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RESUMO CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político

Por:   •  27/3/2016  •  Resenha  •  1.707 Palavras (7 Páginas)  •  763 Visualizações

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CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político / Patrick Charaudeau; tradução Fabiana Komesu e Dilson Ferreira da Cruz – São Paulo. 78 – 184f. Contexto, 2006.

Na democracia o povo escolhe o politico para executar o bem social, entretanto essa escolha normalmente se baseia na imagem a qual é passada pelo político ao invés de se basear em seus programas ou discursos políticos. Desta forma o politico utiliza-se de vários artifícios para persuadir a maior quantidade de cidadãos, convencendo a todos a importância do seu projeto politico.

O politico empenha-se para empregar a imagem de porta voz da sociedade, demonstrando uma ligação com o interlocutor utilizando com frequência um nós, dando a impressão de partilharem os mesmos princípios e objetivos, buscando desta forma inspirar a figura de um comandante perfeito com entusiasmo e emoções coletivas. Os discursos políticos estarão ajustados de acordo com o público-alvo com a finalidade de persuadir a maior parte dos eleitores a sua ideologia, variando assim de acordo com as razões e ligações históricas da sociedade, defendendo ou atacando alguns ideais e ou ações, empenhando-se para adquirir a simpatia, verificando a situação que a opinião publica pode ou não lhe ser favorável. Desta forma o politico pretende formar coligações com as elites por meio de propostas e perigos, e as multidões seriam aplicadas a soberania orientada por uma emoção em comum por uma pessoa ou por uma concepção.

No discurso politico há uma mudança entre paixão e razão combinando o logos com a sua persuasão e consideração racional, o ethos referindo à elaboração de uma imagem de si e, o pathos relacionado à confiança e atração aplicando todas essas finalidades com o objetivo de convencer e sensibilizar a grande maioria.

O estadista analisa o universo de eleitores o qual está presente e, dessa forma opera como defensor dos mesmos princípios assim, criando no politico uma imagem reflexiva na qual os indivíduos enxergam nele os seus ideais chamados de ethos político que juntamente com o pathos, aderindo a uma figura sentimental e afetiva equilibrada evitando ao máximo a criação de uma aparência negativa.

O discurso politico propõe a elaboração emocional com três elementos aglomeradas sendo, as crenças a qual refere as suas expressões, a encenação explicativa e, a opinião dos cidadãos, estimulando-os a colaborar com o projeto politico por serem convencidos de que o mesmo é similar as suas ideologias. O político visa atingir o maior número de eleitores possíveis, perante esta situação há uma necessidade de simplificar suas convicções o que podem acarretar em uma falsa verdade ou a perda de parte da verdade, afirmando-o mesmo nessa situação tudo como verdade absoluta.

Essa táctica pode ser utilizada em diversos momentos de sua campanha política persuadindo o votante com diversos projetos sem a preocupação de realiza-los importando-se apenas em convencer a grande maioria.

Dentre o meio politico há também técnicas que busca desconceituar o seu adversário recorrendo às convicções do seu oponente demonstrando as consequências dos projetos; utilizando de deboches, e ratificando as discordâncias de ideais antes defendidas ou atacadas. Os estadistas devem mostrar que os fatos tratados não passam de calunias.

O ethos está relacionado aos traços de personalidade apresentados pelo o orador sendo demonstrados em seus discursos com a finalidade de convencer os seus interlocutores de que a imagem passada pelo discurso corresponde ao caráter do locutor com o objetivo de demonstrar a similaridade de ideais com os eleitores a qual jugarão a sua imagem como real ou fictícia. Há várias categorias de ethos, sendo o ethé de credibilidade necessário para à construção da respectiva imagem de um individuo verdadeiro e claro, adquirindo assim a admiração e confiança do grupo que é trabalhado; o ethos de “sério” fixa com o auxilio de atos referente às convicções do politico a qual será analisada a seriedade de sua campanha através das possibilidades de cumprir com as suas propostas e obrigações; o ethos de “virtude” ligado ao estadista portador de princípios verdadeiros e compatíveis com as suas ações politicas sendo, um modelo de integridade para a sociedade; o ethos de “competência” necessita haver um grande conhecimento no âmbito de seus afazeres e assim, conseguir o efeito favorável junto os cidadãos. A aplicação varia de acordo com o público-alvo julgando a figura do corpo e dos princípios dos indivíduos em primeira instância e posterior a isso aplicar um discurso semelhante aos princípios do seu público utilizando-se sempre de um discurso racional.

