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Resenha do filme Daens – Um Grito de Justiça

Por:   •  23/10/2018  •  Resenha  •  482 Palavras (2 Páginas)  •  853 Visualizações

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O filme “Daens – Um Grito de Justiça” dirigido por Stijn Coninx, conta a história de um padre belga Adolf Daens, que no final do século XIX mudou-se para a cidade de Aalst. Século este, marcado pela solidificação do capitalismo e do sistema de produção.

Sob essa nova ordem social e econômica, para sobreviver, as pessoas (homens, mulheres e crianças) foram obrigadas a venderem sua força de trabalho. No qual eram submetidos a abusos patronais, tendo que exercer extensas jornadas de trabalho, em locais insalubres, repetindo o mesmo movimento por até 16 horas diárias.

 Não satisfeito com a situação e buscando a justiça social, Daens, que se encontrava instalado na casa do irmão, dono de um jornal local, publicou um artigo denunciando o trabalho infantil nas fábricas e descreveu as condições miseráveis dos trabalhadores de Aalst. Exigiu também que a fábrica de tecidos fosse investigada por um comitê, entretanto, os proprietários esconderam as crianças e obrigaram as mulheres a mentir.

Eis que uma criança morre dentro da fábrica e os operários fizeram uma greve reivindicando melhores condições de trabalho. Defendendo o sufrágio universal, e seguindo uma linha diferente à de maximização dos lucros e competitividade defendida pela burguesia o padre se candidata a deputado e acaba por ser suspenso das tarefas sacerdotais. Apoiado pela classe operária, os socialistas e alguns burgueses liberais, lutou pela defesa dos menos favorecidos no Sistema e fora eleito por dois mandatos. Ampliando sua força em defesa por melhores salários, condições de vida, e criando os primeiros sindicatos.

Analisando situações semelhantes às citadas anteriormente, conclui-se que em meio das razões políticas e econômicas da Revolução Industrial, surgem os direitos sociais, que visa melhorar as condições precárias de vida e de trabalho para a classe menos favorecida, e com auxílio de outras leis conquistaram direitos trabalhistas, seguridade social, proteção à infância e aos desamparados.

A classe menos favorecida vivia em condições subumanas, não possuía uma estrutura física apropriada para sobreviver com dignidade. Por outro lado, burgueses desfrutavam luxo a custa da exploração da mão de obra dos operários. Com o auxílio de Daens, a classe dos proletariados firmou os primeiros sindicatos e lutou por direitos e garantias sociais, e aos poucos fora dirigindo os seus movimentos contra o capitalismo industrial. A igreja era detentora de poder, entretanto, condenava a doutrina socialista e era aliada aos donos das indústrias e a burguesia.

Por fim, conclui-se que a desigualdade na relação empregatícia faz necessária a proteção das relações de trabalho. E o Direito do Trabalho nasce com as funções de melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica, modernizante e progressista, com uma política conservadora, civilizatória e democrática. Vale ressaltar, que a Revolução Política Francesa com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, também inovou a ordem econômica e social, existindo assim intervenção estatal nas relações de trabalho, reconhecendo os direitos sociais e buscando um mínimo de vida digna.

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