Resumo A Arte de Argumentar
Por: begeclaro • 18/5/2016 • Resenha • 4.545 Palavras (19 Páginas) • 6.258 Visualizações
PUC-Campinas
Caroline de Campos Stocco
Resumo do livro “A Arte de Argumentar”
Campinas
2016
PUC-Campinas
Caroline de Campos Stocco
Resumo do livro “A Arte de Argumentar”
Resumo sobre o livro “A Arte de Argumentar, de Antônio Suárez Abreu. Da disciplina de Linguagem Jurídica I, do Professor Luís Renato Vedovato.
Campinas
2016
O livro “A Arte de Argumentar” de Antônio Suárez Abreu trata à respeito do que é argumentar, como fazê-lo e os métodos para realizar sua argumentação de forma clara e persuasiva.
Segundo o autor, saber argumentar é saber integrar-se ao universo do outro. É obter aquilo que queremos, mas de modo cooperativo e construtivo, traduzindo nossa verdade dentro da verdade do outro.
Antes de apresentarmos nosso argumento, devemos gerenciar nossas informações. É fato que a mídia nos oferece uma “visão tubular” das coisas. É como se olhássemos apenas a parte da realidade que ela nos permite olhar, e da maneira como ela quer que nós a interpretemos. Além disso, há ainda os processos de manipulação. E para nos defender de tudo isso, precisamos buscar informações em outras fontes para, então, podermos estabelecer uma argumentação em bases confiáveis.
Ainda nessa linha de raciocínio, quando entramos em contato com o outro, não gerenciamos apenas informações, mas também a nossa relação com eles. É preciso vencer o medo de conhecer o outro em nível pessoal, pois é no relacionamento com o outro que que vamos nos construindo como pessoas humanas e ganhando condições de sermos felizes.
Antônio Suárez Abreu, distingue a diferença entre argumentar, convencer e persuadir. Argumentar é a arte de convencer e persuadir. Convencer é saber gerenciar informação, é falar à razão do outro, demonstrando, provando. Etimologicamente, significa vencer junto com o outro. E por último, persuadir é saber gerenciar relação, é falar a emoção do outro.
A diferença entre convencer e persuadir é que, convencer é construir algo no campo das ideias, isto é, quando convencemos alguém, esse alguém passa a pensar como nós. Persuadir é construir no terreno das emoções, é sensibilizar o outro para agir. Quando persuadimos alguém, esse alguém realiza algo que desejamos que ele realize.
Em suma, argumentar é a arte de, gerenciando informação, convencer o outro de alguma coisa no plano das ideias e de, gerenciando relação, persuadi-lo, no plano das emoções, a fazer alguma coisa que nós desejamos que ele faça.
Indo um pouco mais além, a arte de argumentar surgiu em Atenas, na Grécia antiga, por volta de 427 a.C., quando os atenienses, tendo consolidado na prática os princípios do legislador Sólon, estavam vivendo a primeira experiência de democracia de que se tem notícia na História. Para auxiliar os cidadãos a conseguirem dominar a arte da argumentação, afluíram a Atenas, mestres itinerantes que tinham competência para ensinar essa arte. Eram os sofistas.
A retórica, ao contrário da filosofia sofista da época, trabalhava com a teoria dos pontos de vista ou paradigmas. A primeira tarefa da retórica clássica tem como objetivo o descobrimento e o estudo de verdades científicas. Tratava-se de descobrir temas conceituais para discussão.
O autor, indo mais adiante, conceitua os discursos de senso comum, paradoxo e maravilhamento. Neste primeiro, trata-se de um discurso que permeia todas as classes sociais, formando a chamada opinião pública. Este, não é um discurso articulado, é formado por fragmentos de discursos articulados.
Já, o discurso de paradoxo, é contra o discurso do senso comum, ou seja, apresenta opiniões contrárias ao senso comum. Levando, seus ouvintes ou leitores a experimentarem o maravilhamento, isto é, a capacidade de voltar a se surpreender com aquilo que o hábito vai tornando comum.
As condições de argumentação são, em primeiro lugar, definir uma tese e saber para que tipo de problema essa tese é resposta. Ou seja, é necessário primeiro fazer a pergunta e quando todos estiverem procurando uma solução, lançar a ideia.
Em segundo lugar, é necessário ter uma “linguagem comum” com o auditório.
E em terceiro lugar, estabelecer um contato positivo com o auditório, com o outro. Saber ouvi-lo, prestar atenção ao som de sua voz, e ler com os olhos suas expressões corporais.
E por último, a quarta condição é agir de forma ética.
Há ainda para se definir o que é auditório e o que é interlocutor. Um repórter que entrevista você é seu interlocutor, os leitores do jornal ou os telespectadores em suas casas, são o auditório.
Há, dois tipos de auditório, o universal e o particular. O auditório universal é um conjunto de pessoas sobre as quais não temos controle de varáveis. São aqueles que, por exemplo, assistem a um programa de televisão, são pessoas de diferentes classes sociais, de idade diferentes, diferentes níveis de instrução e de diferentes regiões do país. Já auditório particular, é um conjunto de pessoas cujas variáveis controlamos. Como uma turma de alunas de uma escola de segundo grau. Trata-se de pessoas jovens, do sexo feminino e com o mesmo nível de escolaridade.
Segundo Antônio Suárez Abreu, ao iniciar um processo de argumentação visando ao convencimento, não devemos propor de imediato nossa tese principal, a ideia que queremos “vender” ao nosso auditório. Devemos, antes, preparar o terreno para ela, propondo alguma outra tese, com a qual nosso auditório possa antes concordar.
Essa tese preparatória chama-se tese de adesão inicial. Uma vez que o auditório concorde com ela, a argumentação ganha estabilidade, pois é fácil partir dela para a tese principal. As teses de adesão inicial fundamentam-se em fatos ou em presunções e estas, por sua vez, são suposições fundamentadas dentro daquilo que é normal ou verossímil.
As técnicas argumentativas são os fundamentos que estabelecem a ligação entre as teses de adesão inicial e a tese principal. Essas técnicas compreendem dois grupos principais: os argumentos quase lógicos e os argumentos fundamentados na estrutura do real.
Os argumentos quase lógicos são divididos em compatibilidade e incompatibilidade; regra de justiça; retorsão; ridículo e definição.
Utilizando a técnica de compatibilidade e incompatibilidade, a pessoa que argumenta procura demonstrar que a tese de adesão inicial, com a qual o auditório previamente concordou, é compatível ou incompatível com a tese principal.
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