Relatório “Salvando o Capitalismo”1 e o “A Classe Média no Espelho”
Por: Laura Prates de Almeida • 19/4/2021 • Relatório de pesquisa • 592 Palavras (3 Páginas) • 125 Visualizações
[pic 1][pic 2]OPTN - Justiça Tributária, Corrupção e Sociedade - Prof. Cláudio de Abreu
Laura Prates de Almeida - RA00181267
Relatório IV - “Salvando o Capitalismo”[1] e o “A Classe Média no Espelho” [2]
Segundo Jessé Souza, “ao contrário da colonização norte-americana, feita em grande medida por pequenos e médios proprietários de terra, no Brasil a colonização se deu por meio do latifúndio sem lei - na verdade, sua única lei é a lei do mais forte e do mais inescrupuloso -, que subordina e comanda toda a realidade social”.
Nesse sentido, o autor aduz que a origem sociológica da classe média pode ser analisada à volta da figura do agregado. Em outras palavras, os homens que formavam a figura intermediária entre “proprietários e despossuídos”, sendo eles “o tropeiro, o sitiante, o vendeiro e, acima de tudo, o “cabra”, o braço armado do patrão, disposto a matar ou morrer por ele”.
Essas pessoas tiravam sua noção de valor pessoal e social da sua superioridade em relação aos escravos ou ex-escravos e seus descendentes, daí o surgimento do mito que reforçou a dominação social de classe brasileira, pois o agregado, tolamente, acreditava que ele e o patrão seriam parecidos, em oposição aos escravos. Isso não era verdade à época e nem é verdade agora.
Com efeito, a relação entre as figuras do agregado e do patrão,e as relações entre as pessoas, atualmente, atuais pessoas de classe média e dos grandes latifundiários, donos de multinacionais, banqueiros, dentre outros, é como sempre foi: inexistente.
Inclusive, o autor define essa relação como ambígua, haja vista a “dependência objetiva”, dada a inexistência de alternativas de sobrevivência para o agregado, que hoje faria as vezes da classe média, caso resolvam não mais se sujeitar ao patrão, hoje os atuais capitalistas de peso, ao mesmo tempo em que essa relação “aparece na consciência de ambos como um acordo voluntário, uma escolha entre homens livres. Ocorre que a liberdade mútua é uma ilusão, sendo que o agregado depende da boa vontade do proprietário.
No documentário essa dependência da boa vontade dos políticos, lobistas e empresários de Wall Street trouxe a maior crise financeira da história dos Estados Unidos. Isso porque, os “big players” do mercado claramente nunca estiveram dispostos a defender os interesses da classe média, dado o notório aumento da concentração de renda nas mãos de poucos, ao mesmo tempo em que a qualidade de vida da camada intermediária da população - as pessoas que não vivem em meio à pobreza, mas também não detém os meios de produção - continua decaindo nas últimas décadas, sem previsão de melhora.
Para Robert Reich, autor do documentário e ex-secretário do Trabalho dos EUA, a solução seria o engajamento político da classe média como forma de oposição aos interesses corporativos daqueles que detém o capital, e portanto detém o poder em Washington, o mesmo pode se dizer para outras cidades, especialmente, e em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, etc.
Analisando o texto e documentário fica nítida a necessidade de superar a noção de que temos mais em comum com banqueiros e CEOs do que com aqueles que vivem em pobreza, isso porque, na realidade, estamos muito mais próximos de perdermos renda e moradia do que enriquecer tal qual esses big players, daí porque a necessidade do engajamento.
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