A Arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo
Por: Ricardo Nagel • 27/5/2018 • Resenha • 1.310 Palavras (6 Páginas) • 644 Visualizações
Ricardo Leandro Nagel, acadêmico do curso de Engenharia Elétrica do Instituto Federal de Santa Catarina
SCRUM: A Arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo
SUTHERLAND, Jeff. SCRUM: A arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo. São Paulo: Leya; 2014. 240 p.
Certamente você já se deu conta da velocidade em que o mundo está mudando, e da necessidade de se adaptar a ele. Cada vez mais precisamos tomar decisões precisas para nos diferenciarmos em um mercado extremamente competitivo em todas as áreas e, assim, atingir nossos objetivos, e, para isso, necessitamos projetar, e a maneira como fazemos isso hoje está obsoleta (método em cascata). A maioria dos projetos atrasa, estoura orçamento, perde qualidade, além de vários outros problemas que representam risco para o projeto, e o pior, é que só se conhece o resultado ao final do mesmo.
Sendo assim, em 1995, Jeff Sutherland e Ken Schwaber criaram o Scrum: um método com o objetivo de aumentar até 400% a produtividade de quem o utilizasse. Jeff Sutherland é formado pela Academia Militar dos Estados Unidos, um Top Gun que voou mais de uma centena de missões no Vietnã do Norte. Depois de 11 anos nas forças armadas, tornou-se médico na Faculdade de Medicina da Universidade do Colorado, onde se envolveu na coleta de dados e desenvolvimento de sistemas de TI, que fundamentaria o Scrum.
O livro está dividido em nove capítulos. No primeiro capítulo, "A maneira como o mundo funciona está quebrada", Sutherland aponta que o método que a maioria das empresas trabalha: o de cascata, está ultrapassado. Planejar um projeto é útil, porém planejar e seguir cegamente os planos é burrice, onde ficar desenhando diagramas sem fim não é a solução. Em um projeto, tudo deve ser acompanhado de perto por todos os envolvidos, e deve estar sujeito a mudanças, descobertas e inovações, para isso, de tempo em tempo deve-se parar e revisar o que já foi feito e, se isso deve continuar, e ainda, se existe uma maneira de ser feito melhor. Portanto trabalhar em um produto em ciclos curtos possibilita um feedback rápido e permite encontrar problemas que possam causar desperdício de esforço. Jeff usa o termo "mude ou morra", onde a empresa que ficar presa ao modo antigo de fazer as coisas, tenderá ao fracasso.
No segundo capitulo, "As origens do Scrum", Sutherland diz "saiba onde está, avalie suas opções, tome uma decisão e aja", onde uma ótima equipe, multifuncional e autônoma, será necessária para encontrar as respostas no ambiente em que se encontram. Edwards Deming foi criador de um ciclo muito utilizado no Scrum, o PDCA: Planeje (Plan — P), Faça (Do — D), Verifique (Check — C), Aja (Act — A), "planeje o que vai fazer. Faça. Verifique se o resultado é o que desejava e repita". Também é utilizado pensamentos japoneses como o Shu Há Ri, que são diferentes níveis de habilidade, que diz "Primeiro, aprenda as regras e as formas e, uma vez que as dominar, faça inovações".
O terceiro capítulo fala de "Equipes". Uma equipe deve trabalhar unida em um único objetivo. Trabalhar individualmente não é sinônimo de grandeza. A equipe deve ter a capacidade do concluir o projeto, tomando decisões próprias e agindo em prol de um único objetivo e em busca da grandeza, para que isso aconteça, uma equipe ideal deve haver sete membros, pode variar em dois para mais ou para menos, assim todos podem saber o que o outro está fazendo e o objetivo inicial será alcançado muito mais fácil.
No quarto capítulo, "Tempo", Sutherland diz que o tempo é finito, portanto, estar dentro do prazo é fundamental para o sucesso de um projeto, para isso, ele utiliza o que é chamado de Sprint, que seriam janelas de tempo em que os desenvolvedores do projeto devem planejar e entregar alguma parte do projeto, dessa forma evitará com que o projeto só seja testado no final e seja passível de um grande fracasso. Que também se utiliza de reuniões diárias para discutir o que foi feito, o que será feito e quais as dificuldades encontradas naquele Sprint.
No quinto capítulo, "O desperdício é um crime", Sutherland fala sobre o quanto esforço é desperdiçado quando se trabalha em vários projetos ao mesmo tempo, ou quando se trabalha meses em cima de um projeto para no final não ser concluído. Por isso deve-se estar atento para algumas coisas, como quando houver um erro, deve-se corrigi-lo imediatamente, e trabalhar horas a mais para isso, certamente não funcionará. "Optar pelo modo mais suave e sem problemas para concluir uma tarefa" é o que o Scrum indica.
No sexto capítulo, "Planeje a realidade, não a fantasia", Sutherland diz que planejar apenas o que se pode cumprir é o ideal. Para isso não adianta planejar demais ou com muita antecedência, pois algo pode dar errado e todo o planejamento ir por água a baixo. No Sprint, a equipe planeja o que vai fazer e dá pontos para aquele esforço, com isso, consegue saber o quanto de trabalho será feito e em quanto tempo levará para chegar lá.
O sétimo capitulo trata do que todos nós desejamos: "A Felicidade". Todos devem procurar a felicidade durante todo o processo, não só ao final como se fosse uma recompensa, pois desse modo a felicidade não será real. Não se deve esconder nada da equipe; tudo deve ser compartilhado. Para isso Jeff indica o Quadro Scrum, onde será divido as tarefas da equipe em colunas, e post-its serão histórias que estarão divididos em colunas com “Pendências”, “Fazendo” e “Feito”, com as tarefas daquele Sprint, e ao final a equipe escolherá um aprimoramento que a deixará mais feliz no próximo Sprint. Trabalhando felizes as pessoas tomam decisões mais inteligentes e são mais criativas, além disso, tendem a conquistar muito mais do que se imaginou.
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