítulo 5 trata efetivamente da redação da tese e o Umberto eco ele inaugura esse capitulo perguntando
Para quem nós escrevemos a tese? A quem nos dirigimos? É ao nosso orientador? É a banca? A outros estudantes ou estudiosos que poderão consulta-la depois? A nós mesmos?
E ele vai esclarecer que não, a nenhuma dessas pessoas. A tese, segundo o autor, é dirigida a humanidade.
Por isso uma tese deve ter uma linguagem que possa alcançar tanto as pessoas no âmbito acadêmico, quanto à comunidade externa a esse meio. É a resposta a essa pergunta e que irá direcionar a forma expositiva a se dar ao trabalho e também ao nível de clareza interna que se pretende obter.
É claro, ele fala, que pelo rigor científico se deve ter uma linguagem adequada para a academia, mas que essa linguagem não seja inalcançável para as pessoas externas à comunidade científica.
COMO SE FALA
Uma vez decidido a quem se escreve, cabe resolver como se escreve. Problema difícil, segundo ele, que recomenda escrever a tese várias vezes ou escrever outras coisas antes de ataca-la, pois, nas palavras do autor, escrever é também questão de treino.
Por isso ele dá (o que ele define de) alguns conselhos muito gerais para se escrever o trabalho.
Primeiro: ele fala que, nada de períodos longos. Se ocorrerem registre-os, mas depois desmembre-os. E ele diz para não temer repetir o sujeito 2 vezes (mesmo que isso seja desaconselhado pelos manuais de “bem escrever”), mas evitar o excesso de pronome e subordinadas.
Segundo: ele diz, abra parágrafos com frequência. Quando for necessário, para arejar o texto, mas quanto mais vezes melhor.
Depois, ele diz para escrever o que lhe vier na cabeça, mas apenas em seu rascunho. Posteriormente percebera que se afastou do núcleo do tema. Então elimine as divagações colocando-as em nota ou apêndice. Ele diz que a finalidade da tese e demostrar uma hipótese que se elaborou inicialmente e não provar que se sabe tudo.
Ele diz também, use o orientador como cobaia. Faça o ler os primeiros capítulos (e depois, aos poucos o resto) com boa antecedência antes da entrega da tese. As reações dele poderão ser de grande utilidade. Se o orientador for uma pessoa muito ocupada (ou preguiçosa) recorra a um amigo. Verifique se qualquer pessoa entende o que você escreveu. Não se faça de gênio solidário.
Terceiro: ele diz, defina sempre um termo ao introduzi-lo pela primeira vez, não sabendo defini-lo evite-o. se for um dos termos principais de sua tese e não conseguir defini-lo, abandone tudo. Enganou-se de tese (ou de profissão).
Não explicar os termos, segundo Umberto gera uma suspeita de que seus autores são muito inseguros, diferente daqueles que a cada passagem dão explicações. Ele dá exemplo dos grandes cientistas e grandes críticos, que são sempre claros e não se envergonham de explicar bem as coisas.
Então a cada termo novo, ele diz que é de suma importância que o pesquisador tenha essa consciência de conceituar o novo termo que irá utilizar. Todavia, essa conceituação não será necessária quando o termo for parte do tema da pesquisa ou já conhecida do meio acadêmico, ou seja, um termo obvio. Mas no restante ele diz, que é de suma importância fornecer ao leitor todas as importâncias de que ele precisa.
SOBRE AS FIGURAS DE RETORICA
Ele diz, ou se usam ou não se usam. Se se usam é porque se presume esteja o leitor a altura de compreende-las e porque se supõe que com elas o assunto pareça mais incisivo e convincente. Daí não ser preciso envergonhar-se ou explicar tais figuras. Se se considera que o leitor é um idiota, não se recorre as figuras de retorica, pois utiliza-las, explicando-as, equivale a fazer o leitor de idiota. E este se vingara chamando de idiota ao autor.
EU OU NÓS?
Deve-se em a tese introduzir as opiniões próprias na primeira pessoa? Deve-se dizer “penso que...”? Ele Umberto não concorda. Para ele, dizer nós, pode presumir que o que afirmamos possa ser compartilhado pelos leitores. Escrever é um ato social; escrevo para que o leitor aceite aquilo que lhe proponho. Deve se evitar o pronome pessoal recorrendo a expressões mais impessoais como, “cabe, pois, concluir que”, “parece acertado que’, “dever se ia dizer que”, “e licito supor que “, conclui-se daí que”, etc. prefira usar expressões que não implicam nenhuma personalização do discurso cientifico.
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