RELAÇÃO DA PSICANÁLISE COM O DIREITO
Por: Ayana Fernandes • 19/9/2018 • Seminário • 2.171 Palavras (9 Páginas) • 131 Visualizações
- CONCEITO
A psicanálise, também conhecida por “teoria da alma”, é um ramo clínico teórico que se ocupa em explicar o funcionamento da mente humana, ajudando a tratar distúrbios mentais.
Tem como objetivo a investigação e compreensão do inconsciente e é considerada como uma forma de tratamento das psiconeuroses que acometem os seres humanos. Seu método de tratamento consiste em: Livre Associação de Ideias, Interpretação de Sonhos e Análise dos Atos Falhos.
O principal método da psicanálise é a interpretação da transferência e da resistência com análise da livre associação. O analisado em uma postura relaxada passa a contar tudo o que vem em sua mente, incluindo sonhos, desejos, fantasias, bem como as lembranças dos seus primeiros anos da sua vida. O psicanalista somente escuta fazendo breves comentários que leva o paciente a se autoconhecer. O papel do psicanalista é de neutralidade, um mero "espelho".
Para a psicanálise, nossos comportamentos e sentimentos são regidos por desejos inconscientes. Sendo assim, seu objeto de estudo é o inconsciente, já que ele é a fonte de desejos reprimidos e velhas lembranças.
Surgiu em 1890 através do médico neurologista Sigmund Freud que centrou seus trabalhos nos pacientes com sintomas neuróticos.
A Psicanálise já completou mais de um século como a ciência do inconsciente. Apesar de não ser ciência no sentido cartesiano, é um método de tratamento dos transtornos psíquicos e, inclusive, um método de pesquisa. A fonte teórica inicial da Psicanálise é a Neuropatologia. Muitos psicanalistas contribuíram para o crescimento do corpo teórico da Psicanálise, pois todo o conhecimento científico é acumulativo e progressivo.
- INTRODUÇÃO HISTÓRICA
2.1 Sigmund Freud
Sigmund Freud nasceu em Freiburg, no ano de 1856. Faleceu em 26 de setembro de 1939, aos 83 anos, na cidade de Londres (Inglaterra). Freud é considerado o grande nome da psicanálise. Ele foi o responsável pela revolução no estudo da mente humana.
Formado em medicina e especializado em neurologia, criou uma nova teoria. Para ele, as pessoas que não colocavam seus sentimentos para fora, ficavam com a mente doente. Segundo Freud, este tipo de pessoa tinha a capacidade de se fechar de tal maneira esses sentimentos dentro da sua mente, que, após algum tempo, esqueciam da existência.
A partir de sua teoria, este grande psicanalista resolveu tratar esses casos através dos sonhos das pessoas e através do método da associação livre, ele fazia com que seus pacientes falassem qualquer coisa que viessem à cabeça. Após algumas tentativas de trabalhar com a cocaína para obter os efeitos terapêuticos desejados, Freud se decepciona e vai para a França.
Os principais conceitos desenvolvidos por Freud foi: o inconsciente, conflito psíquico, sexualidade e pulsão de morte. Para Freud, a consciência humana subdivide-se em três níveis: consciente, pré-consciente e inconsciente. O primeiro contém o material perceptível; o segundo, o material latente, mas possível de emergir à consciência com certa facilidade; e o terceiro contém o material de difícil acesso, isto é, o conteúdo mais profundo da mente, que está ligado aos instintos primitivos do homem. Suas teorias e técnicas foram sempre muito controversas na Viena desta época e Freud foi marginalizado por seus colegas durante muito tempo.
Freud buscou compreender e explicar a gênese da histeria, da psicose e da neurose. De acordo com Freud, grande parte dos processos psíquicos da mente humana estão em estado de inconsciência, sendo estes dominados pelos desejos sexuais.
2.2 Erik Erikson
Erik Homburger Erikson foi um psicólogo alemão nascido na cidade de Frankfurt no dia 15 de junho de 1902. Ele foi o responsável por formular a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial, em 1933 emigrou para os Estados Unidos onde lecionou nas universidades de Harvard, Berkeley e Yale. Morreu no dia 12 de maio de 1994.
O tema central da teoria de Erik diz que as crises psicossociais devem ser superadas para que ocorra o desenvolvimento saudável da personalidade. Sua teoria psicossocial fala sobre os estágios da vida e interação entre influências sociais e o organismo, ambos em constante maturação física e psicológica. É um modelo muito aceito na atualidade que leva em conta fatores sociais e genéticos, seu desenvolvimento consiste em oito estágios responsáveis pela formação de uma personalidade total, sendo quatro primeiros na fase de bebê, um na adolescência e três na vida adulta e na velhice.
O primeiro estágio consiste na fase de 0 até 1 ano, também conhecida como “fase do bebê”, em que cuidadores devem transmitir confiança, pois, em sua ausência a criança não se incomodará porque sabe que os mesmos retornarão. Caso contrário a desconfiança será transmitida.
O segundo estágio consiste na fase entre 1 e 2 anos, também denominada de “infância inicial”, em que deve ser encorajada a autonomia na criança sob o controle não excessivo do cuidador, caso contrário induz a insolência e manipulação.
Já o terceiro estágio está localizado na fase entre 3 e 5 anos, também conhecida como “idade do brincar”, consiste no momento em que criança começará a ter controle e poder sobre o ambiente, estarão ansiosas para aprender e alcançar metas. Sucesso leva ao senso de aprovação e o fracasso desenvolve a desaprovação e a culpa.
Entre 6 e 11 anos está localizada a quarta faze, também conhecida como “escolar”, em que a criança começa a lidar com exigências sociais e gradativamente vai trocando brinquedos por educação formal. Sucesso dessa fase leva a competência e o fracasso a inferioridade.
A quinta faze ocorre entre 12 e 19 anos, também denominada de “adolescência”, este é o momento em que se desenvolve o senso de identidade pessoal, são formadas as opiniões, gostos e consciência de suas características. O sucesso da fase leva a pessoa a permanecer fiel a si e o fracasso leva ao fraco sentido de identidade.
De 20 a 25 anos encontra-se a sexta fase, conhecida como “adulto jovem”, nela ocorre o desenvolvimento de relacionamentos íntimos e amorosos. O sucesso da fase leva a um relacionamento forte e o fracasso a solidão e isolamento.
Entre 26 e 64 anos ocorre a sétima fase, conhecida como “adulto”, em que ocorre a necessidade de criação de algo que durará mais que eles (filhos, mudanças positivas), cuidado e preocupação são mais presentes. Sucesso leva à realização e o fracasso a estagnação.
A partir dos 65 anos ocorre a oitava fase, conhecida como “velhice”, em que ocorre a sensação de cumprimento e sentimento de integridade. O sucesso dessa fase leva a percepção de vida e aceitação da morte, o fracasso leva ao arrependimento, amargura e desespero.
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