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A Economia Empresarial

Por:   •  15/3/2022  •  Trabalho acadêmico  •  4.637 Palavras (19 Páginas)  •  123 Visualizações

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Atividade individual

        

Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios

Disciplina: Economia Empresarial

Módulo: 4

Aluno: Roberto Gonzalez

Turma: ONL021Z0-POGFISP15T3

Tarefa: Atividade Individual

INTRODUÇÃO

Apresente o setor econômico escolhido e fala sobre o seu trabalho em linhas gerais.

Iremos abordar nesta análise o impacto do setor logístico, no período pandêmico. Avaliando assim suas possibilidades de crescimento, através de nichos pouco explorados antes do período em questão.

No contexto geral iremos analisar de forma macro os nichos do qual a logística atende, porém em uma análise micro, iremos focar no crescimento do nicho de comércio eletrônico, e a forma que seu “boom”, durante o período proporcionou a renovação e a abertura de novas oportunidades no mercado de trabalho, gerando assim renda a pequenas e micro empresas de uma forma não explorada anteriormente.

A logística é o único setor que integra os demais setores do mercado, pois conecta todos os pontos relacionados a produtos, sejam in natura ou produto final, realizando esta integração entre produtores e consumidores é essencial para a economia de um país, pois os processos de armazenagem, movimentação, carga e descarga, de mercadorias, matéria primas e insumos, dependem da cadeia logística.

Analisando o mercado nacional, podemos identificar os principais modais utilizados no processo logístico, desta forma, é possível atender a diversas áreas em prazos diferentes pelo tipo de carga transportada.

Os principais modais brasileiros são:

- Transporte rodoviário

O transporte rodoviário de cargas, é o sistema mais utilizado no Brasil, atualmente compete a um escoamento de 75% da produção brasileira, por ser versátil devido a possibilidades de rotas, diversidade de veículos, facilidade de contratação, além de ser um sistema de transporte com processos documentais menos burocráticos.

O transporte rodoviário é viável para curtas e médias distâncias, devido a alguns fatores que podem implicar no custo final, pois os veículos possuem baixa capacidade de carga se comparado a outros modais, além de ser altamente influenciado pelo preço volátil dos combustíveis, desta forma implica diretamente no valor do produto final. O transporte rodoviário possui uma variável implícita da qual muitas empresas não se atentam, que é o processo de avaria. Devido as condições das estradas brasileiras, o modal, tende a ser o transporte com maior impacto no risco de avarias e extravio de mercadorias.

- Transporte aquaviário

O transporte aquaviário de cargas, é o principal canal de exportação e importação para nossa economia, por ser utilizado em mares, lagos e rios, tende a ser utilizado em regiões específicas no território nacional como transporte de passageiros em curtas e médias distâncias, além de conectar portos comerciais ao longo do mundo.

Por ser o principal canal de exportação e importação influi alguns pontos importantes na questão do transporte, pois além dos fatores nacionais o mercado internacional contribui diretamente na questão dos valores aplicados.

Os prazos geralmente são mais longos do que os outros modais, porém a capacidade de carga é maior, considerando assim um custo por kg mais baixo ao modal rodoviário. Além disso o risco de avarias de mercadorias é mais baixo devido ao impacto do transporte.

O maior entrave neste modal, é a questão de documentação, seguros e pontos para carga e descarga, pois mesmo com infraestrutura moderna, caso não procedente no Brasil, infelizmente, os processos de transporte, necessitam de um complemento para concluir seu trajeto.

- Transporte Ferroviário

O transporte ferroviário, é o principal modal utilizado em diversos países, devido ao seu baixo custo, maior capacidade de carga e baixo risco de acidentes.

O Brasil, possui um investimento muito baixo neste tipo de modal, pois sua principal concentração de malha ferroviária está na região sudeste, com 47% do montante nacional que totaliza 31 mil km de extensão. Apesar de ser um sistema de transporte engessado, pois possui trajetos fixos e depende de um outro modal para conclusão das rotas o baixo custo diante do modal rodoviário, facilitaria o escoamento de diversos produtos e passageiros, porém no Brasil este tipo de transporte compete apenas a tipos específicos de cargas, tais como commodities em sua grande maioria.

