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A política Too Big To Fail: Como surgiu e Consequências

Por:   •  8/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.864 Palavras (8 Páginas)  •  564 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS

Aghata Cândido Costa

Ivo Nardy Marção

Larissa Costa Machado

Thaisa Freitas Vidigal

Ticiana Barros Bueno

A EVOLUÇÃO DA POLÍTICA

TOO BIG TO FAIL E A ESTRATÉGIA BANCÁRIA

DOS ESTADOS UNIDOS: UMA RESENHA CRÍTICA

Belo Horizonte

2015

Aghata Cândido Costa

Ivo Nardy Marção

Larissa Costa Machado

Thaisa Freitas Vidigal

Ticiana Barros Bueno

A EVOLUÇÃO DA POLÍTICA

TOO BIG TO FAIL E A ESTRATÉGIA BANCÁRIA

DOS ESTADOS UNIDOS: UMA RESENHA CRÍTICA

Trabalho de Economia Monetária e Financeira Internacional II referente ao tópico 4 do curso: debates contemporâneos.

Belo Horizonte

2015

A política Too Big To Fail: História e Implicações

 No contexto pós Grande Depressão, emergiram instituições bancárias cuja ênfase era “segurança primeiro”: “as atividades bancárias e política competitiva de preços foram fortemente restringidas e a expansão geográfica foi bloqueada.” (DYMSKI, 2012, pp. 179). No período anterior ao surgimento do seguro de depósitos, em 1934, bancos muito grandes raramente se tornavam insolventes e faliam, e mesmo se isso acontecesse, os reguladores tinham poucos ou nenhum meio de interceder (KAUFMAN, 2003).

Em 1950, surgiu a base legal das futuras intervenções too big to fail, a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC). Inicialmente, a FDIC operava de maneira que lhe permitia “ajudar bancos insolventes cuja existência era essencial para manter serviços bancários adequados na comunidade” (DYMSKI, 2012, pp. 195); nos anos 70, sua flexibilidade aumentou e, em 1982, o requerimento de essencialidade foi removido. Na década de 70, fatores como a revolução tecnológica, um dólar desatrelado do ouro, o aumento da taxa de juros, estagnação do crescimento e a internacionalização da atividade bancária, potencializada pela reciclagem dos petrodólares, levaram os bancos a pressionar o governo pela desregulamentação. A expressão “too big to fail” foi utilizada pela primeira vez em 1984 pelo Presidente do Office of the Comptroller of the Currency dos Estados Unidos, quando este usou o termo para referir-se ao Banco Continental Illinois.  (DYMSKY, 2012).

É importante destacar as diferenças entre uma intervenção e uma política too big to fail. O primeiro caso envolve quatro elementos.

Primeiro, um ou mais importantes intermediários financeiros estão insolventes ou em perigo de insolvência. Segundo, a posição destes bancos em um sistema financeiro supervisionado por um governo com capacidade e credibilidade para prevenir a falência destas instituições. Terceiro, uma ação deste governo supervisor que previna a falência das instituições em perigo. Quarto, uma consciência generalizada entre os participantes do mercado de que a ação foi tomada para prevenir não só a insolvência da instituição auxiliada, mas a possível difusão dos efeitos adversos desta insolvência nos mercados financeiros e na economia em geral. (DYMSKI, 2012, pp. 181)

Já uma política too big to fail implica um pré-compromisso de realizar intervenções em um conjunto de intermediários financeiros e, quando existente, pode incentivar os bancos sob essa denominação a correr riscos desnecessários e excessivos.

Em 1980, as pressões pela desregulamentação começaram a dar frutos. Neste ano, o Depositary Institution Deregulation and Monetary Control Act (DIDMCA) “afrouxou os controles sobre os instrumentos que os bancos poderiam emitir” (DYMSKI, 2012, pp. 192). Em 1982, o Garn-St. Germain Act “desregulamentou as atividades no lado dos ativos das thrifts” (DYMSKI, 2012, pp. 192) – instituições de poupança e empréstimo que estavam sofrendo perdas em seus empréstimos hipotecários, com taxas de juros fixas, conforme as taxas de juros nominais aumentavam. A desregulamentação permitiu que essas instituições investissem e financiassem desenvolvimentos especulativos.

O preço das commodities e do petróleo, em ascensão no fim dos anos 70 e início dos 80, incentivou o envio de financiamentos para a América Latina, liderado pelos bancos do centro financeiro dos EUA, e a concessão de empréstimos para exploração de gás e petróleo. Quando as cotações desabaram nos mercados de commodities e o preço do petróleo caiu drasticamente, problemas foram gerados para os grandes bancos. O Continental Illinois, que havia participado num empréstimo de US$ 1 bilhão com o Penn Square Bank, para a exploração petrolífera, ficou em uma situação tensa quando o último faliu em 1982.

No caso das thrifts, a diminuição continuada dos ganhos culminou na crise em 1985. A corrida aos bancos, gerada pela falência de thrifts que possuíam seguros sobre os depósitos, a falência dos esquemas especulativos destas e a desconfiança dos depositantes levaram à insolvência de um número maior de thrifts do que a Federal Savings and Loan Insurance Corporation conseguia atender. Nesse contexto, houve uma transformação no sistema financeiro da habitação dos Estados Unidos, com o surgimento das government sponsored enterprises.

Enquanto o segmento de thrifts murchava, o mercado de títulos lastreados em hipotecas (mortgage-backed securities – MBS) subscritas pelas GSEs se tornou o maior mercado de títulos no mundo. (DYMSKI, 2012, pp. 203)

Com a crise latino-americana, a moratória mexicana e a queda dos preços das commodities, os bancos americanos se enfraqueceram, o que permitiu uma onda de fusões e aquisições guiada por Wall Street – cujas avaliações de risco e críticas forçavam os bancos a se consolidarem.

O começo da crise bancária dos EUA coincidiu quase que exatamente com o aparecimento da temática da administração Reagan de que a liberação das forças do mercado (...) resultaria no uso mais eficiente dos recursos e também no crescimento econômico mais rápido (DYMSKI, 2012, pp. 197).

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