Resenha Crítica "O Príncipe"
Por: Ana Paula Martins Lopes • 6/6/2021 • Trabalho acadêmico • 1.432 Palavras (6 Páginas) • 225 Visualizações
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “O PRÍNCIPE”
1. Introdução
Dedicado a Lorenzo de Médici o livro “O Príncipe” foi escrito por Nicolau Maquiavel no ano de 1953, logo após ser exilado de Florença, da Itália, que deixou de ser uma república e passou a ser a ser governada por um príncipe. A obra, com 26 capítulos, aborda teoria políticas que serviu como base para inspirar a estrutura política dos tempos modernos.
2. Desenvolvimento
O livro, O Príncipe, pode ser considerado como uma obra estrategista, uma vez que aborda concepções da realidade política, descrevendo como um governante deveria agir e quais estratégias deveria usar para conseguir alcançar e se manter no poder dentro do território conquistado ou herdado, baseando-se de análises e exposições sobre fatos ocorridos nos principados da época e de grandes fatos ocorridos na história. Maquiavel descreve a política baseada em fatos reais e assim relata a sociedade como ela é, e não como poderia ser.
Nos primeiros capítulos, o autor aborda os tipos de principado e a melhor maneira de conquistá-los sempre apresentando formas para que o príncipe mantenha seu poder e autoridade sobre estes. Os principados hereditários, segundo o autor, por terem parentesco e serem pertencentes a família, terão menos dificuldade de governar, levando-se em consideração que um príncipe natural tem menos razões de ofender seu povo. Já o principado novo, por ser totalmente novo ou acrescido ao estado hereditário que o conquistou, terá grandes problemas pois quem a conquista tem como inimigos todos aqueles que ofendeu para ocupar-se do principado, destacando a divergência das as culturas entre o novo e velho principado. Neste caso, a fim de precaver um possível conflito, Maquiavel sugere que a melhor forma de se evitar qualquer tipo de infortúnio é extinguir a linhagem de sangue do príncipe anterior e não alterar as leis vigentes e nem o fisco.
Maquiavel descreve quatro formas de se chegar a um principado: pela virtude, pela fortuna, por golpe de crimes ou pelo apoio do povo ou das elites. Em seguida ele relata cada uma das estratégias sendo a primeira delas a chegada ao poder pela virtude. Quando um príncipe e fundador do seu próprio estado e quase certo que se manterá no poder sem grandes dificuldades. Já quem ganha um principado por fortuna necessitará de muito esforço para se manter, estes estarão sempre vulneráveis a mesma sorte e vontade externa que lhes deu o poder, não sabem e não podem fazer nada para manter a sua posição. Alguns príncipes chegam ao poder por meio de golpes e ações criminosas dentro de sua própria pátria, nesses casos segundo Maquiavel, os crimes devem ser feitos de uma só vez para que se ofendam menos e os benefícios devem ser feitos aos poucos para que sejam melhor apreciados. Pra chegar ao poder pelo prestígio o príncipe deve conquistar a confiança do povo levando-se em consideração que os anseios dos mesmos possuem mais legitimidade do que os da elite. Ele destaca também que a elite quer oprimir mais, enquanto a população só não quer ser oprimida. A elite e difícil de manobrar enquanto o povo está acostumado a obedecer. Segundo Maquiavel é mais fácil se proteger da inimizade da elite, porque são poucos, do que da inimizade do povo que são muitos. Portanto um príncipe deve sempre prezar a amizade do povo fazendo com que os mesmos sempre tenham necessidade do estado e dele mesmo.
Maquiavel também trata dos meios ofensivos e defensivos que os principados se fazem valer, apresentando os tipos de exército, sendo eles próprios ou mercenários, auxiliares ou misto. Diz que tropas auxiliares ou mercenárias, são inúteis e perigosas não podendo o principado depender dos mesmos. Segundo ele um príncipe prudente deve lutar com suas próprias forças. É melhor perder com suas próprias armas do que vencer com as dos outros. Sem ter armas próprias nenhum principado estará seguro. De acordo com o autor um príncipe deve estar sempre preparado para guerra, para não perder seu estado. Ele nunca deverá deixar se tomar pela paz, sempre deve manter o pensamento guerreiro pela ação ou pela mente. Pela ação deverão sempre manter suas tropas organizadas e disciplinadas e pela mente deverão conhecer histórias e ações de grandes homens analisando as causas das vitórias e derrotas.
Além das preocupações externas o príncipe deverá estar atento aos temores internos por parte dos súditos. Portanto devem-se atentassem as conspirações evitando ser odiado ou desprezado mantendo o povo satisfeito. Quanto mais notável for a pessoa mais alvo será de julgamentos, isso coloca o príncipe em uma situação delicada, pois suas atitudes sempre serão analisadas pelo povo devendo o príncipe sempre evitar buscar o descrédito. Para Maquiavel uma qualidade virtuosa e aquela que ajuda o príncipe a conquistar ou manter seu estado, porém o príncipe não pode temer em cair em algo que seja considerado defeito se isso for salvar ou fortalecer o seu principado. Maquiavel ainda aborda que o príncipe deve ser tão piedoso quanto possível, mas deve ter cuidado para que essa piedade não o leve a ruína, um príncipe não deve ter medo de ser considerado cruel se essa crueldade manter seus súditos unidos e leais. Ele diz ainda que entre fama de parcimonioso e esbanjador o príncipe deve optar pelo o primeiro. É melhor ser visto como uma pessoa honesta do que ter que roubar dos súditos para ter luxos, ou pior não ter recursos para poder se defender em uma guerra.
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