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Quem é o verdadeiro inimigo? Do estado penal máximo ao estado hipocrisia.

Por:   •  8/12/2015  •  Artigo  •  467 Palavras (2 Páginas)  •  381 Visualizações

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Quem é o verdadeiro inimigo? Do estado penal máximo ao estado hipocrisia.

                Por Luana Issi e Victor Hugo Résio.

Na tarde de sexta-feira (16), havia na Praça Universitária um ônibus da Polícia Militar do Estado de Goiás. Pra quem não sabe, o local no período noturno serve como ponto para vendas de drogas. E a resposta do Governo Marconi Perillo para a questão do tráfico foi enrijecer o modelo de Estado Penal.

Não obstante, o pior não foi nem o ônibus em si, e sim o que nele havia escrito: ”Crack, é possível vencer”, ironicamente resta rir da palhaçada.

A economia está em crise, a saúde e a educação são precárias, a miséria é enorme, e os Governos Federal e Estadual vendem a ilusão de que está tudo bem, e o que vai mal nem é culpa deles, e sim das drogas – do crack mais especificamente.

Como diz o neurologista, Carl Hart, é uma afirmação ilógica que a sociedade e aqueles que a controlam querem que acreditemos. O Estado não quer ser culpado, então culpa as drogas, como se antes do crack chegar ao Brasil e o seu mercado fosse algo tão fácil não existissem problemas. De certo vivíamos a utopia liberal de um mundo ideal: “American Way of Life”.

Somente em um Estado de medo deixamos de sonhar e nos arriscar atrás de realizar esses nossos sonhos. No estado liberal somos proibidos de sonhar, pois somos obrigados a viver o sonho que sonharam para nós (ou por nós).

Na mesma linha de pensamento teoriza Jakobs, para manutenção do sistema e seus privilégios, o Estado gera a todo o momento um Estado de Insegurança – agora para que esse modelo de estado seja efetivo, precisa-se de um inimigo específico, determinado ou determinável.

Iludem-nos diariamente, propagandeando um Estado Penal Máximo: dizendo que somente assim venceremos essa guerra às drogas. Balela! O Estado Liberal Burguês para se ausentar da responsabilidade faz guerras, não somente as drogas, mas as pessoas (nos faz inimigos de nós mesmos). Ele cria então um direito penal especial, o Direito Penal do Inimigo do Estado.

Assim os problemas reais como: a má distribuição de renda, a falta de educação, o racismo, a LGBTfobia, o machismo não são questionados.

Por fim, o alemão sociólogo Ulrich Beck, em seu livro Sociedade de risco: resumo a uma outra modernidade, dirá basicamente que o risco se baseia em interpretações causais dos acontecimentos. “Podem, assim, permanecer invisíveis, pois só se estabelecem a partir dos saberes sendo aumentados ou diminuídos de acordo com interesses políticos".

Logo, os riscos funcionam a partir daquilo que Beck chama de Efeito ‘Boomerang’, os riscos geram situações de perigo social que afetam as diversas camadas da sociedade de forma diferenciada, havendo uma tendência em prejudicar mais os menos poderosos.

Out./ 2015

Goiânia-GO

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