Influencia da midia no tribunal do juri

Influência da mídia nas decisões do Tribunal do Juri

INTRODUÇÃO

De acordo com o art. 5°, IX, da CRFB/88, é livre a atividade de comunicação independente de censura ou licença, e nos dias de hoje a imprensa tem se tornado cada vez mais livre na transmissão de informações e é essa liberdade que tem afetado de diferentes formas não só convicção daqueles que a acompanha mas também afetado o campo jurídico.

Esse trabalho tem como intuito mostrar como a mídia afeta diretamente todos os andamentos no tribunal do júri, em especial os jurados que assumem o papel e a responsabilidade de juízes e tem como função tomar decisões que podem mudar a vida de uma pessoa. Outro ponto que  será abordado também é a influencia da mídia não só na área do direito mas também na população de modo geral e como essas influencias tanto no direito como social e de que forma elas se interligam e se também se influenciam.

Há séculos que já ocorrem interesse da população nas execuções penais que antigamente eram realizadas de forma publica. As penas corporais, dolorosas e cruéis, eram antecedidas por um ritual, uma manifestação de execução de castigo publico praticado pelos soberanos mais poderosos.

Toda cena de tortura do condenado, gritos e pedidos de clamor eram visto pelas população como algo teatral, as formas de castigo que cada vez mais instigavam a curiosidade daqueles que ali se aproximavam para ver o que se considerava como um espetáculo a punição de criminosos.

Durante o processo de execução da pena, o acusado fazia uma manifestação oral  reconhecendo sua pratica delituosa, e tal manifestação era chamda de discurso de cadafalso e passaram a fazer parte da literatura popular.

Nessa época, tudo era relatado e impresso, desde a pratica do crime, a execução da pena, as torturas publicas e os discursos e passaram a ser lidas e acompanhadas pela população de forma mais intensa.

Também ocorria nesta época que alguns dos condenados, diferentes de outros e clamavam por suas vidas, resistiam a todas as formas de torturas em praça publica, mostrando-se fortes e não se mostrando submisso aos poderosos. Estes eram considerados como heróis pela população.

A partir dai as história de crimes passaram a ser publicados em jornais da época o que abrangeu ainda mais a população, ou seja, mais pessoas começaram a tomar conhecimentos das manifestações publicas de poder, tortura, julgamento e execução, o que gerou vários opositores a esse tipo de pratica e n fim do século XVIII a justiça se tornou mais humana e não vingativa, que as execuções publicas eram substituídas pelas penas restritivas de liberdade.

O trajeto dos condenados até a prisão eram vistos como um espetáculo da mesma forma que eram as praticas de tortura e execução em praça púbica. No trajeto dos condenados ate os presidio as pessoas se reunião para assistir e ver os presos sendo levados, todos acorrentados uns aos outros e ainda tentam reconhece-los pois já sabiam seus nomes, descrições físicas e as histórias de praticas criminosas e isso despertava uma curiosidade na população pois eles queriam saber quem eram as pessoas por trás dos crimes que se lia nos jornais.

Os jornais na época já faziam descrições dos presos, características físicas, morais e de personalidade o que gera um grande fascínio e curiosidade das pessoas, o que fazia com que  e

É inerente a natureza ser humano a busca pela justiça, mesmo que muitos desses agem contra a mesma, desde antigamente até mesmo nos dias de hoje. Nesse ponto percebemos que as manifestações de justiça se tornam ainda mais acaloradas quando um ato delituoso e noticiado e transmitido nos diferentes veículos de comunicação e  antigamente isso já se tornava um preocupação, no século XVI, os processos eram secretos e as condenações publicas, ou seja, todo o tramite processual era realizada na ausência da população e inclusive na ausência do próprio acusado e somente sua condenação era publica, tudo isso por medo de uma possível manifestação, revolta e ate um possível ato de violência contra as parte e juízes.

Pode-se considerar que esse é um fator que afeta muitos julgamentos nos dias de hoje, principalmente quando se trata de crimes de maior repercussão como nos casos de homicídios, que diferentes e outros crimes, este tem como principal julgamento o tribunal do júri, onde trata-se apenas de crimes relacionados à homicídios e os julgadores são pessoas comuns do povo. E este é o foco do nosso trabalho. Sendo executado

Já vimos que desde vários séculos passados o ser humano já demonstrava interesse e fascínio pelos julgamentos públicos e paralelamente a isso quando essas audiências se tornaram mais evidente por causa da mídia, também surgiram as revoltas populares e os opositores a forma como tal ato estava sendo executado.

O que vemos nos tempos de hoje são crimes sendo cometidos diariamente e noticias dos mesmo e vários tipos de veículos de comunicação, o que de uma certa forma já se tornou parte da nossa rotina e principalmente da rotina dos jurados que são escolhidos ao acaso em meio a população. Porem existem aqueles crimes que tomam uma repercussão de tal forma que atingem de forma muito direta todos aqueles que estão acompanhando o fato e ate os que não estão. São casos repercutidos de forma constante pela mídia por se tratarem de crimes envolvendo pessoas famosas, de destaque em meio a sociedade, personalidades púbicas e etc.

Por se tratar de pessoas conhecidas, que naturalmente já se tem um fascínio por tudo que a envolve, o clamor quando se tem um crime envolvido é maior ainda e juntando isso ao natural instinto de justiça do ser humano, teremos um manifesto muito grande para que aquela execução aconteça.

Podemos usar como exemplo, o caso do goleito Bruno Fernandes, ex jogador do Flamengo, quem em 2009 foi acusado de ser mandante do crime que supostamente teria vitimado sua ex amante Eliza Samudio, o fato conta que a amante foi morta e teve seu corpo ocultado, o homicídio foi a mando de Bruno e foi praticado por conhecidos do mesmo. Neste caso podemos perceber claramente na época dos fatos que, mesmo existindo vários envolvidos no caso, o único que recebeu destaque foi apenas a personalidade famosa que nem foi o executor de fato mas apenas o que supostamente teria ordenado que o fato se consumasse. Mas porque isso?? Simples, a mídia mostra apenas o que é de interesse social, e como não e de vontade dela perder audiência daquele publico o veiculo de comunicação transmite um fato, personifica os envolvidos de tal maneira que uma interrogação sempre estará presente o que gera nos comunicados uma duvida ou incerteza do que de fato aconteceu, porem ao mesmo tempo gera também uma vontade de condenação e o desejo de que o acusado passe pelo cerimonial de suplicio, ou seja, de julgamento em praça púbica como eram vistos desde o século XV.