Negociação e Adm de Conflitos
Por: Camila Costa • 25/12/2021 • Trabalho acadêmico • 1.369 Palavras (6 Páginas) • 302 Visualizações
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Matriz de análise
Tarefa: Análise de dinâmicas de negociação
Introdução
Para a presente atividade, foi selecionada uma cena da série La Casa de Papel, Temporada 1, Episódio 2.
A cena compreende o primeiro contato e primeira tentativa de negociação entre a inspetora Raquel Murilo e o "Professor", principal responsável por um assalto em andamento, realizado por uma equipe sob seu comando e que envolve uma série de reféns. Nesse momento da trama, a inspetora ainda não possui muitas informações sobre o assalto nem sobre o Professor e seus objetivos quanto ao assalto. A inspertora realiza uma ligação ao Professor, que distorce sua voz e se mostra extremamente tranquilo durante todo o diálogo. Em um primeiro momento, após breves cumprimentos e apresentações iniciais, o Professor imediata demonstra preocupação com a equipe da inspetora, questionando se alguém se feriu no contato inicial entre os grupos. Em seguida, o Professor deixa expressamente claro que quer negociar com alguém que tenha poder para isso, alguém que não necessite levar o assunto a um superir ou a outros órgãos para deliberação. A conversa é conduzida com um tom de voz tranquilo, pacificador e, ao mesmo tempo, com alguns toques de sarcasmo. A inspetora deixa o espaço aberto para que o Professor lhe faça perguntas, possivelmente de forma a tentar obter informações através de seus questionamentos, entretando, o Professor surpreende a todos ao utilizar o momento para fazer perguntas que parecem fora do contexto, como, por exemplo "que roupa a inspetora está vestindo?”, argumentando que a roupa diz muito sobre a personalidade de quem se está conversando. A inspetora tenta conduzir a conversa para algo menos pessoal, apesar de deixar claro que responderia a pergunta sem nenhum problema, porém deixa claro que outras pessoas estão ouvindo a conversa. Neste momento, todos os envolvidos na escuta se apresentam ao Professor. Ao questionar o que o Professor realmente deseja, ele pede tempo. A inspetora manifesta que isso é possível, porém, impõe uma condição para cumprir com este combinado: a liberação dos reféns menores de idade que estão sob poder da equipe do Professor durante o assalto. O Professor não esboça reação sobre concordância ou não com a proposta e, novamente, conduz a conversa à pergunta sobre a roupa da inspetora, claramente em uma tentiva de desviar o assunto enquanto avalia a proposta. A inspetora responde a pergunta detalhando vagamente o modo como está vestida, momento em que o Professor rebate nesse sentido, sugerindo calmamente que em uma próxima conversa ela seja mais específica, e finaliza o assunto, deixando um tom de pressão e ameaça, informando que vai pensar sobre a proposta da inspetora, e desligando a ligação.
Desenvolvimento – análise do processo de negociação representado no filme eleito
A partir da análise da cena e do processo de negociação representado, é possível constatar que os negociadores (inspetora e Professor) são adversários. Eles não confiam um no outro e possuem interesses diferentes, mormente porque a inspetora atua no papel de policial que busca solucionar um crime em andamento que é conduzido pelo Professor. Enquanto um buscar um processo de pacificação e cumprimento das leis, o outro inicia um processo de instauração do caos em busca de um objetivo ilícito. Veja-se que pela cena, é possível observar que talvez eles possuam um único interesse em comum, o de não machucar pessoas, porém, considerando o papel da inspetora, de fiscal da lei, e o objetivo do Professor, de criminoso, objetivando realizar um grande assalto com reféns, não é possível verificar outros interesses em comum no processo de negociação.
Quanto às fontes de poder, é possível avaliar logo de imediato o processo de trocas, concessões e barganha. Ao solicitar mais tempo, a inspetora prontamente se demonstra disposta a conceder, desde que o Professor liberte os reféns menores de idade. Claramente a inspetora não gostaria de conceder mais tempo, e preferiria resolver o problema o mais rapidamente possível, porém, sabendo que existem dezenas de pessoas em risco, ela vê neste pedido uma possibilidade de barganha, de forma a, pelo menos, exigir a libertação daqueles que considera mais frágeis. Além disso, o Professor também se coloca em posição de poder ao exigir e deixar claro querer negociar com alguém que efetivamente possua competência e poder decisório para isso. Além disso, a posição em que o Professor se encontra, com diversos reféns sob seu poder, também lhe permite conduzir a negociação em seu tempo e mediante sua ameaça, visto que possui os reféns como uma carta na manga. Qualquer negativa da inspetoria poderia ocasionar em algum ato contra os reféns, por isso ela precisa agir com cautela, se eximindo de ações que possam pressionar ou irritar o professor (coerção e equilíbrio). Outro ponto que acaba se desenvolvendo posteriormente na trama é o poder de sedução do Professor. Sua abordagem e condução das negociações possuem um poder de persuasão que instigam e, com o decorrer do tempo, atraem a inspetora.
No que tange às etapas da negociação, é possível notar que a inspetora é experiente na condução de situações de pressão como essa,
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