O Que importa é o motivo
Por: Paolapaniz5 • 18/5/2018 • Resenha • 699 Palavras (3 Páginas) • 1.631 Visualizações
Capítulo V- Immanuel Kant- O que importa é o motivo.
Os direitos humanos universais não se confundem com a ideia de utilitarismo, pois não importa como vivam as pessoas, elas devem ser respeitadas. Para a corrente libertária as pessoas não devem ser tratadas como mero instrumento para garantir a felicidade coletiva, pois dessa maneira a propriedade privada estaria sendo violada. A ideia de ser dono de si mesmo não deve ser levada aos extremos, pois suas implicações seriam consideradas apenas por um pensamento libertário convencido de seu ponto de vista. Devemos ter cuidado ao acreditarmos que somos totalmente livres para fazer o que quisermos, e se levar em consideração o fato de que defender os direitos humanos em longo prazo maximizaria a felicidade da maioria das pessoas, nesse caso o motivo para respeitar os direitos humanos não seria o respeito pelo individuo, mas, tornar as coisas melhores para o maior número de pessoas. Para Kant quando nós, como animais buscamos o prazer ou evitamos a dor, na verdade não estamos agindo livremente, estamos agindo como escravos de nossos apetites e desejos, porque sempre que estamos em busca de uma satisfação dos nossos desejos, tudo que fazemos é voltado para alguma finalidade além de nós. Faço isso para aplacar minha fome, faço aquilo para aliviar minha sede. Para uma atitude ser moral, ele tem que fazer algo por aquilo ser o certo e não para satisfazer seu desejo.
De acordo com Kant, o que distingue um ser humano de um objeto ou animal é a sua capacidade de raciocinar e ser livre. Essa capacidade dá ao homem um significado em si mesmo e sua consequente dignidade que não pode ser desconsiderada sob pena de nos tornar objeto.
Para que se entenda melhor, é importante saber que Kant considera que todas as ações- tanto dos homens, quanto dos objetos- são guiados por leis, sejam elas naturais, sociais ou autônomas. Sentidos, desejos, necessidades e paixões (expressões empíricas) se regem através das leis naturais ou sociais. O objetivo do homem como ser em si mesmo é superar essas leis externas (heterônomas) e usar a razão para agir conforme sua própria lei, o autor da exemplo de uma bola de bilhar que não age livremente, mas sim pela lei da gravidade, sendo comandada pelas leis da natureza, assim como uma pessoa que cai sobre outra pessoa e o mate, em nenhum dos casos o objeto que cai está agindo livremente. Todos estão sob a lei da gravidade, portanto não tem autonomia e consequentemente não terá responsabilidade moral. Essa não é a verdadeira liberdade conseguida através da autonomia. Dessa ideia tiramos que aquilo que é moral, é aquilo que fazemos não por intenções externas, mas por ser a coisa certa a se fazer. Entram aqui dois novos conceitos: imperativo hipotético e imperativo categórico. Ter as ações motivadas pelo imperativo hipotético é classifica-las no plano da heteronomia; vontade, desejos, sentidos e necessidades não entram no conceito kantiano de moral. Já agir autonomamente pelo uso da razão é ter a ação motivada pelo imperativo categórico.
A ação moralmente correta deve ser avaliada de duas formas: 1) a criação de um princípio universal através do questionamento da máxima. 2) a consideração do ser humano em si mesmo. É importante destacar que as ações, moralmente corretas devem obedecer ás razões (por que é certo), ao invés da consequência. Um exemplo claro pode ser observado quando uma pessoa ajuda a outra. Se a ajuda se caracterizar pela ação de agir corretamente, partindo da máxima de que ajudar aos outros é universalmente aceitável então é uma ação moral. Entretanto, se o indivíduo ajuda ao próximo esperando algum retorno, ou porque se sente bem, então não age de maneira moral, mas conforme a satisfação de seus desejos (heteronomia).
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