Resenha Coronelismo, Enxada e Voto - Vitor Nunes Leal
Por: Daniel Oliveira • 4/5/2019 • Resenha • 551 Palavras (3 Páginas) • 326 Visualizações
Nome: Daniel Oliveira Diniz
Disciplina: Sociologia Jurídica
Matrícula: 18/0063146
Texto: LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. 7ª Edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. Capítulo1. p.43-74.
Resenha
Coronelismo, enxada e voto, escrito por Victor Nunes Leal, teve sua primeira edição publicada no ano de 1949 e se tornou uma obra de extrema importância para a contextualização e entendimento no campo da ciência política brasileira. A análise proposta no livro é de importância fundamental para se compreender um dos principais fenômenos que ditavam, muitas vezes, as diretrizes no campo social, econômico e político da sociedade rural brasileira, o coronelismo.
O fenômeno do coronelismo no Brasil tem suas bases inauguradas ainda no período do império português. A relação entre o poder político e o poder privado, respectivamente representados pelo Estado e a sociedade civil, também estavam ligadas intrinsecamente ao fenômeno do Coronelismo. Essa relação que, no período imperial era representada pelas capitanias hereditárias, com o passar do tempo, junto com a fragmentação do poder, as mudanças de configuração no modelo político, econômico e social sofridas pelo tempo, foram forças que sobrepujaram e trouxeram novos aspectos para o modelo coronelista.
O período analisado no livro traz uma reflexão que foge ao senso comum do que se sabe a respeito do fenômeno do Coronelismo. Aquilo que sempre foi interpretado como um poderio exacerbado, que os poderosos coronéis detinham em suas regiões ou esfera de influência, esse poder realmente existiu em uma determinada época, porém, com o passar do tempo, essa relação não passou a ser simplesmente entendida por essa ótica. O aspecto moribundo, de dependência de migalhas do poder dos governos estaduais, de bancos(empréstimos financeiros), de dívidas com a união, de favores a necessidade de infraestrutura do Estado mas, que devido a situação de extrema pobreza e educação dos rincões brasileiros, esse poderio, ainda que em migalhas, determinava a vida de muitas pessoas no campo.
No contexto da República Velha, onde está dedicada a análise por parte de autor, fica evidente a superação dos primeiros anos da república, que ficaram, sobretudo, sob comando de militares, e que em seguida, com a consolidação de um modelo oligárquico, de maneira mais contundente inverte a configuração do poder privado para o público.
O voto era o principal mecanismo a disposição do coronelismo. O voto de cabresto era uma prática recorrente nessa situação, além do voto bico de pena, a formação de currais eleitorais e a degola. Esses artifícios davam muito poder ao senhor local, uma moeda de troca valiosa que era usada como barganha para troca de favores a quem, por ventura, fosse eleito pelo apadrinhamento do coronel e seu curral. O defrontamento perante o governo estadual não era de grande interesse, pois isso significaria dificuldades, falta de crédito financeiro, a não possibilidade de indicações, por parte do coronel, de cargos no município, como também, uma força de oposição a todos os seus interesses. A troca de lados era corriqueira nessas situações.
Esse modelo só pode ser superado com a crescente
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