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A Economia Empresarial

Por:   •  25/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.986 Palavras (8 Páginas)  •  157 Visualizações

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Atividade individual

        

Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios

Disciplina: Economia Empresarial

Módulo: 0821-1

Aluno: Igor Sanches

Turma: 3

Tarefa: Impacto da Covid-19 no setor automobilístico

INTRODUÇÃO

Apresente o setor econômico escolhido e fala sobre o seu trabalho em linhas gerais.

O desenvolvimento da economia brasileira foi ocasionado, em grande parte, pela indústria automobilística, visto que promoveu a repactuação produtiva e tecnológica, auxiliando o desenvolvimento do país (BOTELHO, 2000). Com o passar dos anos obteve impactos macro e microeconômicos, incidindo na mais recente crise econômica, caracterizada por uma desaceleração na economia, desemprego massivo e estrutural, instabilidades cambiais e financeiras.

O mercado automobilístico brasileiro que apresentou, em 2019, resultados insatisfatórios, piorou ainda mais devido à pandemia da Covid-19, resultando em um ano inabitual. O distanciamento social, preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar a transmissão da doença, paralisou por um longo período as fábricas montadoras de veículos, as empresas que forneciam insumos e inclusive as concessionárias.

Neste contexto, houve a interrupção da produção, férias coletivas e, em alguns casos, a demissão de funcionários do quadro de pessoal. A desordem da cadeia produtiva e a dificuldade na obtenção de produtos para as concessionárias contribuíram para o resultado desfavorável. Vale destacar também o impacto nas importações de insumos que são produzidos em outros países, como peças e acessórios.

CONTEXTO DO SETOR

Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores necessários à contextualização.

O impacto da COVID-19 na economia ocasionou uma queda de 4,1% no PIB (Produto Interno Bruto), sendo o setor da índústria um dos mais afetados.

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Importante destacarmos as reduções expressivas que a pandemia trouxe no setor industrial, sendo a produção de bens de consumo duráveis (-36,8%) e bens de capital (-21,2%), principalmente, o declive na fabricação de automóveis (-51,4%) e eletrodomésticos (-13,5%). Os artigos de vestuário e acessórios (-36,6%) e em couro, bem como, os artigos de viagem e calçados (-33,7%) também recuaram significativamente.

No gráfico abaixo, demonstramos a retração de 3,5% que o setor industrial representou no PIB.

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Fonte: IBGE

Os impactos no setor automobilístico incidiram no efeito dominó. Ou seja, menos vendas de carros, menos produção de peças e mais problemas indiretos.

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Fonte: ANFAVEA

A Anfavea estima que o faturamento dos fabricantes associados, em torno de R$ 200 bilhões/ano, por conta da crise econômica será reduzido em 30% a 40% estes anos, equivalente a perdas de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões. Dessa maneira, as matrizes no exterior, também afetadas pela pandemia, não poderão socorrer suas subsidiárias, e ausente de recursos, investimentos e lançamentos terão de ser obrigatoriamente adiados ou até cancelados.

No quadro abaixo, evidenciamos o declive de 49%, sendo em 2019 produzidos 1.241 veículos para produzir 631 veiculos em 2020. No entanto, em 2021, o mercado esboçou uma recuperação, uma vez que, produziu 982 veículos, apresentando aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Produção

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Fonte: FENABRAVE

Em abril/2020, houve a parada imediata ao longo do mês inteiro e a comercialização no setor despencou 73,6% em relação a igual mês do ano anterior, consolidando a retração do mercado que aconteceu no ano. Em 2020, as vendas do setor caíram 21,6%.

Quantidade comercializada em %

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Fonte: FENABRAVE

As vendas de automóveis e comerciais leves encerraram o ano com uma retração de 26,6%. Já pelo lado da demanda, também houve retração drástica no consumo das famílias e nos investimentos.

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Fonte: ANFAVEA

O consumo por parte das famílias fechou o ano com a variação negativa mais intensa (-5,5%) de toda a série atual do PIB, iniciada em 1996. De acordo com informações do IBGE, esta redução foi ocasionada principalmente pelas medidas de distanciamento social e pelos efeitos negativos da pandemia sobre o mercado de trabalho e sobre os serviços prestados às famílias.

ANÁLISE MACROECONÔMICA

Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise.

O cenário macroeconômico atual temos altos índices de desemprego, baixa renda, muita preocupação com o futuro e gasolina em alta. Na prática, tudo isso afasta os consumidores do mercado.

No gráfico abaixo, demonstramos a massa real de renda, assim como o PIB e o desemprego, também tiveram forte redução nos últimos anos.