- Transporte aéreo

O transporte aéreo, é o modal mais utilizado para cargas com shelf life curto, pois como há uma agilidade em cobrir longas distâncias em um período curto, é o sistema de transporte que atende necessidades de carga com prazos apertados. Este tipo de transporte, apesar de ser ágil, demanda algumas condições de carga e valores que não atendem a grande maioria das empresas de um modo geral, pois como o volume e a capacidade de carga é reduzida, o custo torna-se extremamente elevado se comparado aos outros modais.

Assim como o transporte ferroviário e aquaviário, necessita de um modal complementar para finalizar o trajeto, pois possui restrição de rotas, sendo possível apenas o embarque e desembarque em terminais específicos.

A grande utilidade deste modal, é a sua agilidade e principalmente o baixo risco para mercadorias frágeis, pois se comparado aos demais, se trata do sistema de transporte mais seguro.

- Transporte dutoviário

O transporte dutoviário, é o sistema de modal utilizado para materiais específicos apenas, sendo viável para gases, fluídos líquidos e alguns sólidos granulares.

Este sistema apresenta um alto custo inicial, porém seu valor tende a ser diluído ao longo do tempo, devido ao seu baixo custo operacional e também por atender longas distâncias de forma constante e sem necessidade de intervalos.

Além de ser um sistema seguro e confiável, o revés para sua construção e danos podem ser desastrosos ao meio ambiente, pois é necessário documentações específicas para a construção deste modal, além de um planejamento bem detalhado de trajeto, pois não há flexibilização de rotas.

Após identificarmos os modais brasileiros através de um breve resumo, iremos analisar seus números diante da economia no período pandêmico.

CONTEXTO DO SETOR

Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores necessários à contextualização.

De forma suscinta, iremos apresentar os setores logísticos utilizados no Brasil de forma a dar uma imersão nas informações de forma clara e objetiva, visando assim um panorama geral de suas necessidades e soluções para um planejamento futuro.

- Transporte rodoviário

Nossa malha rodoviária segundo dados de 2019, possui extensão de 1.720.700 km, sendo que apenas 12,4% desta malha está pavimentada, cerca de 213.452 km. Sendo o transporte de cargas com maior utilidade no país, nos deparamos com o primeiro grande desafio, pois, o principal condutor de escoamento de carga, possui uma grande defasagem estrutural. Desta forma, podemos avaliar que há uma grande oportunidade para que possamos desenvolver ainda mais esse tipo de transporte, de acordo com a análise, temos 87,6% da malha em situações de estrutura, incompatíveis com o volume de cargas transportado.

Destrinchando estes 87,6%, temos 78,5% de malha não pavimentadas, cerca de 1.349.938 km e 9,1% em planejamento, cerca de 157.309 km. Se compararmos esses números a 2009, podemos verificar que houve apenas um crescimento de 0,5% na pavimentação de toda malha.

Outro ponto importante a ser analisado, é a conservação das condições rodoviárias no país, visto que além de todo problema de infraestrutura, temos que nos preocupar com as más condições de nossas vias. De acordo com os dados de 2020, cerca de 61,9% das rodovias apresentavam algum tipo de problema no seu estado geral, 52,2% apresentava problemas de pavimentação, 58,9% possuíam deficiência ou inexistência de sinalização e 62,1% dos trechos avaliados, possuíam falha geométrica, ou seja, de forma clara, falha construtiva.

Diante da análise da malha rodoviária, os dados indicam um crescimento considerável no número de veículos de frota registrados em 2021, totalizando 110.812.821 veículos, se comparado a 2011, observamos um crescimento de 57,1%. A composição de frota, se concentra em veículos leves, sendo 53,3% de automóveis, 22,2% de motocicletas, 2,6% de caminhões e apenas 0,6% de ônibus.

Abordando este cenário, conseguimos consolidar os dados referentes ao transporte de cargas, de acordo com dados de 2020, o cenário nacional comporta o total de 219.556 empresas, 435 cooperativas e 724.098 autônomos, atuantes nesse modal.

A frota das empresas cadastradas totaliza 1.382.651 veículos, os autônomos possuem 859.729 veículos cadastrados, assim como as cooperativas possuem 28.481 veículos. Desta forma totalizam-se 2.270.861 veículos autorizados a transportar cargas.

- Transporte aquaviário

O transporte aquaviário, sendo o principal modal para importação e exportação de cargas, apresenta um alto volume movimentado, totalizando 1,15 bilhão de toneladas em 2020, se comparado a 2019 observamos um aumento gradual de 1,6%.

