Resenha - História do capitalismo: uma visão panorâmica
Por: Nilton Silva • 19/12/2016 • Resenha • 1.803 Palavras (8 Páginas) • 1.650 Visualizações
Universidade Federal da Bahia – UFBA
Prof. Camila Carvalho / Disciplina: Legislação Social e Dir. trabalho
Aluno: Nilton Lourival da Silva Filho
Fichamento
PRONI, Marcelo Weishaupt. História do capitalismo: uma visão panorâmica. Cadernos do Cesit, Campinas, n. 25, p.1-39, out. 1977.
O artigo tem como objetivo apresentar um panorama da evolução do capitalismo, abordando um período precedente a revolução industrial até a eclosão da crise contemporânea.
A melhor forma de analisar o processo mutualístico do capitalismo, ou até mesmo, examinar como algumas ideias permaneceram constantes, temos que fazer a análise diante de uma perspectiva histórica.
Etapa 1 -TRANSIÇÃO PARA O CAPITALISMO
Nessa primeira parte vamos fazer um rápido esboço de como saímos do período feudal, para o processo capitalista de produção. Processo que demorou cerca de sete séculos.
No século XI, com o ressurgimento dos burgos e do comércio entre as regiões, as relações sociais do período feudal começou a ficar tensionado. Vale salientar, que é justamente essa a estrutura social feudal (estamentária) que foi um dos pilares da ruptura. Veja bem, a sociedade capitalista prima pelo direito da igualdade e liberdade (vide revolução francesa). A universidalidade que a sociedade capitalista tanto buscava era concretizado através da figura do mercado.
Durante o seguimento de transição, ocorreu a acumulação primitiva do capital. Período este que teve a valorização do capital e da usura, além disso, teve a expansão da produção de mercadorias. Essa expansão deve-se a dissociação da figura do produtor e seus meios de produção.
Na Inglaterra nós contemplamos a maturação do capitalismo, pois foi ela que reuniu as características necessárias para o desenvolvimento. Afinal, na Inglaterra que aconteceu a revolução industrial. Os motivos para esse advento ter acontecido por lá foram vários, mas os principais são: Estado absoluto, com poderes de concentrar a tributação, impulsionar a monetarização da economia e expulsar os mercadores estrangeiro; oferta de matéria prima e alimentos em quantidade no preço adequado; a preexistência de um sistema de crédito bancário.
Etapa 2 - A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A revolução industrial (ou capitalismo originário como também é conhecido), representou a constituição e realização de relações capitalistas de produção. Teve como pilares uma estrutura econômica baseado na produção industrial e a constituição de um proletariado originários dos centros dos próprios centros urbanos do país.
A partir de 1870, graças ao acúmulo de capital proveniente da indústria têxtil, foi estimulado a rápida urbanização dos centros regionais. Além disso, tivemos o começo da construção de diversos canais, estradas e diversos outros meios facilitadores do processo expansionista.
A revolução industrial na questão econômica, de fato foi um sucesso. Porém, ao mesmo tempo que foram surgindo novas categorias ocupacionais e novos ritmos de produção, ao mesmo tempo que criou e potencializou um pesadelo social sem precedentes – a super. sobreexploração consentida da mão de obra. A maquinaria representou a subordinação do trabalhador as condições impostas pelos detentores dos meios de produção
Etapa 3- A DIFUSÃO DO CAPITALISMO
Após o fim das guerras napoleônicas a Inglaterra conquistou uma posição de hegemonia econômica. Esta conquista deve-se a produção mecanizada das suas manufaturas. Não obstante, a Inglaterra assumiu a função de financiadora do comércio internacional.
A Inglaterra criou condições fomentar a acumulação industrial através da exportação de bens industriais, além disso ela induziu a industrialização de outras nações. Países como França, Alemão e EUA acompanharam os estímulos oferecidos pelo dinamismo da economia inglesa, portanto, conseguiram desencadear seu processo de industrialização interno.
Na verdade, podemos classificar a divisão da industrialização e por conseguinte do capitalismo, em duas partes: primeira onda e segunda onda. Na primeira onda temos os principais países como Alemanha, EUA, França e Inglaterra. Cujo padrão tecnológico era consolidado. Na segunda onda tivemos países como Rússia, Japão e Itália, cujo salto qualitativo foi mais árduo e complexo.
Cada país teve um contexto diferente antes do advento da industrialização. Os Estados Unidos, por exemplo, foi o único país de passado colonial que conseguiu se industrializar no século XIX. Tinha dois modelos distintos: no sul, colônias de exploração, onde predominava a grande produção escravista; no norte, colônias de povoamento, predominando a pequena produção independente. Entretanto, na Alemanha, a peculiaridade foi outra. A integração econômica e o surto
Industrializante precedem a plena constituição do Império Alemão. No Japão, não foi muito diferente de outros países da Europa, pois medida em que a crise do feudalismo japonês conduziu a uma estrutura econômica muito parecida, criando os pré-requisitos para a constituição do capitalismo. Já na Russa, a nobreza não tinha muitos interesses políticos e econômicos, coube então ao Estado mobilizar capitais e promover a industrialização.
Etapa 4- CAPITALISMO MONOPOLISTA E IMPERIALISMO
No período entre 1830 e 1890, ocorreram transformações no sistema econômico internacional, as quais trouxeram novas formas de concorrência e ao mesmo tempo, marcaram a transição para um novo estádio de desenvolvimento do capitalismo. Na Inglaterra, o padrão de concorrência capitalista permitia o surgimento “espontâneo” de novos capitais industriais. A esse padrão de acumulação baseado no livre funcionamento das forças do mercado, pode-se chamar capitalismo concorrencial.
Ao longo do último quarto do século passado, aceleraram-se certas transformações que acabariam por desarticular a ordem econômica internacional fundada pelo capitalismo inglês. À medida que a Inglaterra foi perdendo o monopólio da produção industrial o livre comércio dava lugar ao protecionismo. Intensificou-se assim, o processo de centralização e de concentração de capitais, com a fusão de empresas e a união de bancos e indústrias. O acirramento da concorrência capitalista propiciou o surgimento do capitalismo monopolista.
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