Resenha Formação Profissional Integrada

Centro Universitário de Brasília – CEUB

Faculdade de Direito

Curso de Direito

Disciplina: Formação Profissional Integrada

Professor: Rodrigo Augusto Lima de Medeiros

Aluno: Pedro Luca Rabelo

R.A.: 22310509

RESENHA CRÍTICA

REFERÊNCIA CATALOGRÁFICA

38 estratégias para vencer qualquer debate (Arthur Schopenhauer)

• INTRODUÇÃO

Arthur Schopenhauer nasceu em Danzig, atual Polônia, dia 22 de fevereiro de 1788, foi um filósofo alemão contemporâneo que ficou conhecido pelo seu forte pessimismo filosófico. Seu pai era negociante e sua mãe escritora. Por influência paterna, ele foi criado para ser um negociante, um homem de negócios. Dentre suas obras, se destacam: O Mundo como Vontade e Representação, Da Vontade na Natureza, Metafísica do Amor/Metafísica da Morte, A Arte de se Fazer Respeitar, A Arte de Insultar, A Arte de Ter Razão, A Arte de Ser Feliz, A Arte de Lidar com as Mulheres.

No Livro, A arte de ter razão, o autor ressalta 38 estratégias para vencer qualquer debate, apresentando todas elas de uma forma bem explicativa e direta com alguns exemplos de como podem ser usadas, o objetivo dessa resenha crítica é analisar criticamente a perspectiva de Arthur Schopenhauer sobre a suas 2 de suas estratégias que são: Generalize as afirmações do seu oponente e ganhe simpatia da audiência e ridicularize o adversário.

• TÓPICO

Na primeira estratégia de Arthur Schopenhauer, “Generalize as afirmações de seu Oponente”, a ideia da estratégia é simplesmente tentar usar tudo que seu oponente fala contra ele mesmo, tentar pegar suas falas/ideias e generalizá-las de forma com que as demais pessoas em voltam possam simplesmente atacá-la por não fazer um grande esforço para entender sua ideia e serem usadas como potenciais massas de manobra.

Schopenhauer (1891, estratégia 1)

Consiste em levar a afirmação do oponente além de sua fronteira natural, tomá-la e interpretá-la da maneira mais ampla e generalista possível e exagerá-la; ou pelo contrário, tomá-la no sentido mais restrito possível, fechá-la nos menores limites possíveis, porque quanto mais geral se torna uma afirmação, mais ataques ela pode receber. A defesa precisa focar na afirmação exata dos puncti ou status controversiae.

Essa estratégia é muito usada nos dias atuais, principalmente em discussões em redes sociais e por veículos de mediáticos que divulgam noticias voltadas para política e assuntos voltados mais para o social como: pautas sobre racismo, homofobia, machismo, entre outros.

A mídia quando quer sujar a imagem de um político, consequentemente diminuindo seu apoio popular, ela pega qualquer tipo de fala deles e começam generalizá-las, um grande exemplo é o caso onde a mídia “bolsonarista” divulga um fato mentiroso sobre o atual presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, onde eles afirmam que o presidente defende que adolescentes de 16 anos roubem celular para “tomar uma cervejinha”, essa alegação está em um vídeo compartilhado no facebook, no qual uma mulher desabafa sobre a morte do seu filho, que teria sido vítima de latrocínio há quatro anos. Ela repete um boato frequentemente relacionado ao atual presidente da república. A origem da alegação falsa é um vídeo editado de Lula, no qual duas frases de momentos diferentes são colocadas juntas para parecerem fazer parte da mesma fala.

Já dizia uma frase famosa, O ignorante afirma, o sábio dúvida, o sensato reflete (Aristóteles, 384, A.C), essa estratégia funciona muito bem nos dias atuais, pois grande parte da sociedade, não importa seu viés político, está lotada de pessoas ignorante, pessoas que diariamente consomem diversas noticias pelos veículos mediáticos e simplesmente acreditam sem nenhum tipo de resistência, dúvida ou reflexão, só acreditam em tudo que veem, viram massa de manobra ou como já dizia a letra da música de Zé Ramalho, admirável gado novo, vivem uma vida de gado.

• TÓPICO

Na vigésima oitava estratégia de Arthur Schopenhauer, “Ganhe a simpatia da audiência e ridicularize seu adversário”, a ideia é basicamente usar a massa de manobra a seu favor para tentar invalidar seu adversário, mesmo ele tendo argumentos melhores que o seu para se defender e rebater seus argumentos.

Schopenhauer (1891, estratégia 28)

Este é especialmente aplicável quando pessoas cultas discutem diante de uma plateia leiga. Quando não se tem nenhum argumentum ad rem nem mesmo um ad hominem, então se faz um ad auditores, isto é, uma objeção inválida, cuja falta de validade apenas um especialista consegue ver: o oponente, mas não a plateia. E para ela, ele foi derrotado, em especial quando a objeção à afirmação dele é tratada como algo ridículo. As pessoas estão prontas para rir e temos o riso como nosso aliado. Para demonstrar a nulidade da objeção, o oponente precisaria não só de uma longa discussão como também retornar aos princípios da ciência ou outros assuntos; e para isso ele não encontra ouvintes com facilidade.

Por exemplo, o oponente diz “na formação original dessa cordilheira, o granito e outros elementos de sua composição foram transformados em fluido por causa da alta temperatura — o calor deveria ser de 250ºC, e quando a massa se cristalizou foi coberta pelo mar”. Usamos o argumentum ad auditores, de que nessa temperatura, na verdade qualquer uma acima de 100ºC, o mar já teria fervido faz tempo e se transformado em vapor no ar. Os ouvintes riem. Para refutar a objeção, ele precisaria demonstrar que o ponto de ebulição não depende apenas da temperatura, mas também da pressão da atmosfera, e ainda que cerca de metade da massa do mar tivesse se transformado em vapor, a pressão teria aumentado tanto que o volume restante não poderia ferver nem mesmo a 250ºC. Mas ele não alcançaria a plateia com uma explicação dessas, pois, antes disso, ele teria de explicar física a não físicos.

Essa estratégia também é muito usada nos dias atuais, em qualquer tipo de debate envolvendo plateia, mas também é muito usada para manipular o grande público sobre diversos tipos de notícias tendenciosas envolvendo diversos assuntos diferentes.

        Um grande caso que aconteceu na mídia brasileira e gerou uma repercussão nacional, onde a pessoa que reproduziu a noticia e tinha como objetivo “manipular” o público a favor da possível vítima, foi o caso da Mariana Ferrer, que envolveu a “polêmica” do estupro culposo, caso que ocorreu em dezembro de 2018 no Cafe de la musique, em Florianópolis.