O conceito de justiça em “Kant”
Por: sarodrigues2019 • 19/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.244 Palavras (5 Páginas) • 321 Visualizações
O conceito de justiça em “Kant”
O conceito de utilidade, utilitarismo, vem de respeitar a vontade da maioria das pessoas. Para Locke, grande defensor dos direitos da propriedade, ele repudia a ideia de que podemos dispor da nossa vida e da nossa liberdade como quisermos, ele invoca Deus, contrariando quem procura uma base moral para os direitos e não dogmas religiosos. Já Immanuel Kant traz uma proposta bem alternativa para esta questão de direitos e deveres, para Kant nós não somos donos de nós mesmos, ele acredita que somos seres racionais, merecedores de dignidade e respeito. Kant era popular e em sua vida palestrou metafisica, lógica, ética, direito, geografia e antropologia. Kant, fez duras criticas ao modelo utilitarista, para ele a moral não diz respeito ao aumento da felicidade, para ele a liberdade está ligada ao conceito de justiça e moralidade. Porém a liberdade que Kant diz, seria uma liberdade muito acima do conceito de liberdade que conhecemos, seria uma questão de racionalidade.
É nessa parte que ele associa os dois temas, segundo Kant não somos merecedores de respeito porque somos donos de nós mesmos, mas porque somos seres racionais, capazes de pensar, de agir, e escolher livremente. Nossa capacidade de raciocinar está intimamente ligada ao conceito de sermos livres, isso nos difere dos seres animais. Para Kant o conceito de liberdade é bem mais amplo, segundo ele quando evitamos a dor não quer dizer que estamos sendo escravos dos nossos desejos, segundo isso ele faz uma analogia quando escolhemos os sabores do sorvete, mostrando que estamos sendo apenas escravos de nos mesmos, isso seria mais uma questão de obediência ao nosso corpo do que de liberdade. Seguindo essa linha de raciocínio então, para muitos pensadores os seres humanos estão acima de todas criaturas, não apenas diferentes, mas melhores. É segundo esse ponto de vista então que para Kant, os seres humanos tem um valor “intrínseco” superior aos demais, explicou assim a diferença de usarmos pessoas, e animais como meios ou fins, para alcançarmos alguma coisa, para ele os seres humanos “valem acima de qualquer preço”, as pessoas seriam insubstituíveis. Animais morrem e podem ser substituídos, coisas, bens estragam e são renovados por outros, mas pessoas não. Segundo essa lógica, os bens são para satisfazer as pessoas e não ao contrário, as coisas seriam para satisfazer esses desejos. Kant ainda explica o real sentido de tratarmos as pessoas como “fins”, e não como “meios”, como meios usamos os animais, ou as coisas para obtermos os fins que precisamos, satisfazer nossos desejos, chegarmos aos objetivos, porém pessoas por terem esse valor intrínseco, uma dignidade a ser valorada, deveriam ser tratadas como fim, reconhecendo sua capacidade de raciocinar e de agir livremente, segundo a ótica da liberdade individual. Para Kant, as pessoas devem raciocinar e sempre usar o seu poder de liberdade de forma ampla, tomando sempre suas próprias decisões, porém deve estar atento ás leis que as protegem delas mesmas. E, nunca se esquecer de que respeitar aos outros implica em respeitar a nós mesmos, e é nesse sentido que Kant aplica suas ideias as praticas de punições criminais. Segundo Jeremy Bentham, toda punição é um dano, toda punição é um mal. A punição sempre envolve algum dano a outrem por uma conduta praticada, como forma de punição. Nesse sentido se aplica provocar coisas ruins às pessoas que praticaram algum crime, ou dano, como forma de puni-las, é a questão de justiça se você fere alguém, você também deveria ser ferido, essa seria a teoria da retribuição, ao qual Kant era adepto, o que difere totalmente do utilitarismo, segundo a teoria utilitarista, as pessoas deveriam
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