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Fonte: IBGE

O desemprego no Brasil subiu para 12,6% no período de janeiro a março, impactando 12,8 milhões de pessoas e tendo o fechamento de aproximadamente 5 milhões de postos de trabalho em relação ao trimestre anterior.

No gráfico abaixo, expressamos o aumento do desemprego agravado pela Covid-19.

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A indústria desligou 1.484 empregados somente em julho/2020 e 6.148 foram demitidos nos últimos 12 meses. Quase todas as fabricantes de veículos estenderam os regimes de layoff e jornada reduzida, bem com tiveram reduções salariais.

Outro indicador que reflete os impactos da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho, a população ocupada teve queda recorde de 5,2%, em relação ao trimestre encerrado em janeiro, com isso tivemos uma perda de 4,9 milhões de postos de trabalho, que foram reduzidos a 89,2 milhões.

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O efeito sobre a indústria brasileira é significativo, visto que 85% das importações

do país são de produtos manufaturados, segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Na indústria, o setor automotivo é um dos mais impactados, porque as montadoras importam componentes e fazem parte da cadeia global, sofrendo o aumento dos custos de importação, além de já sentirem os efeitos da falta de insumos e componentes.

O aumento do déficit primário em relação ao PIB teve reflexos imediatos no setor produtivo, nos índices de confiança, níveis de emprego e disposição para financiamento no varejo, a indústria automotiva é um termômetro deste cenário, visto que teve grande parte da produção perdida e um declínio na demanda por novos veículos, fabricantes e fornecedores de automóveis.

O impacto da Covid-19 atingiu a indústria automotiva com celeridade, diminuindo drasticamente a receita, o que fez os fabricantes de automóveis enfrentarem um problema de fluxo de caixa devido ao seu alto custo fixo base. Atualmente, as montadoras estão perdendo eficiência aproximada de 12%, por conta dos protocolos de higiene que exigem espaços de trabalho maiores e limpeza contínua de ferramentas e equipamentos.

Grande parte dos fabricantes estão respondendo à combinação de altos níveis de estoque e incerteza de demanda, fabricando carros sob encomenda.

Com a alta do dólar, as montadoras tiveram que transferir o impacto cambial para o preço final dos carros, visto que na cadeia de produção temos milhares de elementos importados introduzidos na produção industrial. Esse aumento ocasionado pelo descompasso no câmbio, não trouxe benefícios para os veículos, apenas os preços aumentaram.

O aumento do dólar em relação ao real foi de aproximadamente 35%. Os precursores que justificam a escalada da moeda norte-americana perante à brasileira, estão a baixa taxa de juros, a instabilidade política do país e o aumento da dívida pública.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou 2020 em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%.

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Importante frisarmos que o aumento da inflação enfraquece o país, reduz o poder de compra da população e danifica a economia.

As famílias de renda mais alta experimentaram uma inflação acumulada de 7,1% no período, enquanto aquelas de renda muito baixa enfrentaram um crescimento de 11,3% nos preços.

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Fonte: IBGE

ANÁLISE MICROECONÔMICA

Apresente como o impacto direto na oferta e demanda do setor e a estrutura de mercado a qual pertence são influenciadas pelos mercados interno e internacional.

A produção de veículos apresentou crescimento nos últimos anos. Em 2017 foram produzidos 2,7 milhões de veículos, seguido por 2,9 milhões em 2018 e 2019. Porém, em 2020, a pandemia da Covid-19 e a crise econômica impactaram o setor, a paralisação na produção afetou negativamente a comercialização por parte das revedendoras.

A comercialização interna de veículos, representada pelo total de licenciamentos, que nos primeiros oito meses de 2019 foi de 1,8 milhão de unidades, reduziu para 1,2 milhão em iguais meses de 2020. Ainda analisando o total de licenciamentos no mesmo período, em 2020 foram 1,0 milhão de veículos nacionais e 132,5 mil veículos importados, em contraste com 1,6 milhão e 194,6 mil, respectivamente, no ano anterior.

Os automóveis e comerciais leves somaram, aproximadamente, 1,05 milhão de unidades nos oito primeiros meses de 2020, representando queda significativa de 45,2% em comparação com iguais meses de 2019.

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Fonte: ANFAVEA

O comércio exterior também foi atingido. As exportações de veículos, representadas por US$6,8 bilhões, de janeiro a agosto de 2019, sofreram redução para US$ 4,3 bilhões em 2020 no mesmo período. Pensando em unidades, ainda no mesmo período, houve redução de 41,3%, sendo 300,9 mil unidades exportadas em 2019 para apenas 176,7 mil em 2020. Essa queda pode ser explicada pela retração nas importações da Argentina, principal destino das exportações brasileiras de veículos.

