A Conjuntura Econômica e a Carne dos EUA
Por: Bianca Ramos • 6/6/2016 • Trabalho acadêmico • 1.751 Palavras (8 Páginas) • 451 Visualizações
A conjuntura econômica
Os Estados Unidos possuem a economia mais poderosa do mundo. No entanto, o país conheceu sua pior recessão desde a década de 1930, na sequência da crise financeira de 2009. Graças a um plano de relançamento orçamentário e monetário de grande amplitude, a economia se recuperou. Em 2014, o crescimento econômico foi de 2,2%. Apesar deste resultado positivo, a economia tem variações sazonais significativas: o crescimento caiu 2,9% no primeiro trimestre de 2014, ao passo que aumentou 4,6% e 3,9% no segundo e terceiro trimestres 2014, respectivamente. O crescimento poderá chegar a 3,4% em 2015, em virtude do reduzido nível das taxas de juros, do dinamismo da criação de emprego e do baixo endividamento das famílias.
Desde 2009, a Reserva Federal (Fed) injeta uma grande quantidade de liquidez na economia americana, mas, no outono de 2014, anunciou o fim de seu programa de flexibilização quantitativa. Em paralelo, as taxas de juros da Fed permanecem baixas. Não está previsto que aumentem antes do final de 2015. Estas taxas de juro baixas alimentam o consumo interno, mas correm o risco de criar uma bolha de crédito. Por outro lado, Barack Obama procura relançar a economia, tendo o orçamento de 2013 alocado recursos para setores vulneráveis a fim de garantir o crescimento econômico e reequilibrar a fiscalidade. Foi também lançado um plano para reduzir o déficit público. No entanto, o envelhecimento da população poderá aumentar os gastos com saúde, uma vez que a reforma da saúde permitiu alargar a cobertura do seguro de doença. De acordo com uma sondagem, a maioria dos americanos sente que seu país ainda está em crise em 2014. O Partido Republicano ganhou assim a maioria no Senado e reforçou sua posição na Câmara dos Representantes depois das eleições de novembro de 2014. No entanto, Barack Obama implementou uma nova legislação de regulamentação financeira, que aplicou inúmeras coimas aos bancos em 2014, sendo que a regulação e supervisão dos mercados financeiros são objetivos importantes. Além disso, foram adotadas medidas, em setembro de 2014, para combater a evasão fiscal das empresas norte-americanas. Estas medidas deverão permitir recuperar 20 bilhões de dólares de receitas fiscais em dez anos. No plano internacional, os Estados Unidos enfrentam os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e a desaceleração econômica dos seus principais parceiros. Além disso, a subida do dólar penalizou as exportações em 2014.
A crise financeira mundial provocou uma onda de desemprego, que, depois, voltou a descer para 6,1% em 2014. Neste ano, 230.000 novos empregos foram criados por mês. No entanto, isto esconde uma redução da taxa de participação no mercado de trabalho. Tendo em conta os trabalhadores desencorajados, que abandonaram o mercado de trabalho, e aqueles que se vêem forçados a aceitar empregos a tempo parcial, a taxa de desemprego real é de 11,5% (contra 8-10% antes da crise). Além disso, os salários não sobem suficientemente. A desigualdade tem aumentado desde a década de 1980, alcançando atualmente seu ponto mais alto em um século. Em 2014, o número de cidadãos norte-americanos proprietários de um bem imobiliário atingiu seu nível mais baixo desde 1995. As famílias beneficiaram da queda dos preços do petróleo no final do ano. Este aumento do poder de compra das famílias é significativo, uma vez que suas despesas representam 70% da atividade econômica nacional.[pic 1]
Fonte: IMF - World Economic Outlook Database - Últimos dados disponíveis.
Os principais setores econômicos
Divisão da atividade econômica por setor | Agricultura | Indústria | Serviços |
Emprego por setor (em % do emprego total) | 1,6 | 16,7 | 81,2 |
Valor agregado (em % do PIB) | 1,3 | 21,0 | 77,7 |
Valor agregado (crescimento anual em %) | 0,3 | 3,8 | 2,2 |
O setor agrícola americano é, sem dúvida, o mais importante do mundo. Ele se caracteriza por uma alta produtividade e pelo uso de tecnologias modernas. Os Estados Unidos são um dos mais importantes produtores de milho, soja, carne bovina e algodão. Só a Califórnia produz mais de 12% da produção agrícola total do país. Contudo, a agricultura não representa mais do que 1% do PIB americano e emprega 1,6% da população ativa.
Os Estados Unidos são um país muito industrializado. O setor industrial representa 21% do PIB e compreende uma grande variedade de atividades. As mais importantes são a fabricação de máquinas elétricas e eletrônicas, de produtos químicos e de máquinas industriais, e os setores agroalimentar e automóvel. O país também é líder mundial nas indústrias aeroespacial e farmacêutica. A abundância de recursos naturais converteu os EUA em líder na produção de vários minerais e permite manter uma produção diversificada. O país é o maior produtor mundial de gás natural líquido, de alumínio, de eletricidade e de energia nuclear, e o terceiro produtor mundial de petróleo. Há vários anos a extração de gás de xisto vem se desenvolvendo em grande escala.
A economia americana é essencialmente baseada nos serviços. O setor terciário representa mais de três quartos do PIB e emprega 81% da mão-de-obra.
Fonte: World Bank - Últimos dados disponíveis.
O infográfico a seguir apresenta os níveis percentuais de liberdade econômica do Estados Unidos sob importantes aspectos – como liberdade fiscal, empresarial, monetária, em investimentos, entre outros. Os altos níveis estadunidenses indicam uma economia aquecida e livre, estando abaixo de seus níveis normais apenas a liberdade fiscal e os gastos do governo.[pic 2][pic 3]
A recuperação pós-recessão tem sido caracterizada por um crescimento lento, desemprego elevado, uma diminuição no número de americanos que procuram trabalho, e de grande incerteza, o que tem travado o investimento. Aumento de impostos e encargos regulatórios, agravado pelo favoritismo com relação a interesses entrincheirados, subcotaram o crescimento empresarial historicamente dinâmico da América.
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