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INTRODUÇÃO - A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DA ESCOLA DE CHICAGO NA REALIDADE UBERLANDENSE

Por:   •  25/5/2017  •  Relatório de pesquisa  •  10.670 Palavras (43 Páginas)  •  342 Visualizações

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SUMÁRIO

  1. Introdução - A aplicação da metodologia da Escola de Chicago na realidade Uberlandense
  2. Escola de Chicago

2.1. Teoria das Zonas Concêntricas

  1. Cidade de Uberlândia
  1. . Divisões da Cidade
  1. A Estatística Criminal
  1. . A problemática da confiabilidade dos dados
  2. . A cifra negra

4.2.1. Cifra negra nos crimes sexuais

4.2.2. Cifra negra nos crimes contra o patrimônio

4.2.3. Cifra negra nos crimes contra a vida

4.2.3. Cifra negra no tráfico ilícito de entorpecentes

  1. Reflexões a respeito da Segurança Pública
  2. Dos dados da Polícia Militar Uberlandense
  1. . Zoneamento
  2. . Dos crimes contra o patrimônio
  3. . Dos crimes contra a Vida
  4. . Dos crimes contra a dignidade sexual
  5. . Do tráfico ilícito de entorpecentes
  1. A estigmatização da pobreza vinculada a criminalidade
  2. O desenvolvimento de políticas públicas eficientes, baseadas nas Estatísticas Criminais
  3. Conclusão
  4. Referências Bibliográficas

1. INTRODUÇÃO - A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DA ESCOLA DE CHICAGO NA REALIDADE UBERLANDENSE

A escola de Chicago, de forma breve, diz respeito a uma teoria do consenso americana, que surgiu nas décadas de 20 e 30, e encarou o crime como um fenômeno ligado a uma área natural, explorando a relação entre o espaço urbano e a criminalidade, criando áreas definidas onde se concentrava a criminalidade, mais tarde chamadas de zonas.

        Tomando por base tal teoria ecológica, tendo em vista a importância da análise criminal para a segurança pública, e a realidade da cidade de Uberlândia-MG, deliberamos por introduzir a Teoria das zonas concêntricas de Ernest Burgess na cidade de Uberlândia.

        No presente trabalho optamos por relacionar a teoria trazida pela Escola de Chicago com a análise criminal e a segurança pública, elucidando a respeito da análise criminal realizada pelas instituições uberlandenses e o uso dos dados criminais no dia-a-dia das instituições responsáveis pela segurança.

Desta forma ao decorrer deste, abordaremos assuntos como o que foi a Escola de Chicago de forma integral, a importância da análise criminal, a cifra negra, a relação destas com a atuação da polícia, a estigmatização social, e também o desenvolvimento de políticas públicas baseado nos dados e análises criminais.

O objetivo fundamental do projeto é, portanto, aplicar tal metodologia, mapeando os crimes e avaliando sua ocorrência de acordo com os bairros da cidade. Dedicamo-nos principalmente aos crimes contra o patrimônio, de tráfico ilícito de entorpecentes, contra a vida e contra a dignidade sexual, observando os aspectos socioeconômicos predominantes em cada local.

Cientes de que cada processo de mapeamento de zonas de criminalidade em determinado espaço diferenciam-se entre si, sendo necessária uma análise própria e específica, nos valemos de dados oficiais disponibilizados pela Polícia Militar de Uberlândia na realização deste estudo.

2.  A ESCOLA DE CHICAGO

Inicialmente, a escola de Chicago está dentre as teorias do consenso, conforme assevera o professor Lélio Braga Calhau, que acredita que a finalidade da sociedade é atingida quando há um perfeito funcionamento de suas instituições de forma que os indivíduos compartilhem os objetivos comuns a todos os cidadãos, aceitando as regras vigentes e compartilhando as regras sociais dominantes.

Essa teoria surgiu em meados da década de 20 na Universidade de Chicago, e analisava a relação entre o espaço urbano e a criminalidade, frente à ocorrência das grandes migrações, da expansão urbana e do crescimento demográfico. A cidade enfrentava problemas sociais conhecidos como “patologias sociais”, como o aumento da criminalidade, o aparecimento de gangues, o surgimento dos guetos, etc.

         Focada nestes fenômenos urbanos e utilizando a cidade como laboratório, através de um método empirista, tal escola entendia o fenômeno criminal inerente à determinada área natural. Destacaram-se inicialmente os sociólogos Albion W. Small; Robert Ezra Park; Ernest Watson Burgess; Roderick Duncan McKenzie e William Thomas.

        A Escola de Chicago teve dois grandes desdobramentos: a Teoria Ecológica e a Teoria das Zonas Concêntricas.

        A Teoria Ecológica, idealizada por Robert E. Park, se destaca ao entender que a desorganização social dos espaços urbanos produz e/ou influencia nas taxas de delinquência e, desta forma, a cidade produz delinquência. Nos atentaremos mais neste trabalho ao segundo momento da Escola de Chicago, a chamada Teoria das Zonas Concêntricas.

2.1. TEORIA DAS ZONAS CONCÊNTRICAS

A teoria das zonas concêntricas foi proposta por Ernest Burguess, divulgada no artigo The Growth of the City em 1925. Essa teoria baseia-se na ideia de que as cidades não crescem em seus limites, mas tendem a se expandir a partir do seu centro (movimento concêntrico). Desta forma foi feita a divisão da cidade de Chicago em 5 (cinco) zonas concêntricas.

A primeira zona, centro, seria o que Burguess chamou de loop. Era o espaço essencialmente comercial, nele se localizavam o comércio, os bancos, serviços, fábricas, estações, etc. Nele eram vistos problemas como poluição sonora, visual e do ar, trânsito, deficiência no serviço de saneamento, cortiços, etc.

A zona imediata ao loop era a Zona II, que mais chamou atenção dos especialistas por ser a área que apresentava os maiores índices de criminalidade. Essa representava a área de transição do espaço comercial para o residencial. Era ocupado pelas pessoas mais pobres, que comumente trabalhavam no loop e não possuíam meios de arcar com a condução. Era também a zona que recebeu o maior número de imigrantes que buscavam emprego na zona comercial, e chamado por muitos de cinturão da pobreza, geradora das gangues e da delinquência juvenil. Conforme assevera Figueiredo Dias e Costa Andrade:

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