Analise dos efeitos das políticas monetárias e fiscais, contracionistas ou expansionistas, na economia europeia
Por: cdantas36 • 24/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.244 Palavras (9 Páginas) • 515 Visualizações
Matriz de atividade individual*
Módulo: 4 | Atividade: Atividade Individual II |
Título: Analise dos efeitos das políticas monetárias e fiscais, contracionistas ou expansionistas, na economia europeia. | |
Aluno: Cláudio Andrade Dantas | |
Disciplina: Introdução à Economia | Turma: 435 |
Introdução Podemos observar que os efeitos da crise financeira e econômica global, que surgiu nos Estados Unidos (EUA), a partir de dezembro de 2007, ainda continuam repercutindo na maioria dos países, em maior ou menor intensidade. Os estudos e indicadores econômicos e sociais divulgados no final de 2010 e no início de 2011 por diferentes instituições multilaterais e órgãos de pesquisa econômica e de estatística nacionais (WORLD BANK, IMF, OECD, IBGE, BCB) revelam que grande parcela desses países ainda apresenta problemas de crescimento e de deterioração nos seus mercados de trabalho, apesar dos esforços feitos por seus governos para amenizar a desaceleração das suas economias. De acordo com Matias-Pereira (Matias–Pereira, 2012) a identificação das restrições e incentivos que levam a tomada de decisões é um elemento essencial de qualquer teoria positiva da política econômica. Merece uma atenção especial o processo de formação de expectativas por parte dos agentes e a credibilidade das políticas macroeconômicas, em particular em cenários de crise econômica. A verdadeira relevância deste tipo de questão surge quando se aprofunda na natureza estratégica das interações que se estabelece entre os agentes ligados de qualquer forma ao processo de decisão das políticas econômicas. A Política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situação econômica de um país, região ou conjunto de países. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo analisar dos efeitos das políticas monetárias e fiscais, contracionistas ou expansionistas, na economia europeia. | |
Características principais dos instrumentos de política monetária e fiscal Para se tratar das características e principais instrumentos das políticas monetária e fiscal, em primeiro lugar é necessário entendermos o conceito do que é a política monetária e o que é política fiscal. A política monetária é utilizada pelas autoridades monetárias para controlar a expansão da moeda e do crédito, além de exercer controle sobre a taxa de juros, de forma a que possam se adequar às necessidades de crescimento econômico e estabilidade dos preços. Já a política fiscal, nada mais é do que a política de receitas e despesas do Governo quer seja federal, estadual ou municipal, e é essa política que irá influenciar para uma melhor distribuição de renda para a população. Como descrito anteriormente, a política monetária não passa de uma ação, das autoridades sobre a quantidade de moeda em circulação, de crédito e das taxas de juros no mercado. Para isso, não necessariamente o país precisa estar em crise, as ações podem ser tomadas em momentos de estabilidade e crescimento econômico para controlar e manter os níveis da economia. Para isso, o governo conta com alguns instrumentos:
Assim como a política monetária, a política fiscal possui também seus respectivos instrumentos que auxiliam o governo a controlar seus níveis de gastos. São eles:
Portanto, as características principais dos instrumentos de política monetária e fiscal, segundo Blanco (Blanco, 1998), podem ser definidas como “o controle da oferta de moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global do governo.” As autoridades monetárias podem exercer o controle da oferta de moeda para agir sobre a atividade econômica em diversas situações controlando a liquidez global do sistema econômico. | |
Cenário político e econômico da Europa As instituições da União Europeia estão sob enormes tensões devido à gravidade da crise econômica. Entre 2007 e 2010, haverá oito milhões de pessoas desempregadas na zona Euro e o PIB está em queda. A Europa continua com baixo crescimento afetado pela crise econômica. As baixas taxas de crescimento geram graves crises sociais dos desempregados pressionando os governos da Grécia, de Portugal, da Espanha e França, no intuito de evitar ainda mais o aperto. A união bancária e fiscal, com maior integração política e econômica, poderá consolidar-se, mas a eventual saída do Reino Unido poderá acarretar forte retrocesso para a União Europeia. A maior preocupação atual é com a dívida pública da Grécia. Mas outros países também estão em risco, como Portugal, Espanha, Itália e Irlanda. De acordo com artigo da Universidade da Pensilvânia, desde a grande recessão de 2008-2009, o crescimento na Europa tem sido, na maior parte das vezes, lento e doloroso, e o perigo de uma estagnação prolongada