Filosofia pré-socrática, Socrática, Platônica e Aristotélica
Por: Lisboasc • 26/9/2016 • Seminário • 1.823 Palavras (8 Páginas) • 1.062 Visualizações
- Qual o sentido e a importância da contribuição dos filósofos pré-socráticos para a formação e o desenvolvimento da tradição filosófica?
A partir do momento em que esses filósofos passam a usar da especulação racional na tentativa de compreender a realidade que se manifesta aos homens, descobrem o contraste entre physis e nomos. E ao começarem a refletir sobre a natureza deste chegam a conclusão de que não se tratava de algo natural, mas sim produto da convenção humana. E como a filosofia é a técnica de se espantar, de não aceitar as explicações como prontas. Portanto, o sentido e a importância da contribuição dos filósofos pré-socráticos para a formação e o desenvolvimento da tradição filosófica foi o fato de não aceitarem mais as leis e os costumes sociais como tão inexoráveis quanto as leis naturais.
- Que é arché? Qual a arché para Tales, Anaximandro e Anaxímenes?
Arché nada mais é do que o princípio, fundamento, aquilo de que todas as outras coisas são derivadas, ele próprio não sendo derivado e nem deduzido de nada. Tales, Anaximandro e Anaxímenes ao verificarem a permanente transformação das coisas uma nas outras concluíram ser o arché, respectivamente, a água, o apeiron (infinito, indeterminado) e o ar.
- Quais os principais argumentos de Parmênides e dos monistas contra Heráclito e os mobilistas?
Ao contrário de Heráclito e os mobilistas, que afirma ser o mundo um fluxo incessante, onde só permanece estável e inalterado as leis que regem a inevitável transformação de todas as coisas, Parmênides e os monistas defendem a tese da unidade e imobilidade do ser. Estes utilizam de diversos argumentos contra aqueles, como: Se a pluralidade existe, as coisas serão ao mesmo tempo limitadas e infinitas em número, serão infinitas em tamanho e não terão tamanho algum, ...
- Qual a contribuição dada pelos sofistas ao desenvolvimento do pensamento e da cultura gregos?
Assim que o fundamento absoluto, divino do nomos é posto de lado e passa a ser baseado no próprio arbítrio dos homens. Os quais os sofistas propunham educar, para que assumam plenamente sua condição de cidadão. E para assumir essa função da melhor forma é preciso bem conduzir-se e além disso ser capaz de bem administrar a cidade. Utilizando da técnica, ensinada pelos sofistas, de compor discursos, de bem usar a palavra, de bem falar sobre todas as coisas. É notório a contribuição dada pelos sofistas do pensamento e da cultura gregos, principalmente, em Atenas, onde florescia o regime democrático, no qual quem tivesse o domínio da palavra teria o domínio da assembleia e, dessa forma, o poder político. Além disso, ao basearem o nomos no próprio arbítrio dos homens, as respostas dadas pelos mitos a certas questões deixaram de satisfazer certas mentes da sociedade grega.
- Como podemos situar Sócrates nesse mesmo contexto do séc. V a.C., em oposição aos sofistas?
Sócrates, na concepção de Platão, seria uma espécie de sofista nobre. Ao contrário dos demais que não passariam de grandes charlatões na concepção do mesmo. Porém a oposição entre eles não fica só ai, estes seriam um professores ambulantes, posto que Sócrates estaria ligado ao destino de sua cidade; e ao mesmo tempo em que os sofistas cobram pra ensinar Sócrates acreditar na ideia do filosofar não como profissão; e ao contrário dos sofistas, que dizem saber tudo, Sócrates diz que nada sabe, colocando no nível de seu interlocutor; e por enquanto que os sofistas fazem retórica, Sócrates faz dialética; além disso o objetivo de refutar não é o mesmo, por enquanto que para os sofistas nada mais é que ganhar a disputa verbal, para Sócrates a purificação da alma de sua ignorância.
- Qual o sentido do método de análise conceitual socrático e o que significa a maiêutica?
O sentido do método de pesquisa desenvolvido por Sócrates, que procedia por questões e respostas, chamado dialética, ara a de refutar as teses apresentadas pelo interlocutor com o intuito de purifica-lo das opiniões falsas que este tinha a respeito daquilo que era objeto de pesquisa. Forçando, assim, um novo ponto de partida que permitisse, eventualmente, chegar ao conhecimento de verdade, Sendo a maiêutica, na filosofia socrática, a arte de extrair do interlocutor, por meio de perguntas as verdades do objeto em questão.
- Qual a concepção de verdades que encontramos em Sócrates?
Sócrates utiliza do diálogo para levar as pessoas ao autoconhecimento. E para isso derruba opiniões inconsistentes, desmascara falsos sábios e faz exortações sem se preocupar propriamente em resolver até o final as questões abstratas.
- Quais as etapas do conhecimento segundo Platão?
Platão propõe a existência de “essências”, que seriam o modelo eterno das coisas sensíveis. As quais seriam conhecidas, o reconhecidas, por meio de etapas, uma espécie de escalada. Que parte do objeto mais obscuro e instável até a máxima clareza e a máxima segurança. Desse modo, cada tipo de objeto corresponde a uma forma ou etapa no processo de conhecimento, remetendo à que lhe é imediatamente superior, e que nela se sustenta e se aclara, Portanto, a verdade não é dada de início, mas sim depois de vencida todas as etapas intermediárias. Entretanto, se ate o final o conhecimento permanecer como um jogo de hipóteses, ele permanecerá no âmbito do provável, não chegando a certeza. Assim, a escalada do conhecimento somente resultará na garantia da verdade se, depois de percorrer todas as hipóteses, levar ao absoluto. E isso se dá graças ao método das geômetras, o qual utiliza de causas intemporais para explicar a situação atual do universo e dos seres, explicando por que cada coisa é o que é. Adotando, assim, um método explicativo típico da matemática. Sendo também o trabalho de conhecer uma obra de amor, uma vez que este também estabelece ligações entre o sensível e o inteligível, exercendo a função de intermediário.
- Qual a representação da ideia de Bem na filosofia de Platão?
O termo Bem, utilizado na República por Platão, seriam fontes de toda luz, fazendo com que os objetos possam ser conhecidos e que nós possamos conhecê-los. Sendo conquistado através de uma articulação entre essências, através do uso do conhecimento dialético. O qual parte do princípio do diálogo não permanecer no nível psicológico do embate de consciências, mas torna-se um embate entre teses. Subindo progressivamente do plano relativo e instável das opiniões até a construção de formas mais seguras de conhecimento, rumo a conquista da verdade. Para Platão, só assim seria possível ir além de Sócrates, despertando consciências, mas também resolvendo questões teóricas. Além de poder superar o relativismo dos sofistas.
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