Resenha Cabeça Bem Feita
Por: matheuzmachado • 21/5/2016 • Resenha • 1.000 Palavras (4 Páginas) • 567 Visualizações
O Autor da obra apresenta logo no início a questão hiperespecialização dos saberes, o que vem de encontro ao que ocorre atualmente na realidade das escolas e faculdades, por mais que não seja apresentada de forma simples, essa busca pela formação de especialistas em determinadas áreas de conhecimento, sem promover a ligação com outras áreas diversas acaba por gerar uma problemática, que se apresenta como uma desumanização do ensino em detrimento de uma técnica mais elaborada. Como uma resposta para essa questão, Edgar Morin propõe um sistema educacional que mostre a relação entre as disciplinas ensinadas, de forma que o aluno seja capaz de perceber as ligações entre o que é estudado e por consequência formando alguém com habilidade de enxergar o “todo”, não apenas as partes fragmentadas.
O que Morin propõe condiz com a realidade, isto é, fora das academias e escolas os saberes não podem ser fragmentados, se vive o todo. Cabe aqui analisar o objetivo das escolas para a sociedade, pois ao meu ver sua função não é a formação de cidadãos capazes de operar nas mais diversas formas complexas apresentadas pela realidade, se busca preparar o indivíduo para a vida e sim para o mercado de trabalho, a partir deste ponto que se consegue identificar a desumanização do ensino, uma vez que temos um ensino focado em formar especialistas capazes de operar conhecimentos específicos em um processo complexo ao invés de um ser capaz de analisar todo o sistema. Isto gera um outro problema, este apresentado pelo autor, pois essa hiperespecialização não é algo possível, pois o todo não seria redutível as partes, isto significa que nem mesmo os especialistas formados são capazes de a dominar completamente, visto o excesso de informação e a velocidade com a qual é gerada.
Por mais plausível e possível de ser implementada, este sistema de ensino proposto por Morin encontra a resistência do sistema atual e dos indivíduos que o compõe, pois esta quebra de paradigma vai de encontro aos interesses econômicos dominantes e principalmente contra a cultura já enraizada na mentalidade da sociedade. Se torna necessária uma ruptura de pensamento de todas as secções da população, do educador, do aluno e inclusive do núcleo família (que resiste a qualquer forma de ensino que não seja a clássica). Quanto ao papel do educador dentro dessa questão, segundo Morin cabe a ele estar realmente comprometido com o seu trabalho e compreender que ensinar não é uma simples profissão, uma vocação, mas uma missão, e cabendo ao professor, estudar continuamente obtendo uma formação sólida e abrangente, não se limitando a velhos métodos e preconceitos. Isso significa que o papel do educador é essencial para que se tenha uma mudança na realidade, uma vez que ele é capaz de democratizar o ensino.
Quando se fala do professor, é necessário entender as barreiras que ele encontra na execução de seu trabalho, entender a realidade é o primeiro passo para muda-la. O que se tem hoje dentro do sistema educacional é uma resistência ao que é novo, isso desgasta o professor que após certo tempo acaba por aceitar a ordem “natural” das coisas. Portanto não se deve apoiar a responsabilidade de mudança apenas nos ombros dos educadores, é necessária participação também do núcleo familiar, este que é capaz de apoiar e participar na educação do aluno. Também é importante entender a multiplicidade de núcleos familiares existentes.
Morin apresenta também três graus de aplicação para a mudança que o propõe, sendo a primeira a importância dos questionamentos desde o princípio (em detrimentos da mera exposição de verdades) para além de atrair a atenção e interesse dos alunos, ajudar a torna-lo mais humanizado e menos técnico. Questionamentos
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