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Resenha Crítica - O Príncipe

Por:   •  23/6/2020  •  Resenha  •  1.771 Palavras (8 Páginas)  •  220 Visualizações

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  • Sobre o autor

Niccolò Machiavelli, nasceu em Florença no dia 03 de maio de 1469, em uma Itália fragmentada em Estados conflitantes entre si, os que o tornavam suscetíveis a ataques estrangeiros. Maquiavel desde cedo se interessou aos estudos, com sete anos começou a aprender latim e logo depois passou a estudar ábaco e língua grega antiga. Aos 29 anos, ingressou na vida política exercendo o cargo de secretário da Segunda Chancelaria da República de Florença. No entanto, com a restauração da família Médici no pode, Maquiavel foi afastado da vida pública . Em sua vida tornou-se um importante historiador, diplomata, poeta, músico, filósofo e grande político italiano.

Foi então que em 1513, escreveu sua obra mais importante e conhecida “O Príncipe”. Nessa obra, Maquiavel institui os governantes como comandar e manter   o poder absoluto, mesmo que tenha que usar a força e a crueldade como também fazer inimigos. Essa obra que tentava recuperar o sentimento cívico do povo italiano, situava-se no contexto do ideário de unificação da Itália.

Maquiavel dedicou seu tempo e conhecimentos para a produção de obras de análise política e social, morreu em 21 de junho de 1527 na mesma cidade de seu nascimento.

  • Introdução

O livro “O príncipe” é constituído por 26 capítulos como forma de manual do governante com pertinentes estratégias políticas e foi publicado somente em 1532, já considerada uma obra póstume. Foi dedicado a Lorenzo de Médici, O Magnífico, como símbolo que Nicolau encontrou para transmitir o conhecimento das ações dos grandes homens apreendido através de uma longa experiência reduzida a um pequeno volume.

A obra retrata conselhos políticos sobre a conduta de um príncipe, a forma de agir perante seus súditos, como conduzir os negócios públicos e principalmente como manter um principado. Também demonstra como um governante deveria proceder para que fosse respeitado e transparecesse uma imagem virtuosa mas sempre com a presença de sua essência.

E assim, com o intuito de que um príncipe consiga reunir qualidades e atitudes necessárias para conquistar o poder e empreender o bem comum, constando também com a presença de fatos históricos políticos organizados de forma sistemática em torno dos erros de príncipes anteriores, e então, a melhor maneira de agir corretamente para garantir o sucesso do principado.

  • Desenvolvimento

Logo nos primeiros capítulos, Maquiavel diferencia os modelos de principados. Os eclesiásticos, mistos, hereditários, os civis e os novos. Para ele os hereditários pus- suem mais facilidade que os novos, visto que são formados por famílias nobres, sendo assim detêm o direito do poder e só basta o príncipe governar seguindo as antigas tradições. E também o autor pontua que uma das maiores dificuldades em manter um principado novo é a de não encontrar amigos e por isso está suscetível a conspirações. No entanto, a medida que o governante evita ofender seus súditos, conserva os costumes e reprime as desordens, logo será estimado por eles.

No capítulo III, é tratada a instalação de um novo principado e a conquista de colônias, nesse assunto Nicolau destaca os romanos nas províncias de que assenhoraram e os pontos importantes a serem ressaltados:

[..] fundaram colônias, conquistaram a amizade dos menos prestigiosos, sem lhes aumentar o poder, abateram os mais fortes e não deixaram que os estrageiros poderosos adquirissem conceito. Pág 19

E assim o conquistador deve habitá-las, defender os fracos para enfraquecer os fortes e cuidar para que não penetre nenhum estrageiro tão forte quanto ele e o que todo príncipe inteligente deve fazer é não somente vigiar e ter cuidado com as desordens presentes, como também com as futuras.

Maquiavel também cita sobre os principados que foram conquistados com armas próprias, e sendo eles antigos, são mais fáceis de manter a conquista. Discorre as armas dos outros como fator que não se deve usar, mas o exemplo do César Bórgia, filho do Papa Rodrigo Bórgia, é sublime pois mesmo fazendo uso de armas alheias e a notoriedade do pai, César tomou atitudes tituladas corretamente formuladas pelo autor: enfraqueceu os adversários poderosos e após utilizar o exército francês passou a usar o próprio.

Do principado civil, Nicolau define que é constituído pelo povo ou pelos grandes e declara que o povo não quer ser mandado nem oprimido pelos poderosos, enquanto esses desejam governar e oprimir o povo. E por isso, para o príncipe é necessário ter o povo como amigo visto que pode-se fazer o bem, enquanto não se pode honestamente satisfazer os grandes.

Após analisar os principados, o autor parte as milícias e para ele as tropas mercenárias e auxiliares são inúteis e perigosas. Maquiavel acredita que se alguém tem o seu Estado apoiado nas tropas mercenárias, nunca estará seguro, pois não há outra razão que as mantenha em campo a não um pouco de soldo.

[...] porque elas são desunidas, ambiciosas, indisciplinadas, infiéis, galhardas entre os amigos, não tem temos a Deus e não tem fé nos homens. Pág 73

Sendo assim, um príncipe deve pessoalmente com suas tropas e exercer as ações de um capitão, como especifica no capítulo XII, como também estar sempre armado, conhecer o seu país e os males que o afrontam para estar sempre preparado, além de observar ações de grandes homens, como se conduziram as guerras e os motivos de suas vitórias e derrotas.

Logo em seguida, no capítulo XV, Nicolau aborda as coisas pelas quais um príncipe é louvado ou desprezado e explica que em alguns casos tem o poder de usar ou não a bondade e a importância de aprender utilizar a maldade de acordo com a necessidade para se manter e assim dará origem à segurança e ao bem-estar. E assim, o autor repara que a bondade é relativa e em algumas situações pode levar a ruína.

E um dos assuntos em destaque pelo autor é o de considerar melhor para um príncipe ser amado ou temido, a crueldade ou a piedade. Nesse sentido, ele diz que cada príncipe deve desejar ter sido como piedoso e não como cruel, mas acima de tudo estar sempre atento para não usar incorretamente essa piedade. E de exemplo, Maquiavel cita como César Bórgia era considerado cruel, mas com essa crueldade havia recuperado grandes feitos. E entre ser amado e temido, seria necessário ser uma coisa e outra, mas como é difícil reuni-las, é mais seguro ser temido do que amado, uma vez que o temor é mantido pelo receio do castigo. No entanto, não o bastante ser temido, se não conquistar o amor é preciso fugir do ódio, e para isso, é importante restringir-se dos bens de seus cidadãos.

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