Diante desta movimentação de cargas, podemos observar que cerca de 66% de todo transporte partiu de terminais de uso privado e 34% de portos organizados, ambos com crescimento se comparados a 2019 (3,9% e 5,75 respectivamente), as principais movimentações deste modal consistem em granel sólido (insumos), representando cerca de 60% do volume transportado, seguido por granel líquido e gasoso com 25% do volume transportado, porém com o maior crescimento se comparado a 2019, cerca de 15,2%. Em seguida temos a carga conteinerizada com 10% do volume e cargas gerais em 5% do volume.

- Transporte ferroviário

O modal pouco explorado no cenário nacional, apresenta números, regressivos se comparados a 2019. O total de carga transportada por quilômeto útil (TKU), apresenta um encolhimento de 0,4%, se comparado a 2019, totalizando em 365,1 bilhões de toneladas. O quantitativo de toneladas úteis transportadas (TU), também apresenta encolhimento de 1%, se comparado a 2019, totalizando 489,3 milhões de toneladas.

A produção de carros, vagões e locomotivas, apresentaram reduções drásticas se comparados a 2019, visto que é um setor pouco desenvolvido em nosso cenário atual, a geração de empregos neste modal em contrapartida, apresenta um crescimento de 3,99% se comparado a 2019, com 40.623 pessoas empregadas.

- Transporte aéreo

O transporte aéreo, sem dúvidas foi o modal com maior impacto nos últimos anos, se compararmos os dados de 2019 e 2020, veremos uma queda significativa no número de voos, passageiros e cargas transportadas.

Devido ao cenário pandêmico, sem dúvidas, em relação aos modais o setor aéreo sofreu os maiores impactos econômicos, partindo disto, podemos ver uma queda nos empregos, cerca de 14,1%, as demandas de voo apresentaram queda de 49,6% no mercado doméstico e 58,9% no mercado internacional. No setor de cargas, houve uma queda mais branda, porém alta se comparada à proporção transportada, cerca de 12,8% totalizando 722,4 milhões de toneladas de carga paga e correios em 2020.

ANÁLISE MACROECONÔMICA

Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise.

Partindo inicialmente dos dados informados anteriormente, iremos analisar o cenário nacional e internacional de forma macro. Para isso devemos considerar uma cronologia um pouco mais extensa de um período pré pandêmico.

Diante da base do cenário econômico nacional, adicionando os índices de atividade do transporte ao longo do tempo, podemos perceber uma correlação entre o PIB e o setor logístico, conforme o gráfico a seguir.

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Gráfico 1 – Trajetória Economia Brasileira e do setor de Transporte

Fonte: Elaboração CNT, dados IBGE

Analisando o gráfico, podemos verificar a similaridade do PIB com o setor logístico, apresentando quedas nos períodos de recessão de 2015 e 2016 e também no período pandêmico no segundo semestre de 2020 ao primeiro trimestre de 2021.

As quedas e ápices do setor logístico, mostram-se mais sensíveis à queda do PIB, tendo variações mais bruscas de forma acentuada, tornando-se assim um termômetro para a economia nacional.

De acordo com os dados do IBGE, a economia brasileira retornou aos níveis de atividade pré-pandemia, porém, o setor de transportes mesmo em crescimento, não conseguiu acompanhar a mesma evolução, devido a diversos fatores influenciáveis, tais como preço dos combustíveis, gastos com peças e manutenção de equipamentos.

Partindo de um contexto geral, o setor de transportes necessita de um intervalo maior de tempo para atingir os níveis de crescimento semelhantes ao da economia em geral.

Os índices de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), principal indicador considerado como prévia do PIB, aponta o desempenho da atividade econômica nacional no segundo trimestre de 2021, visto que os dados oficiais do IBGE estão previstos para setembro.

De acordo com os índices apresentados, podemos visualizar uma recuperação econômica e um otimismo no cenário para os períodos seguintes, alguns fatores que contribuem direta e indiretamente é o fato do avanço da vacinação, além dos novos hábitos adotados pelas empresas e população em geral, retomando assim a mobilidade nacional com a diminuição das restrições de circulação.

Apesar das novas mutações da Covid-19 o cenário econômico tende a ser positivo, visto que os setores produtivos, estão normalizando suas atividades, no cenário global, fazendo com que a economia global, mesmo que em passos brandos, consiga retomar seus índices.

