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Trabalho Resumo Os Bens e Seu Valor

Por:   •  9/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.030 Palavras (9 Páginas)  •  241 Visualizações

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Resumo

Os Bens e Seu Valor

Os bens formam a base da riqueza nas sociedades ca­pi­ta­listas. Os bens são mercadorias que satisfazem as ne­ces­si­dades humanas, seja diretamente, como o alimento ou a roupa, ou in­di­re­ta­mente, como as máquinas e materiais que produzem o alimento ou a roupa. Cada tipo de bem carrega dois tipos de valor:

Valor de Uso – que mede a utilidade de um produto. O valor de uso é uma parte inerente do item individual e não pode ser separado dele. O valor de uso independe da quantidade de trabalho exigida para se fazer uma mercadoria. Por exemplo, um comprador que adquire uma tonelada de aço não está interessado no esforço necessário para produzi-lo.

Valor de Troca – que mostra a relação de valor entre dois produtos específicos. Por exemplo, uma determinada quantidade de trigo pode ser trocada por uma quantidade exata de seda. O valor de troca de um item incorpora a quantidade de trabalho exigida para criar o mesmo.

“Uma mercadoria parece, à primeira vista, algo muito trivial e de fácil compreensão. A sua análise mostra que é, na realidade, uma coisa muito estranha, cheia de sutilezas metafísicas e refinamento teológico.”

Todos os produtos possuem um fator em comum: o trabalho necessário para a sua criação. O trabalho atribui valor a um item e também deriva o seu valor do item. O trabalho e o tempo necessário para se fazer um produto determina o seu valor. Pensar sobre os produtos desta forma permite que você divida um trabalho sofisticado e complexo em uma série de tarefas simples; assim, tarefas intrincadas se tornam atividades simples.

Pro­du­ti­vi­dade Laboral

A eficiência do trabalho pode variar muito, dependendo das condições ambientais, estruturas sociais, níveis de tecnologia, for­ne­ci­mento de ma­té­rias-primas, pesquisa científica e habilidades dos fun­ci­o­ná­rios. Levando todos estes fatores em conta, uma empresa pode produzir uma certa quantidade de mercadorias em um determinado período de tempo. Contanto que todos as fatores permaneçam iguais, se você produzir a mesma quantidade e qualidade de um bem de forma consistente, o valor do que você produz continua sempre o mesmo. Portanto, o valor de um produto depende da pro­du­ti­vi­dade do trabalho. Por exemplo, como a extração de diamantes é difícil e consome tempo, os diamantes são muito valiosos. Se você pudesse encontrar uma maneira fácil de converter carvão em diamantes, estas pedras preciosas se tornariam muito menos valorizadas. Da mesma forma, o progresso tecnológico acelera a pro­du­ti­vi­dade do trabalho, porque invenções e máquinas são capazes de produzir mais mercadorias em menos tempo.

O Trabalho Como Mercadoria

A “mais-valia” tem a sua origem no trabalho que os tra­ba­lha­dores devem vender como mercadoria porque não possuem os “meios de produção”, isto é, as máquinas e materiais necessários para produzir bens. O que os tra­ba­lha­dores precisam para sobreviver determina parte do valor do seu trabalho. Além da comida, pode haver outras ne­ces­si­dades, dependendo do nível mínimo de sub­sis­tência de determinada era ou cultura. O valor de troca do trabalho, ou o salário diário de um trabalhador, garante apenas o nível mínimo de so­bre­vi­vência. Mas o tempo e esforço dos tra­ba­lha­dores são o seu valor de uso, uma parte intrínseca de si mesmos. Os compradores desse valor de uso (os ca­pi­ta­listas) vão empregá-los para criar a mais-valia, isto é, “a diferença entre o valor do produto do trabalho e os custos de produção daquele trabalho, ou seja, a sub­sis­tência do trabalhador”. Assim, a mais-valia vai diretamente para o capitalista cujo dinheiro investido a transforma em capital.

“A circulação do dinheiro como capital é um fim em si mesmo, pois a expansão do valor só ocorre dentro deste movimento que é renovado cons­tan­te­mente.”

Os equi­pa­mentos e ma­té­rias-primas utilizados como recursos no processo de produção constituem o “capital constante”. Esse valor não se altera durante o ciclo de produção. Mas a força de trabalho é diferente: ela produz um determinado valor que o trabalhador recebe como salário fixo e qualquer mais-valia que surja é mantida pelo capitalista. Este trabalho convertido representa o “capital variável”. Na essência, “o trabalhador aparece como um elemento incorporado no capital do processo produtivo, o seu fator ativo e variável”.

“A circulação do capital, portanto, não tem limites.”

A utilização do trabalho como uma mercadoria significa que, ao final de um dia de trabalho, os tra­ba­lha­dores têm nas suas mãos uma quantia em dinheiro por prestarem um trabalho ao invés de criarem um item. A sua proximidade com o produto acabado é, assim, perdida: os tra­ba­lha­dores se afastam do trabalho, pois o seu resultado não lhes pertence mais. O trabalho é parte integrante da per­so­na­li­dade humana. Mas os tra­ba­lha­dores das indústrias que realizam atividades es­pe­ci­a­li­zadas e sem en­vol­vi­mento mental não se conectam com o seu trabalho.

“Como re­pre­sen­tante consciente desse movimento, o possuidor do dinheiro se torna um capitalista. A sua pessoa, ou melhor o seu bolso, é o ponto de partida e de retorno do dinheiro.”

A quantidade da mais-valia obtida representa o grau de exploração dos tra­ba­lha­dores. Eles são afastados da mais-valia gerada pelo seu trabalho. Uma vez tendo trabalhado as horas suficientes para cobrir as despesas de seu salário diário, cada hora extra trabalhada beneficia apenas ao capitalista. O capitalista tenta aumentar a mais-valia estendendo o horário de trabalho ou aumentando a carga de trabalho realizada durante o tempo do expediente. Assim, a pro­du­ti­vi­dade sobe sem aumento de salários para os tra­ba­lha­dores.

O Fetichismo do Dinheiro e das Mercadorias

His­to­ri­ca­mente, o simples ato de troca de bens utilizava uma forma básica de equi­va­lência: as pessoas trocavam conchas ou animais por mercadorias em quantidades es­ta­be­le­cidas. A troca de bens foi no passado parte de uma relação essencial entre os seres humanos. Even­tu­al­mente, as moedas feitas de metais preciosos se tornaram populares como meios de troca. Facilmente dividido em valores diferentes, o dinheiro metálico carregava em si valor suficiente para se tornar um substituto para outros bens. Mas em algum momento, o dinheiro perdeu o seu significado relativo, tornando-se uma encarnação abstrata do valor de troca. O valor material do papel-moeda, ao contrário das moedas feitas a partir de metais preciosos, não desempenha papel algum na sua função como uma medida do valor. O valor do dinheiro está em si mesmo, não no que representa; ele se tornou um “fetiche”.

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