Resenha do Livro: Capitalismo monopolista e serviço social
Por: Beatrizanjos321 • 21/6/2018 • Resenha • 1.662 Palavras (7 Páginas) • 3.127 Visualizações
Resenha sobre o livro “Capitalismo Monopolista e Serviço Social” do autor José Paulo
Netto, 2º Edição - São Paulo: Cortez, 1996
José Paulo Netto é graduado em Serviço Social pela UFJF, Doutorado pela PUC-SP e
Professor Titular na Escola de Serviço Social da UFRJ. Conhecido também por ser um
intelectual marxista que visa mesclar seu engajamento político com a leitura e produção
teórica, sendo um dos grandes divulgadores do marxismo crítico no Brasil , além de tudo
realizando traduções de obras de Engels, Lucáks, Lênin e o próprio Marx.
Além da obra citada no começo do escrito, José Paulo Netto também produziu outras obras
como “Introdução ao estudo do método de Marx”, “O que todo cidadão precisa saber sobre o
comunismo”, “Ditadura e Serviço Social”, entre outros livros.
O texto apresenta a reconfiguração da dinâmica do capital em sua transição de capitalismo
concorrencial para o capitalismo monopolista, que vai resultar em uma série de mudanças,
desde a atuação do estado, esse que foi capturado pelos monopólios, em políticas sociais, a
fim de garantir a preservação e reprodução da força de trabalho, reestruturar as relações
sociais, como também a intensificação das expressões da questão social, sendo todas essas
mudanças como etapas necessárias para a reprodução do capital
“Capitalismo Monopolista e Serviço Social” é dividido em 2 Capítulos: As condições
históricas da emergência do Serviço Social e A estrutura sincrética do Serviço Social.
Dentro desses capítulos existem 4 itens no primeiro capítulo que vão montando uma narrativa
das condições históricas e suas alterações de acordo com as mudanças políticas e sociais, que
vão influenciar profundamente o surgimento do Serviço Social, não como atividade que
institucionaliza a caridade, mas sim, um profissão inserida na divisão sociotécnica do
trabalho, onde o estado necessita de um trabalhador qualificado para exercer a função.
No Segundo Capítulo existem 5 itens que vão tratar da progressão da profissionalização do
Serviço Social que é respaldada pelo Conservadorismo e pela análise do movimento da
realidade, que pode ser resumido em uma bandeira crítica do Serviço Social, totalizando 165
páginas
O texto começa colocando a legitimação do Serviço Social a Questão Social, em outras
palavras, só existe Serviço Social de forma institucionalizada porque há Questão Social.
É a necessidade do capital em se ampliar cada vez mais é que vai gerar e intensificar as
expressões da questão social, é inerente ao capitalismo a produção de mazelas, frutos da
ordem burguesa.
O Capitalismo Monopolista absorve as contradições do Capitalismo concorrencial e cria
novas contradições, necessitando da reafirmação de leis gerais e a constante alteração das leis
específicas inerentes ao estágio também conhecido como imperialista, visando através do
controle de mercados a ampliação do lucro, afinal, podendo controlar o preço é possível
também controlar a taxa de lucro, já que monopólios podem progressivamente aumentar seu
preço, consequentemente, sua margem de expropriação, além disso é afirmado que os investimentos vão se concentrar nos setores de maior concorrência, que o trabalho vivo é
economizado através da introdução das novas tecnologias e custos de venda sobem, em
contrapartida diminui o lucro dos monopólios e aumenta o número de consumidores
improdutivos. A centralização dos capitais leva a um fenômeno específico do capitalismo
monopolista que é a Supercapitalização, que é o crescimento exponencial dos excedentes,
nem mesmo a indústria bélica, a migração de capital ou a queima de excedentes em
atividades que não criam valor solucionavam a supercapitalização. Outro fenômeno
destacado é o parasitismo da burguesia vista de dois ângulos, um ao engendrar a Oligarquia
financeira e a burocratização da vida social, multiplicando ao extremo atividades
improdutivas e setores terciários que consolidam a monopolização. O ápice da contradição
capitalista vem da apropriação individual e da socialização da produção, dinamizada pela
reconfiguração do estado, mais intervencionista, não se resguardando apenas as funções
políticas como também a funções econômicas, atuando mais na esfera estratégica onde se
fundem atribuições diretas e indiretas do estado, tornando-se um administrador da crise
inerente ao capitalismo. O estado passa ser um responsável primário pela manutenção e
reprodução da força de trabalho, tal como, da força de trabalho empregada e excedente, que
sazonalmente vai ser aproveitada de acordo com as necessidades do capital.
No item seguinte, o texto aborda o enfrentamento das expressões da Questão Social no
capitalismo monopolista se dá através da intervenção do estado que é dual: Atua com
políticas
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