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Trabalho do Filme Um Crime de Mestre

Por:   •  7/6/2016  •  Resenha  •  15.882 Palavras (64 Páginas)  •  8.018 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEEVALE

PATRÍCIA DE MELO MEDEIROS

UM CRIME DE MESTRE

Novo Hamburgo

2016

PATRÍCIA DE MELO MEDEIROS

UM CRIME DE MESTRE

Primeiro processo avaliativo da disciplina Sociologia Jurídica, apresentado a Universidade Feevale.

Novo Hamburgo

2015

O filme “Um Crime de Mestre”, de nome originalmente intitulado “Fracture” de 2007,dirigido pelo direitor  Gregory Hoblit, que tem no elenco nomes como Anthony Hopkins, Billy Burke e Ryan Gosling.

 O filme se inicia com a tentativa de homicídio  contra Jennifer Crawford( Embeth Davistz) praticada pela sua marido Theodore Crawford (Anthony Hopkins), motivado pelo ciúme doentio, já que sua esposa o traia com Rob Nunally (Billy Burke), tenente especializado em negociação de reféns.

Theodore utiliza toda sua habilidade adquirida com seu trabalho de arquiteto e elabora um plano criminoso. Ele tomou conhecimento de quem Rob seria e que após os tiros desferidos, testemunhas chamariam a policia, e seria o amante de sua mulher quem iria ser acionado para tal ocorrência e assim, veria sua amante baleada. Foi depois de todo o plano inicial que Ted confessa que tentou matar sua mulher para o tenente e é preso em flagrante, porém mais tarde ele nega ser o criminoso.

É nessa hora que entra em cena William Beachum (Ryan Gosling), jovem e promissor promotor que está prestes a mudar da área publica para a privada e a ele foi pediu que pegasse o caso de Theodoro. William, que tinha ganhado 97% de seus casos e provido de um ego muito grande, imagina que o caso seria fácil, logo que Ted foi pego na cena do crime, portanto uma arma e ainda assinou uma confissão dizendo ser o responsável pela tentativa de homicídio da esposa. Contudo, o caso ganha uma grande reviravolta, ao se descobrir que a arma que Ted portava no momento, não era a mesma que teria sido responsável pelo tiro que colocou sua mulher em coma. Preocupado e com seu futuro emprego em jogo, William faz várias buscas na casa do casal, porém não há sinal de outra arma e o promotor começa a perder certa credibilidade com a agência que iria contrata-lo.

 Entretanto, acabou vindo a tona que Jennifer mantinha um relacionamento extraconjugal com Rob, o tenente que recolheu a confissão de Ted. O que complica ainda mais o caso, já que sua confissão é desqualificada, já que ele poderia ter sido coagido a confessar. Tudo indicava que o arquiteto sairia impune do crime, que mesmo confesso, não tinha provas materiais que fora ele. Foi então que o tenente procura William para propor novo plano. Nunally implantaria uma arma na cena do crime, já que conseguiria trocar os projetis encontrado na residência pelos da arma em questão. Tal plano divide muito a opinião do promotor, já que por um lado, conseguiria êxito no caso, mas por outro, seria uma prova ilícita o que colocaria toda sua carreira em risco.

No final, William perde o caso e acaba ficando obsecado por ele, o que acaba com toda a oportunidade de trabalhar na área privada. Theodore, agora solto, consegue uma autorização para desligar os aparelhos que sustentavam a vida de sua esposa, concluindo assim o crime que havia começado em sua casa.

O que Theodoro não contava era que William não desistiria assim tão fácil. Depois de analisar o processo muitas e muitas vezes, o promotor nota a semelhança da arma do acusado, com a arma do tenente Rob. Com o falecimento de Jennifer, William consegue a bala que se encontrava alojada na cabeça da mulher, e que confere com a arma utilizada pelo tenente Rob, quando se suicidou no tribunal após o fim da audiência que libertou o arquiteto, e chegou a conclusão que a arma fora trocada pelo próprio acusado.

É com base nisso que Willy consegue montar o quebra cabeça que quase custou sua brilhante carreira e consegue levar Theodore a julgamento uma segunda vez, porém agora com a acusação de homicídio. O filme termina no início da audiência com o acusado rodeado de advogados, muito diferente da primeira vez, quando decidiu fazer a própria defesa.

Durante o filme, a cenas de uma esfera de vidro descendo por caminhos de um grande engenho cinético que o arquiteto construiu uma vez. Toda essa estrutura representa a mente e funcionamento do cérebro do personagem. Por isso, uma cena bem expressiva, é a qual William consegue modificar a engrenagem, finalmente entendendo como funciona a mente do acusado, e assim, modificando o final da trama. Esta cena, tem como significado principal, o entendimento da mente do homicida passional, rótulo dado a Ted. Entretanto, se esse fosse o caso, muitos de nós, daríamos razão a atrocidade cometida pelo arquiteto contra sua esposa. Já que a mesma o traia com outro homem, e com o pensamento da nossa sociedade extremamente machista, ela fez por merecer. Seduziu um homem bom e honroso, para depois leva-lo para o caminho do crime.

Só que há um porém. Theodore não é um homicida passional. Não houve motivação ou impulso cometido pelo “amor” em seu crime. Muito pelo contrario, todos seus movimentos foram meticulosamente planejados, como em um jogo de xadrez. Isso mostra que Ted é um psicopata, calculista, racional, extremamente inteligente, frio e obsecado por perfeição. Característica certa de psicopatia. Há uma cena no filme que mostra isso claramente. Na primeira vez que Willy interroga Ted, este lhe conta uma história sobre sua infância, em que fora visitar o tio que morava em uma fazendo, e este pediu a ele que separasse os ovos das galinhas que tinham imperfeições ou danos. Depois de um tempo, Ted voltou com uma cesta cheia de ovos, que ao ver de uma pessoa normal, eles estariam perfeitos. Contudo, ele acho milhares de defeitos.

O psicopata na sua jornada por perfeição, acaba deixando de lado qualquer emoção. Isto também dá para ver claramente no filme. Toda a frieza de Ted contrasta-se com as reações movidas unicamente pela emoção vindas do tenente Rob que ao ver que sua amada não teria chance de recuperação e seu assassino sairia impute, acaba cometendo suicídio.

Trazendo esse caso para o nosso sistema jurisdicional, se4ria bem provável que o arquiteto não sairia impune no primeiro julgamento, já que aqui no Brasil, há a culpa presumida. Diferentemente dos EUA, a presunção da culpa acontece quando, mesmo que não existam prova materiais, presume-se que o réu seja responsável pelo crime, baseado nas evidencias não materiais.

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