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Gráfico 2 – Evolução mensal do IBC-Br

Fonte: Elaboração CNT, dados Banco Central do Brasil

Devido aos dados do IBGE, referente ao segundo semestre de 2021 ainda não terem sido divulgados, partiremos da análise pelos dados IBC-Br, como forma de consolidar a informação utilizaremos o índice medido pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).

Analisando o gráfico, podemos notar que a evolução mensal de junho de 2021 é comparável ao índice de fevereiro de 2020. Desta forma podemos verificar que a recuperação econômica do setor, tende a superar os índices do período pré pandemia.

De acordo com o PMS os níveis de serviços do medidos em junho de 2021, tem sido superior a fevereiro de 2020. Conforme podemos analisar no gráfico abaixo, os indicadores apresentam uma variação no período pandêmico, com uma alta queda no momento de restrição de mobilidade nos estados, desta forma podemos avaliar que após essa onda, o setor de transportes conseguiu progressões de níveis de serviço, puxado principalmente por alguns modais específicos.

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Gráfico 3 – Evolução mensal do volume de serviços (PMS e transporte)

Fonte: Elaboração CNT, dados PMS/IBGE

De acordo com as segmentações do setor logístico, podemos analisar que houve disparidade na demanda de serviços no período analisado.

O setor de transporte terrestre, enfrentou uma oscilação em torno de 25% na demanda no período de fevereiro de 2020 a abril de 2020, devido em grande parte as restrições de mobilidade impostas pelo governo.

O setor aéreo sofreu o maio impacto na questão de demanda, pois com o fechamento de fronteiras e os cancelamentos de voos o impacto foi de 80% no período de fevereiro a abril de 2020, no entanto foi o setor com a recuperação mais acelerada nos períodos seguintes.

Os setores de armazenagem e aquaviário, oscilaram de forma brando, inclusive, mantendo seus índices muito próximos do período pré pandemia, desta forma podemos avaliar que o impacto nesses dois últimos setores, sentido levemente.

A recuperação dos setores afetados apresentou índices muito próximos aos iniciais, do período pré pandemia. O setor aéreo teve outra queda brusca nos períodos de fevereiro a abril de 2021, com uma retomada de mesma abruptalidade no período de maio a junho.

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Gráfico 4 – Evolução mensal do volume de segmentos (PMS e transporte)

Fonte: Elaboração CNT, dados PMS/IBGE

As demandas dos segmentos, apresentaram índices positivos principalmente após o avanço da vacinação, puxando a fila de demandas o setor aéreo teve maior notoriedade, pois de acordo com os dados deu um salto de 21,5% entre maio de junho de 2021. Com a retomada da economia, o único setor a apresentar queda foi o de armazenagem, pois com a diminuição de restrições sanitárias globalmente, o transporte se movimentou de forma a não precisar estocar insumos e materiais.

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Gráfico 5 – Variação da demanda de segmentos (PMS e transporte)

Fonte: Elaboração CNT, dados PMS/IBGE

Após a análise de viabilidade do setor de transporte, devemos voltar nossa atenção para o mercado nacional, pois como os demais setores dependem do setor logístico, conseguiremos analisar de forma visual os impactos gerados de acordo com as variações do mercado interno.

Analisando a cronologia, podemos identificar que o mercado nacional enfrenta oscilações desde o primeiro semestre de 2014, desta forma, conseguimos identificar que a queda mais acentuada é alçada pelo setor industrial, devido ao poder de compra populacional, inflação e o desemprego, os produtos industrializados tendem a ser diretamente impactados. Desta forma podemos observar que houve uma queda de 10% partindo do segundo trimestre de 2014 ao primeiro trimestre de 2020.

O setor de serviços, seguindo a mesma cronologia apresentou queda similar ao setor industrial, porém de forma menos impactante, podemos notar que no mesmo período avaliado acima, houve uma retração de 0,4% no PIB do setor.

Em contrapartida o setor da agropecuária apresentou um crescimento no mesmo período avaliado, subindo em torno de 11,5% ao longo do período.