Na politica a confiança é frequentemente afetada, podendo está ligadas a situações de antinomias em suas declarações ou quando os opositores utilizam-se dessas declarações para questiona-las em busca de impetrar uma imagem negativa, perante essa situação o politico é guiado a se justificar sobre a ocorrência de imperfeição, aplicando em determinada situação a negação do fato ou a retratação sendo o reconhecimento e confissão da irregularidade passando a imagem de arrependido pelo ato mal praticado.

Os políticos possuem três técnicas para conservar sua imagem como a negação baseada em negar as acusações tornando-as insustentáveis e sem necessidade de legitima-las; a razão superior a qual o estadista pratica algo e fundamenta o seu argumento explicando que o ato foi consumado como forma de defesa da identidade social; e a não intencionalidade transmitindo a imagem que a ocorrência desses fatos se dá devido a motivos naturais ou apenas por obediência aos domínios, utilizando-se disso para fortalecer assim as suas convicções embora, isso pode não ser o suficiente para o politico reaver a moralidade afetada pelos depoimentos negativos.

O ethos político liga-se aos princípios pregados pelo orador aos seus interlocutores que criavam as suas expectativas e outorgavam valores favoráveis ou não, deste modo, temos o ethé de identificação, a qual os eleitores vinculavam a sua imagem a do politico mediante a um progresso de reconhecimento insensato; o ethos de potência remete a presença no domínio da natureza; o ethos de caráter está vinculado ao domínio de espirito possuindo duas variações tendo as provocações como principal meio de lidar com alguns indivíduos que avaliam a figura do político á polemica, ocorrendo, normalmente em debates onde se encontram oposições de argumentos; o ethos de “inteligência” pode ocasionar o encanto e o respeito através exposição dessas imagens as quais as pessoas possam ser levadas a apoiar. Dentre as figuras temos a malícia com as características enigmáticas, a qual procura apresentar as propostas disfarçando os reais objetivos delas e a astucia sendo apresentada com a presença de disfarces e utopias; o ethos de “humanidade” sendo uma imagem muito crucial ao meio politico e de difícil modificação remetendo-se a figura sentimental, devendo, aparecer somente em algumas situações e, a figura de confissão, que pode ser visto como sinal de fraqueza em algumas culturas, nela, o político reconhece as críticas do seu oponente como verdadeiras. Há ainda a figura da intimidade sendo estabelecida pela participação dos jornalistas, a qual os políticos produzem imagens que são utilizadas de forma positiva ou não pela mídia; o ethos de “chefe” liga-se a politico construção de uma imagem de porta voz da sociedade, demonstrando os seus aparentes ideais a qual os cidadãos creem nessa semelhança e sentem-se representados pelo politico em questão, podendo manusear-se de três figuras sendo a de guia supremo a qual o politico constrói uma figura de herói expressando a ideia de condutor do grupo social, sendo o líder repleto de princípios e moralidade; a imagem de chefe soberano adquirindo desta forma o ícone de atitudes legitimas a qual os seus interesses e os interesses do estado são muitas vezes confundidos por estarem interligados; e a imagem de comandante a qual se vincula a violência e a autoridade dando a imagem de senhor da força; por fim temos o ethos de “solidariedade” trazendo o político como um ser nobre que partilha as mesmas ideias do grupo politico e busca união de todos contra todas as ameaças que assolam a sociedade. A aceitação ou negação dessas imagens variam das diversas características e convicções ocupadas pelos interlocutores.

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