Revolução dos Estados Unidos

                                Revolução dos Estados Unidos

        A revolução dos Estados Unidos, também chamada de revolução americana, foi uma série de acontecimentos desencadeados pelo descontentamento das colônias americanas contra a dominação da Inglaterra. Ela é dividida em três grandes partes, a resistência e revolta (1763), a independência (1776) e a criação de uma constituição física (1787).

        Após a Guerra dos Sete anos, onde a Inglaterra saiu vencedora, a França foi obrigada a ceder vários territórios na America do norte, fazendo com que o território que os colonos poderiam ocupar e explorar se expandisse e a produção tomasse patamares não alcançados anteriormente. Em consequência disso um grande crescimento econômico foi notado, entre 1747 e 1765, as exportações  americanas para a Inglaterra quase duplicou e como o consumo de cereais pelos europeus crescia a passos largos, exportadores americanos aumentavam os preços  dos produtos e obtinham mais lucro. Este aumento nos preços das exportações proporcionou um aumento na qualidade de vida dos americanos, produtos que antes eram considerados de luxo agora eram tratados como gerais. Alguns historiadores consideravam essa como uma verdadeira "Revolução do Consumo" na America do Século XVIII.

        Com o desenvolvimento do império britânico na América do Norte, era necessária uma reforma para delimitar fronteiras, nomear autoridades e regular o comércio com tribos nativas. No entanto, essa reforma custaria caro já que a Inglaterra tinha uma dívida de guerra de mais de 130 milhões de libras com juros de 5 milhões anuais e um orçamento médio de somente 8 milhões. Assim a Inglaterra teria que procurar outros modos de conseguir recursos financeiros.

        O governo britânico começou então uma reforma, começando com a "Proclamation of 1763" que criava três novas instancias de governo, aumentava outra e transformava uma vasta área além dos Montes Apalaches em terras indígenas, criando descontentamento por partes dos colonos que viviam naquela área.

        Em 1764 foi introduzido o "Sugar Act" que estabelecia uma série de regras de comércio colonial. Entre elas estava a inspeção de navios americanos, exclusividade no comércio de cereais e outros. Esse ato também aumentava taxas alfandegárias e novos tributos nas importações americanas.

        No ano seguinte foi promulgado o "Stamp Act" que impunha regras e novos tributos aos jornais americanos e os correios. Em 1766, o "Declaratory act" reafirmava o poder britânico sobre a colônia americana. Em 1767 foi imposto os "Townshend Acts", um deles obrigava Nova Iorque a não desenvolver atividades econômicas antes de abastecerem os navios britânicos  estacionados lá. Outro criava fiscais para supervisionar o cumprimento das leis. E o último criava impostos sobre a importação de vidro, chumbo, tinta, papel e chá.

        Iniciou então um movimento de resistência e revolta contra o domínio britânico. O primeiro aconteceu em Boston contra os soldados ingleses estacionados lá. O segundo foi em 1773 contra a "Tea Act" que monopolizava o comércio de chá à Companhia das Índias Orientais. Colonos se fantasiaram de índios e jogavam ao mar três navios de chá inglês ao mar, fato que ficou conhecido como "Boston Tea Party". Os ingleses então lançaram em 1774 os "Intolerable Acts" que fechava as assembléias legislativas, instauraram o "Boston Port Act" que encerrava as atividades do porto para navios mercantes e  proibiram Massachusetts de organizar reuniões sem o aval do governador.

        Em 1774 os americanos , em resposta as medidas impostas, realizaram o primeiro Congresso Continental com representantes de todas as colônias, exceto a Geórgia, na Filadélfia. Nessa convenção foi aprovada a Declaração dos Direitos dos Colonos, essa declaração  estabelecia a autonomia dos colonos para estabelecer impostos a si mesmos e fazer leis para o próprio governo. Dava também direito aos colonos de se reunir, de enviar petições e protestos ao governo inglês e de viver sem a presença do exército inglês em tempos de paz. E somando-se a isso, decidiram não importar ou consumir bens ingleses até que fosse revogados os "Intolerable Acts".

        Com o apoio da França, os confrontos militares contra as  tropas inglesas começaram em Abril de 1775, com a batalha de Lexington, desencadeando uma guerra que duraria até 1882. Sendo que em 4 de julho de 1776 foi declarada a Independência dos Estados Unidos da América. Nessa luta pela independência a diplomacia americana teve muita relevância no resultado. Pode se dizer que, sem o apoio da França, os Estados Unidos nunca teriam conseguido a independência.

        Os Estados Unidos tinham conhecimento do ressentimento francês pelos ingleses. Assim, tentando se aproveitar disso, mandaram uma comissão a França para tentar obter financiamento e auxílio bélico para o decorrer da guerra. Esses enviados, liderados por Benjamin Franklin chegaram a França em Dezembro de 1776 para tentar um tratado não somente com os franceses, mas também com a Espanha e Holanda.

        Como não era de interesse para a França um tratado de paz entre os Estados Unidos e a Inglaterra, em 1778 eles assinaram um tratado de comércio e amizade. Com esse tratado a França oficialmente entraria na Guerra. Nele Benjamin Franklin conseguiu manter cláusulas que proibia a França de obter territórios em terras americanas, mas que afirmava auxílio americano na dominação de ilhas no Caribe.

        Já com a Espanha as negociações não eram tão amistosas. Essa por sua vez temia que esse mal da independência atingisse suas colônias, somente com a assinatura do Tratado de Aranjuez ela aceitou entrar na guerra, mesmo assim como aliada França e não dos Estados Unidos. Essa aliança Franco-Espanhola foi de fundamental importância para a vitoria Norte Americana, já que, com o apoio naval espanhol os Estados Unidos e a França venceram a decisiva batalha de Yorktown em outubro de 1781.

        Após a derrota na batalha de Yorktown, a Inglaterra enviou um emissário para tentar um tratado de paz separadamente com Franklin. Desrespeitando as cláusulas do acordo com os franceses, em novembro de 1782, o tratado de paz foi assinado. Esse tratado firmava a independência dos Estados Unidos da América e estabelecia fronteiras que ultrapassavam em muito o que os americanos tinham dominado militarmente.

        Em 3 de setembro de 1783, em Paris, um tratado final de paz entre Estados Unidos, França, Inglaterra e Espanha foi assinado. Agora os Estados Unidos era uma nação independente. Em termos de política externa, conseguiu um feito louvável, pois, aliou-se a França, assustou a Inglaterra com ela e conseguiu um tratado de paz generoso.