Fichamento do Livro Metodologia para quem quer Aprender - Pedro Demo
Por: Edilenejurista • 23/5/2017 • Trabalho acadêmico • 1.832 Palavras (8 Páginas) • 1.175 Visualizações
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FACULDADE CARAJÁS
BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA E DO TRABALHO ACADÊMICO
DOCENTE: FRANCILETE ALMEIDA
DISCENTES:
DÉBORA DOS SANTOS
EDILENE PEREIRA
YANKA CRISTINA SILVA
FICHAMENTO
MARABÁ – PA
2017.
DEMO, PEDRO. Metodologia para quem quer Aprender. Editora Atlas. 2008, páginas 13/49.[1]
[...] “Estudioso é quem tem motivação própria para estudar. ” [...] “É inevitável estudar também o que não nos dá prazer, se isto for importante. O que é importante nem sempre é prazeroso”. [...] “Estudo é também trabalho, dedicação, esforço, renúncia. Tudo o que se faz com prazer é mais fácil”. [...] (p.13)
“Meu objetivo, neste capítulo, é questionar a maneira como, em geral, se estuda entre nós, sem pesquisa, sem elaboração, sem leitura sistemática, sem desconstrução e reconstrução. [...] “Entendo por estudar a dedicação sistemática e motivada à desconstrução e reconstrução do conhecimento, na condição de sujeito capaz de interpretar com autonomia”. [...]
[...] “Em sociedades que prezam mais o conhecimento como
fundamento imprescindível da autonomia do indivíduo e da sociedade, bem como da economia, estudar não se vincula a procedimentos instrucionistas, mas tendencialmente à dedicação desconstrutiva/reconstrutiva sistemática”. [...] (p.14)
1 NÃO SE APRENDE SEM ESTUDAR
[...] “Confundiu-se, apressadamente, aula com aprendizagem, reproduzindo um dos estereótipos mais triviais da organização escolar e universitária, não só no professor, mas igualmente nos pais: estes medem a aprendizagem de seus filhos pelas aulas e se irritam quando, por alguma razão, não há aula”. [...] (p.15)
[...] “É de se perguntar: como pode um aluno chegar à 4ª série e não saber quase nada? Aulas não faltam, são agora 200 dias letivos. Falta, de maneira mais perplexa, aprendizagem. A aprendizagem pode ser obstaculizada por inúmeros fatores, também de fora da escola, em especial a condição de pobreza extrema de muitos alunos, desinteresse da família, políticas educacionais”. [...]
[...] “Aprender não advém necessariamente de ensinar, porque é dinâmica de dentro para fora, tendo o aprendiz na condição de sujeito, não de ouvinte. [...] (p.18)
2 APRENDER É ESTUDAR
[...] “o ser vivo é máquina autopoiética, que funciona de dentro para fora, como sempre pensaram os educadores maiêuticos, na pista de Sócrates. Não temos da realidade externa um xérox na cabeça, uma reprodução fotográfica, mas uma reconstrução, interpretação, na posição de observador participativo”. [...] (p.19)
[...] “Contando uma história, passamos a fazer parte dela; ela recebe nossa marca subjetiva, cultural, pessoal. Somos figuras auto-referentes: percebemos do ponto de vista cio observador participativo. Por isso, o povo diz: quem conta um conto acrescenta um ponto. Por mais que queiramos doutrinar alguém, para torná-lo nosso assecla, cada qual só pode pensar com sua própria cabeça, a menos que ocorra enfermidade mental”. [...] (p.20)
[...] “A autonomia não pode ser absoluta, porque colidiria com a autonomia dos outros. Faz parte dos processos educativos, tipicamente formativos, arquitetar modos conviventes de autonomia, em especial aqueles que sabem convencer sem vencer”. [...]
[...] “podemos apresentar alguns pontos ilustrativos da aprendizagem adequada”:
- aprendizagem supõe inevitavelmente através dela deixamos de reproduzir para reconstruir; [...]
- aprendizagem exige pesquisa, como atividade autopoiética de reconstrução própria do conhecimento disponível ou novo; [...]
- aprendizagem pede elaboração constante de textos, através dos quais exercitamos a autoria e a correspondente autonomia; [...]
- aprendizagem reclama leitura sistemática, tanto para acompanhar a evolução da discussão, quanto para ter ideias pertinentes a serem reconstruí-
das; [...] (p.21) - aprendizagem se expressa na arte de argumentar e contra-argumentar, com base na autoridade do argumento; [...] (p.21)
- aprendizagem aparece na habilidade de fundamentar o que se diz, mantendo a percepção de que nada se diz em última instância peremptória; [...]
- aprendizagem requer dedicação sistemática transformada em hábito perrnanepte; aprendizagem adequada compatibiliza-se bem com formação permanente, indicando que é o caso de estudar sempre; [...] (p.22)
- aprendizagem do professor tem que ser profissional, porque ele é profissional da aprendizagem; [...] (p.23)
[...] As grandes universidades não são conhecidas pelas aulas, mas pelas mentes brilhantes que aí se formam. Pesquisar e elaborar são habilidades imprescindíveis. [...]
[...] Há o estudo individual [...]Mas há também o estudo em grupo, facilmente banalizado entre nós, mas de grande valor pedagógico [...] (p.23)
[...] De todos os modos, não se pode estudar sem texto próprio e coletivo pela razão crucial de que não faz sentido socializar a ignorância.
Pela mesma razão é importante aprender a 'ler'', na acepção de Paulo Freire ("ler" a realidade). Trata-se de "contraler", no sentido de ler na pretensão de autor, não de
receptor. Significa que não vale passar por cima, do lado do autor, mas por dentro dele, desconstruindo e reconstruindo. [...] (p.24)
3. DESACERTOS
[...] “Nossas escolas e universidades praticam ainda este método, à revelia de todas as teorias e práticas mais atualizadas de aprendizagem. Por isso, acredita-se tão piamente que, aumentando as aulas, aumentasse a aprendizagem, coisa que os dados não suportam” [...] “Aula instrucionista, apenas para expor ideias alheias, é mais bem feita pela mídia, em cores, com efeitos especiais e gente bonita. Hoje, o que está nos livros e na mídia não precisa ser repetido em sala de aula, porque, sabendo o aluno ler, a informação está disponível” [...] (p.26)
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