Se analisarmos o período pandêmico, o setor pecuário não teve seu rendimento afetado, inclusive apresentou um crescimento de 7,5% se comparado ao primeiro trimestre de 2020. Os setores industriais e de serviços foram diretamente prejudicados, pelas restrições de mobilidade, assim sendo, enfrentaram queda busca em torno de 10%. Com o processo de vacinação e as restrições de mobilidade sendo reduzidas, observamos uma recuperação gradual desses setores, inclusive o setor de serviço ficando próximo do índice de comparação incial, estando apenas 2,3% abaixo.

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Gráfico 6 – Variação PIB Setores Econômicos

Fonte: Elaboração CNT, dados PMS/IBGE

De acordo como os dados divulgados pelo IBGE, nas Contas Nacionais Trimestrais do primeiro trimestre de 2021, os piores desempenhos dentro de cada subgrupo foram incididos por atividades específicas de cada setor. No setor de serviços, a área da construção civil, apresentou queda de 0,9% e de indústrias extrativas teve queda de 1,3%. O subgrupo de transportes apresentou alta de 1,3% no mesmo período.

Diante de novos hábitos da sociedade, perante ao Covid-19, alguns setores da economia, estão em recuperação de seus índices normais, desta forma podemos notar que algumas mudanças foram determinantes para essas recuperações ou não. A questão da política de home office em diversas empresas, mudou a demanda de transporte público de forma ampla, inicialmente, porém ao longo dos períodos pós pandemia, verificamos uma normalidade da demanda a níveis do primeiro trimestre de 2020.

De forma analítica precisamos equacionar mais uma variável na composição macroeconômica, o consumo familiar e o mercado de trabalho, interferem de forma direta nos setores econômicos, em todo caso o PIB acumula 5,7% no segundo trimestre de 2021, relativo aos últimos 12 meses. Com a normalização dos processos, o consumo das famílias que representa 60,2% do PIB, conforme dados do IBGE em 2021.

No auge da pandemia, o consumo familiar contribuiu para a queda de 12,2% no saldo do PIB, em relação ao segundo semestre de 2019. Ao longo de 2020, mesmo com um processo de recuperação, chegamos ao primeiro trimestre de 2021 com um índice negativo de 1,7%.

Apesar dos impactos da Covid-19, as perspectivas de crescimento no mercado, estão favoráveis, pois com a vacinação de forma ostensiva e com a diminuição das restrições sanitárias, o mercado deve buscar uma retomada de forma acelerada. Através desta retomada, será diretamente afetado o mercado de trabalho, pois com uma maior produção será necessário um aumento da mão de obra nos setores mais afetados.

As políticas econômicas governamentais, apesar de alcançar uma pequena parte da população, contribui para que alguns setores, continuem a produzir. Dentro dessas políticas, podemos avaliar o BEM (Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego) e o Pronampe (Programa de apoio às Micro e Empresas de pequeno porte). Ambas políticas econômicas, fizeram e fazem com que as empresas consigam manter seus funcionários e conseguir financiamento para equalização de faturamento, afetados diretamente pela pandemia.

No entanto a recolocação no mercado de trabalho, devido ao cenário de restrições, causou o mais alto índice de desemprego registrado desde 2012. Atualmente temos 14,7% no primeiro trimestre de 2021. Com a recuperação eminente chegamos a 12,6% no terceiro trimestre de 2021, fator que indica uma recuperação acentuada no mercado de trabalho, com a queda do índice 1,8%.

Analisando a questão da inflação verificamos um resultado acumulado de 10,06% em 2021 segundo o IPCA, desta forma o resultado foi influenciado de acordo com o IBGE, principalmente pelo setor de transportes, acumulando um resultado de 21,03%.

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Gráfico 7 – Inflação Acumulada

Fonte: Elaboração G1, dados IPCA/IBGE

O aumento constante dos preços pode diminuir de certa forma a retomada acelerada dos serviços, nessa conta inflacionária podemos incluir o aumento dos combustíveis que em 2021 que subiram em torno de 45% em 2021 segundo a ANP.

Devido a essa alta, o Bacen (Banco Central) elevou a taxa básica de juros Selic de 9,25% para 10,75%. Essa elevação tem como funcionalidade conter a escalada inflacionária na economia. Esta taxa define a regulação das taxas de crédito, investimento e juros diretamente ao consumidor.

Em contrapartida as exportações bateram recordes em 2021, cresceram em preços 28,3%, em quantidades exportadas 3,5% se comparado a 2020. Os principais importadores de mercadoria brasileira foram os Estados Unidos com 44,9%, Mercosul 37%, Associação das Nações do Sudeste Asiático – Asean 36,8%, União Europeia 32,1% e China com 28%.