Diante da redução no mercado interno e nas exportações, esse cenário impactou o total de oportunidades de emprego na indústria automotiva brasileira. Levando em consideração que as fábricas de autopeças situadas no Brasil fornecem para as montadoras, bem como para o mercado de reposição e exportação, o segmento teve variação na produção para as concessionárias e nesse período foram fechados 67.335 empregos nas autopeças.

Demonstramos no quadro abaixo, a evolução dos países Túrquia e Coréia do Sul, concomitantemente, aumentaram a produção de veículos, se comparamos 2019 com 2020, destacando a evolução expressiva 61% da Túrquia. Contudo, o Brasil a frente de um colapso sanitário teve uma redução de 26% ocupando a discreta 17ª posição no ranking.

Ranking de Crescimento (%)

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Fonte: FENABRAVE

CONCLUSÃO

Apresente uma conclusão justificando a sua análise.

Concluímos que o setor automobilístico brasileiro é tão dinâmico e promissor, quanto incerto, por conta da instabilidade econômica que a variação inflacionária proporciona, somado ao impacto do Covid-19. Isso refletiu no aumento do desemprego, redução do PIB, visto que o setor automobilístico brasileiro (em toda cadeia) representa mais 20% do PIB industrial. Com um cenário macroeconômico ainda incerto e o real desvalorizado, os preços aumentaram e o poder de compra do brasileiro reduziu significativamente.

Considerando que a melhora no setor automobilístico dependa da economia, da retomada do emprego e do preço do dólar, a previsibilidade é recuperar o patamar atingido em 2019 a partir de 2022, desde que não haja novo agravamento em decorrência do Covid-19 e que as atividades sejam definitivamente retomadas dentro da normalidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTELHO, Adriano. Do fordismo à produção flexível: a produção do espaço num contexto de mudança das estratégias de acumulação do capital. 2000. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. Acesso em: 04/09/2021

GRAUER, CLEUZE; OLIVEIRA, PATRICIA; MARQUES, TAINA. MERCADO AUTOMOBILÍSTICO NO BRASIL: DA ASCENSÃO À CRISE, SUA RELAÇÃO COM A ECONOMIA BRASILEIRA. 17° CONIC: SEMESP, [s. l.], 2017. Disponível em: http://conic-semesp.org.br/anais/files/2017/trabalho-1000025042.pdf0. Acesso em: 04/09/2021

FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Anuário 2020. O desempenho da distribuição automotivo no Brasil. http://www.fenabrave.org.br/anuarios/Anuario2020.pdf. Acesso 04/09/2021

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Anuário da Indústria Automobilística Brasileira 2021. https://anfavea.com.br/anuario2021/anuario.pdf. Acesso em: 04/09/2021

Desemprego sobe para 12,6% em abril com queda recorde no número de ocupados. [S. l.], 28 maio 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/28/desemprego-sobe-para-126percent-em-abril-e-atinge-128-milhoes-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 04/09/2021

Inflação acumulada desde 2020 é maior para os mais pobres. [S. l.], 26 ago. 2021. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2021/08/26/Infla%C3%A7%C3%A3o-acumulada-desde-2020-%C3%A9-maior-para-os-mais-pobres. Acesso em: 04/09/2021

IPCA: inflação oficial fecha 2020 em 4,52%, maior alta desde 2016. [S. l.], 12 jan. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/01/12/ipca-inflacao-oficial-fecha-2020-em-452percent.ghtml. Acesso em: 04/09/2021

O que esperar do setor automotivo em 2021 e no pós-pandemia?. [S. l.], 25 jan. 2021. Disponível em: https://www.investificar.com.br/o-que-esperar-do-setor-automotivo-em-2021-e-no-pos-pandemia/. Acesso em: 04/09/2021

Setor automotivo em 2020. [S. l.], 2 out. 2020. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/424/1/2020_DEE_148.pdf. Acesso em: 04/09/2021

Setor automotivo não deve recuperar melhor momento antes de 2030. [S. l.], 13 dez. 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/setor-automotivo-nao-deve-recuperar-vendas-de-2012-antes-de-2030]/. Acesso em:04/09/2021

REAL tem pior desempenho entre 30 moedas em 2020; relembre o ano no câmbio. Real tem pior desempenho entre 30 moedas em 2020, [s. l.], 19 dez. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/12/19/real-tem-pior-desempenho-entre-30-moedas-em-2020-relembre-o-ano-no-cambio.ghtml. Acesso em: 5 set. 2021.

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