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Escola De Chicago

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Por:   •  22/11/2013  •  2.579 Palavras (11 Páginas)  •  741 Visualizações

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Introdução

A presente pesquisa pretende abordar algumas conclusões construídas pelos pensadores da Escola de Chicago e suas consequências no aumento da criminalidade e na constante sensação de insegurança, que leva à busca de comunidades, ainda que meros simulacros delas. A Escola de Chicago parte da noção de que a cidade é seu laboratório, de modo que relaciona o aumento da criminalidade em virtude principalmente da industrialização, imigração e migração, observadas especificamente na cidade de Chicago.

Trata-se de afirmações da chamada Ecologia Criminal, que relaciona o crime aos ambientes e suas formas de ocupação e organização.

Quanto às questões; geográficas, demográfica, técnicas e sociais

Quanto às questões geográficas, temos a posição especial de Chicago, porta de entrada e maior entreposto para o mercado agrícola do meio Oeste, na medida que se trata de um entroncamento da principal rede ferroviária e fluvial. A localização geográfica tornou Chicago o cenário de importantes trocas comerciais.

Com relações às questões demográficas, temos a valorização dos terrenos devido à rápida evolução da atividade terciária (comércio e prestação de serviços), o que provoca a concentração e a elevação em altura Houve um grande crescimento demográfico.

Quanto às questões técnicas, temos a evolução da estrutura em grade de ferro metálica equilibrada com precisão, o uso do elevador e um aprimoramento geral das técnicas construtivas.

Imigração, crescimento demográfico, delinquência, criminalidade, conflitos étnicos, seus guetos de diferentes nacionalidades geradoras de segregação urbana, sua concentração populacional excessiva e suas condições de vida e de infra estrutura precárias, que favoreciam a formulação da ideia da cidade como problema, que dificulta a articulação de um pensamento com maior grau de abstração acerca da cidade.

A Escola Sociológica de Chicago, ou Escola de Chicago

A chamada Escola de Chicago é apresentada como uma das primeiras correntes de pensamento dentro da Criminologia, que parte de abordagem macrossociológica e não mais biopsicológica do fenômeno da criminalidade.

É interessante conhecer um pouco do contexto da cidade de Chicago e da Universidade que ali era fundada, para se compreender os métodos de que lançaram mão seus pesquisadores e as conclusões a que chegaram.

Segundo Howard Becker uma das formas de se aproximar da sociologia é conhecer um pouco da história de suas instituições e organizações.

De acordo com Becker, “por um bom tempo, estudar sociologia nos Estados Unidos era estudar a cidade de Chicago.”

A Universidade de Chicago foi fundada em 1890, a partir principalmente de investimentos de John Rockefeller, conforme relatam autores como Wagner Cinelli de Paula Freitas, Sérgio Salomão Shecaira e principalmente Howard Becker, que decidiu incentivar a criação de uma universidade na cidade de Chicago. Foi a primeira universidade norte-americana a ter um departamento de sociologia e foi chamada de Escola de Chicago por Luther Bernard, em 1930.

Na época da fundação da universidade, Chicago era a terceira maior cidade dos Estados Unidos e experimentava a continuidade de tal crescimento, com a expansão da indústria, redução da taxa de mortalidade, mudanças nas relações de produção e significativa chegada de imigrantes europeus e de outras regiões norte-americanas, o que ocasionava um grande déficit na oferta de vagas de empresa e também na área habitacional.

O mencionado contexto acabava por proporcionar ambiente propício para o aumento dos conflitos sociais, consequentemente, do crime e sua repressão.

Sérgio Salomão Shecaira (Professor Titular da Universidade de São Paulo) fala: “A expansão da classe média e trabalhadora, com a vinda de grandes levas de imigrantes e migrantes para as cidades que se transformam em centros industriais dinâmicos, cria um diversificado ambiente intelectual, dentro do qual evoluíram as ciências sociais.”

Diante dos problemas observados na cidade, que era o laboratório dos pesquisadores da Universidade de Chicago, seus autores estavam interessados em trabalhos pragmáticos, que pudessem contribuir de alguma forma para a superação dos problemas enfrentados pela população, a partir de suas próprias ações e aptidões, reforçando os mecanismos tradicionais de controle. Foram autores de tradição de pragmatismo, observação direta das experiências e análise de processos sociais urbanos.

De acordo com Howard Becker, é comum designar como uma escola, um grupo de autores que pensam de forma razoavelmente semelhante, o que é verificado por outros pensadores, anos após a produção dos primeiros.

Porém, no que se refere à Escola de Chicago, Becker considera tratar-se não apenas uma escola de pensamento, mas principalmente uma escola de atividade, que “consiste em um grupo de pessoas que trabalham em conjunto, não sendo necessário que os membros da escola de atividade compartilhem a mesma teoria; eles apenas têm de estar dispostos a trabalhar juntos”.

Howard Becker, na palestra aqui utilizada como referência, faz então uma espécie de genealogia das conclusões da Escola de Chicago, apresentando seus principais autores, ideias e influencias, o que a finalidade do presente trabalho não permite aprofundar.

Importa ressaltar apenas que autores, tais como Robert E. Park, Herbert Mead, Everett Hughes, entre outros, deram grande relevo à análise da cidade, tida como seu verdadeiro laboratório, aonde seria possível observar as interações repetitivas entre as pessoas.

A Ecologia Criminal, expressão também utilizada para se referir ao pensamento da Escola de Chicago, “é o próprio princípio ecológico que, aplicado aos problemas humanos e sociais, postula a sua equacionação na perspectiva do equilíbrio duma comunidade humana com o seu ambiente concreto”.

A primeira geração de sociólogos da Escola de Chicago foi composta por Albion W. Small; Robert Ezra Park (1864 – 1944); Ernest Watson Burgess; (1886 – 1966); Roderick Duncan McKenzie (1863 -1947) e Willian Thomas (1863 – 1947). Foram eles que elaboraram o primeiro programa de estudos de sociologia urbana.

Nas décadas seguintes, outros colaboradores se destacaram foram: Frederic Thrasher (1892 – 1970), Louis Wirth (1897 – 1952) e Everelt Hughes (1897 – 1983).

A Escola de Chicago e teve um papel relevante na história da criminologia, ao trazer a questão da desorganização

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