Dos índices, os setores de bens de indústria, foram os principais produtos contribuintes para esse aumento da exportação, com aumento de 26,3% no total.

ANÁLISE MICROECONÔMICA

Apresente como o impacto direto na oferta e demanda do setor e a estrutura de mercado a qual pertence são influenciadas pelos mercados interno e internacional.

Na análise microeconômica, iremos focar no setor de transporte rodoviário voltado ao e-commerce em geral, pois foi o principal ponto de elo entre o consumidor final e o produtor, trazendo inovações e abrindo novas oportunidades no mercado diante das tecnologias atuais.

Nos tempos de pandemia, existiram nichos que tiveram um crescimento exponencial, de acordo com os dados de estudo da NuvemCommerce o ano de 2021 para o setor consolidou o mercado de compras online, acelerando assim a transição entre comércio físico e digital.

Em 2020, o comércio eletrônico registou um crescimento global recorde em receita, cerca de 25,7% se comparado a 2019. Em 2021 de acordo com eMarketer, o mercado global cresceu 16,8% em comparação a 2020, representando assim cerca de US$ 4,9 trilhões.

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Gráfico 8 – Faturamento do e-commerce

Fonte: eMarketer

Conforme o cenário de 2020, a Ásia e América do Norte, lideraram o ranking de vendas no comércio eletrônico, a região da Ásia-Pacífico foi responsável por 60% das vendas globais em 2021, a América do Norte contribui com 20%.

No entanto, a região global que apresenta crescimento constante segundo estudo realizado pela Enext, é a América Latina, conforme previsão estimada espera-se que o faturamento de e-commerce na América Latina cresça escalonadamente, sendo que em 2021 o volume de compras na região foi de 60% do volume global.

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Gráfico 9 – Previsão Faturamento do e-commerce

Fonte: eMarketer

Analisando o mercado nacional, também verificamos números expressivos, tais como o mês de março de 2021, segundo relatório da NeoTrust, foi o maior volume de vendas da história do e-commerce no país registrando R$ 35,2 bilhões em vendas, um amento de 72,2% comparado a 2020, sendo assim o primeiro trimestre de 2021 apresentou um crescimento de 31% se comparado ao mesmo período do ano passado.

Com o avanço dos dispositivos e subsequentemente com os canais de venda, praticamente a mão, este setor tem um potencial de crescimento escalonado se comparado a outros setores da economia, de forma que consegue trazer consigo, setores adjacentes para esse cenário, desta forma iremos abordar o transporte focado neste nicho de mercado.

O mercado logístico tem se reinventado em tecnologias e metodologias, de forma a atender este nicho de mercado, principalmente na questão de agilidade e prazos cada vez menores.

Podemos inclusive, verificar uma migração dos procedimentos atuais de operação, para modelos em novas perspectivas, principalmente em cinco fatores cruciais.

- Logística sustentável

De forma a contribuir com a diminuição da poluição e também adotando os métodos modernos de transporte que tendem a ser uma realidade nos próximos anos, a logística abordando essa nova perspectiva em seus consumidores tem apresentado soluções sustentáveis no meio de transporte, sendo assim, podemos verificar que já há em operação veículos de pequeno porte elétricos, de forma a interagir positivamente com o cliente final, assim é possível uma integração do ciclo em um todo, pois além de ter uma conexão maior com a sociedade no geral, diminuindo a poluição gerada, isso contribui para uma redução de custos através da economia de combustíveis.

- Redução da distância, modelo (ship from store)

Esse sistema tem sido muito utilizado para diminuir os prazos de entrega e fazer brilhar os olhos dos consumidores na hora da venda, pois funciona como um estoque avançado da loja, muitas vezes trabalham com uma gama de produtos que tem maior volume de venda e com isso, ficam com um estoque pronto para ser despachado.

Facilitando assim todo o processo logístico, pois a mercadoria não precisa sair da loja para o centro de distribuição, neste caso a própria loja física é o centro de distribuição, fazendo com que a mercadoria saia diretamente das mãos do vendedor para o consumidor final, afunilando a experiência de compra e abrindo setores de faturamento dentro da própria empresa.

