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O PAPEL DO ENGENHEIRO QUÍMICO NA SOCIEDADE DE RISCO

Por:   •  12/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.207 Palavras (5 Páginas)  •  717 Visualizações

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O PAPEL DO ENGENHEIRO QUÍMICO NA SOCIEDADE DE RISCO¹

  1. INTRODUÇÃO

A luz de grandes acidentes envolvendo usinas nucleares e contaminações tóxicas em escala, como em Chernobyl, a sociedade moderna se tornou uma sociedade de risco à medida que se ocupa, cada vez mais, em debater, prevenir e administrar os riscos que ela mesma produziu.

Ulrich Beck definiu a Sociedade de risco (1992) como “uma condição estrutural inegável da industrialização avançada”.  Sendo assim, o tema sustentabilidade representa um confronto a este paradigma, por reforçar a necessidade de práticas sociais baseadas no reforço da educação ambiental e na transparência na administração dos problemas ambientais em uma perspectiva integradora. Tratando-se de promover o crescimento da consciência ambiental, fortalecer a responsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental.

Neste contexto, sendo o engenheiro químico o profissional que participa da concepção, controle e operação de plantas industriais e o seu processo produtivo, este é um agente decisivo ao lidar com danos e consequências advindas da sociedade moderna industrial produtora de riscos.

  1. A SOCIEDADE DE RISCO

De acordo com Alexandre (2000), vivemos hoje numa sociedade de risco que pode ser definida pela incontrolabilidade da produção do conhecimento e pela desorientação ou reflexividade que essa falta de controle provoca nas práticas sociais. O termo Sociedade de Risco foi apresentado pela primeira vez pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, o qual discute a palavra "riscos", em suas várias dimensões. Parte-se da ideia de que, em toda a história da humanidade, os mesmos sempre existiram, porém, em grau e extensão diferentes.

A partir do final do século passado, com a modernidade reflexiva, passou-se a conviver com uma sociedade de risco com dimensões diferentes daquela sociedade existente até então. A característica marcante deste novo momento histórico é que "os riscos na sociedade reflexiva extrapolam as realidades individuais e até mesmo as fronteiras territoriais e temporais", tendo como exemplo o acidente radioativo de Chernobyl, a contaminação do mar e dos rios por mercúrio, por óleo e outros riscos globais que afetam a ecologia.

Percebe-se que na sociedade pós-moderna os riscos com maior extensão atingem a população, principalmente por excesso de produção industrial, como, por exemplo, o excesso de poluentes que atingem a camada de ozônio, o meio ambiente como um todo, comprometendo assim, as gerações contemporâneas e futuras. O que manifesta Paulo Silva Fernandes no “reconhecimento de que as sociedades modernas industriais geram riscos que comprometem a continuidade da própria sociedade”.

Ulrich Beck coloca as origens e as consequências da degradação ambiental no centro da sociedade moderna. O sociólogo considera que risco está relacionado principalmente com o processo de modernização, no qual adquirem maior significado as decisões, as incertezas e a probabilidade. Afirma também que a sociedade de risco está relacionada à tematização no presente de perigos futuros, percebidos como resultado da civilização.

  1. A INDÚSTRIA QUÍMICA E A SOCIEDADE DE RISCO

A indústria química transformou profundamente a relação do ser humano com o mundo natural, tratando-se de um dos setores mais dinâmicos e vitais de qualquer economia industrializada, pois gera produtos finais amplamente demandados e uma infinidade de insumos intermediários utilizados por outras indústrias. Porém, os inúmeros acidentes envolvendo indústrias químicas em diversos países colocaram em debate os problemas associados ao consumo de produtos tóxicos, seu gerenciamento e os riscos decorrentes da expansão da atividade (DEMAJOROVIC 2000).

Até a década de 70, grande parte dos acidentes ocorriam nos países industrializados que concentram o maior número de unidades geradoras de produtos químicos. A partir de então, com o aumento dos investimentos no setor nos países em desenvolvimento, o quadro começa a se alterar.

Embora outros setores industriais também sejam responsáveis por gerar acidentes, grande parte dos eventos ocorreram em indústrias químicas de base. O risco é inerente a estas unidades industriais em função de seu próprio processo de produção e do tipo de produto gerado, sendo os mais comuns: incêndios, explosões e vazamentos de gases, além da contaminação do ar, água e solo.

O esforço de industrialização feito por países em desenvolvimento, associado à fragilidade do controle social, permitiu que as empresas do setor químico neles se implantassem, transferindo produtos e processos economicamente inviabilizados em seus países de origem, estabelecendo uma nova divisão internacional dos riscos, distribuindo tipos de risco de forma diferenciada entre indivíduos, organizações e países.

  1. O ENGENHEIRO QUÍMICO E A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Neste panorama, o papel do engenheiro químico está na atuação do profissional com responsabilidade socioambiental frente os avanços da indústria química e os riscos decorrentes. CREMASCO (2009) define a necessidade de conciliar habilidade técnica com habilidade humana, a fim de coordenar e integrar todas as atividades, atitudes e interesses de uma organização, no presente e no futuro.

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