- Entregas por drones

Um dos maiores marketplaces do mundo, Amazon, iniciou esta modalidade em 2020, este sistema logístico tende a ser tendência nos próximos anos, no entanto, para que essa modalidade de transporte entre efetivamente em operação depende de diversos fatores, legislação, limite de distância, peso e tamanho de carga, com o aprimoramento desta tecnologia o valor das operações logísticas tendem a diminuir em conjunto com o prazo.

- Inteligência artificial

Assim como os drones, o uso da inteligência artificial, será tendência nos próximos anos, devido aos testes de veículos autônomos e processos robóticos na operação logística, tendem a aumentar a eficiência e qualidade do processo de forma geral.

- Logistica omnichannel

Este conceito de logística, tende a integrar os sistemas de canais online e offline no processo, facilitando as entregas e tornando-se tendência em mercados consolidados. Em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha são utilizados armários inteligentes em diversos pontos das cidades para uma alternativa a compra de produtos, desta forma facilita a transição entre loja e consumidor, criando o vínculo de compre e retire.

Diante desses novos processos, o setor logístico tende a se inovar de forma exponencial, pois com o desenvolvimento e crescimento do mercado em questão, as ramificações e os pontos de entrega ao consumidor final tendem a ficar complexo, pois com um maior acesso do comércio, através de dispositivos portáteis, hoje é possível se comprar em questão de segundos, mesmo estando em regiões extremamente remotas, desta forma o setor logístico deve superar essas barreiras para que possa se desenvolver e otimizar seus prazos e processos.

Para contextualizar este assunto, devido a modernidade enfrentada pelo setor logístico, podemos observar uma queda gradual dos meios usuais de entrega de mercadorias, tais como o sistema dos Correios apresenta queda de 35% para 27% entre 2020 e 2021, desta forma notamos uma procura por soluções de transporte mais eficientes e tecnológicas.

Com a alta demanda do e-commerce os processos logísticos, ganharam volume principalmente no sistema de B2C (business to customer), entregas direcionadas ao cliente final, conforme dados, uma das maiores operadoras logísticas do país, a Sequoia, apresentou um crescimento de 57% no crescimento de suas operações neste segmento.

De forma a corresponder a demanda os processos de viabilidade de entrega, passaram de um período de 7 a 15 dias para apenas 24 horas, sendo assim otimizando as exigências do setor através de inovações de infraestrutura, TI e processos de mão de obra otimizados.

CONCLUSÃO

Apresente uma conclusão justificando a sua análise.

Diante desses estudos, podemos concluir, que o sistema logístico deve apresentar soluções inovadoras nos próximos anos, principalmente na parte tecnológica.

Desta forma podemos avaliar que o crescimento do mercado global, tende a incentivar processos mais qualificados para o setor, viabilizando um mercado de concorrência mais estreito, onde a soluções práticas, ágeis e funcionais, tendem a determinar a continuidade de uma empresa no segmento logístico.

Em relação ao mercado de trabalho, tende a ser desenvolvido e possivelmente, teremos uma associação ao desemprego voltada ao setor, visto que com os avanços tecnológicos agregados, caminham para que os processos sejam automatizados de forma a viabilizar os custos e otimizar os processos em todas etapas.

Com o crescimento do comércio eletrônico, vemos uma possibilidade e globalização exponencial, pois na junção da logística com o e-commerce, pontos remotos tendem a ser conectados as grandes malhas de distribuição.

REFERÊNCIAS

 Tendências de 2021 no custo da logística, disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/tendencias-de-2021-que-podem-ajudar-a-reduzir-seus-custos-com-logistica/

Global e-commerce forecast 2021, disponível em: https://www.emarketer.com/content/global-ecommerce-forecast-2021

E-book, Relatório anual do e-commerce em 2021 e tendências para 2022, Nuvem Commerce 7ª Edição, dezembro 2021.

Faturamento do e-commerce brasileiro em 2021, disponível em: https://mercadoeconsumo.com.br/2022/01/13/faturamento-do-e-commerce-brasilerio-avanca-quase-80-em-2021/#:~:text=Ainda%20de%20acorco%20com%20o,contra%206%20milh%C3%B5es%20em%202020.

Anuário CNT dos Transporte 2021 – Estatísticas consolidadas, dezembro 2021.

Radar CNT do Transporte – Edição Especial – Marcroeconomia, 2021.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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