é uma possibilidade bastante real. O euro caiu para seu valor mais baixo em nove anos. Como a Europa é responsável por 25% do comércio global, sua recuperação é imprescindível para a saúde da economia mundial. O prognóstico para 2015 é desalentador: pouca coisa melhor apenas do que em 2014. Ainda, segundo o artigo, a perspectiva econômica para a Europa se parece assustadoramente com o desfecho de 2014. As empresas talvez relutem um pouco ainda em investir. “Há muita coisa com que lidar em 2015: turbulências políticas, desemprego elevado, inflação baixa e desafios políticos”. O cenário geopolítico é duvidoso e a Rússia é o coringa da vez. Haverá eleições importantes para cargos de liderança na Grécia, Portugal e Reino Unido, o que pode complicar a situação. As facções de extrema direita estão ampliando sua influência em muitos países, mexendo com os nervos dos cidadãos cansados de ver seu governo se curvando aos desejos dos gestores das políticas da Europa central. A situação econômica e política da Europa estão deixando pouca margem de manobra para passos em falso, reduzindo assim as esperanças de uma forte recuperação em 2015 | |
Aumento do desemprego na Europa versus medidas de austeridade anteriores Diante do cenário político preocupante, as principais forças econômicas da União Europeia iniciaram um processo de austeridade financeira na tentativa de deter a crise que começou em meados de 2009. A austeridade defendida, principalmente pela Alemanha, visava desde o início à solução para o endividamento público e privado na região. Processos de austeridade são uma exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI), quando um país que possui dívidas com o Fundo, pretende refinanciá-las. A instituição exige a redução dos gastos públicos, para que consigam pagar suas dívidas. Esta política econômica é rigorosa e restritiva, pois limita o consumo privado e público. De acordo com o site da BBC, entre as medidas de austeridade que podem ser implementadas por governos estão o aumento de impostos e cortes orçamentários. O objetivo é reduzir o déficit de um país, ou seja, o excesso de despesas em relação à receita anual dos cofres públicos. Ainda, segundo o site, as medidas de austeridade se tornaram altamente impopulares com o público, já que de forma geral têm como resultado cortes em serviços públicos, aumento da idade de aposentadorias e reduções salariais para aposentados e funcionários públicos. Outra crítica é que tais medidas afetam o crescimento e podem ser autodestrutivas, pois a população pode se sentir ameaçada com relação ao emprego e salários causando a diminuição gradativa da demanda. Porém, existe uma teoria de que seria mais adequado adotar medidas que estimulem o crescimento da economia ao invés das medidas de austeridade tão impopulares e propensas à autodestruição. Essa estratégia de não cortar os gastos de forma tão acentuada e rápida, adotada pelos Estados Unidos (que também passou por uma forte crise) não diminuiu o desemprego de forma expressiva e nem causou significativa expansão para que fosse considerada tão eficaz. O site da revista Carta Capital, diz que a Cruz Vermelha afirma que a Europa está diante de uma “iminente crise humanitária”, pois os pobres estão ficando mais pobres, há mais gente cuja renda está abaixo da linha da pobreza e a desigualdade está aumentando. Segundo a entidade, as “consequências a longo prazo” da crise ainda estão por vir, uma vez que a questão do desemprego na Europa é uma “bomba-relógio”. Em um quarto dos 52 países pesquisados, o nível de desemprego dos jovens é classificado como “catastrófico”, variando de um terço desta população até 60% dos jovens de um país. Entre os mais velhos, a situação também é problemática. Em 2008, havia 2,8 milhões de desempregados entre 50 e 64 anos nos 28 países da União Europeia. Em 2012, esse número estava em 4,6 milhões. As medidas de austeridade por si só alavancam o desemprego, pois há recessão da economia, com menos investimentos, aumento da taxa de juros, menor circulação de dinheiro, entre outros efeitos. De acordo com Júlio Godoy (GODOY, 2012) “Longe de resolver a crise, como foi prometido ao serem impostas pelas autoridades, os atuais planos de consolidação fiscal elevarão a relação entre dívida e produto interno bruto em 2013 na União Europeia”. Segundo um estudo do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social (Niesr), com sede em Londres, numerosos estudos europeus confirmam hoje o que vários economistas e ativistas vêm alertando há meses e até há anos: que a crise econômica, causada pelo colapso financeiro de 2007-2008 e o consequente resgate de bancos e fundos de investimento pelos Estados levou ao crescimento do desemprego e à consequente pobreza de vastos setores da sociedade na União Europeia. Isso ocorre, pois, segundo o economista Fernando Ferrari (para Monitor Digital), quanto mais fundo a Europa forem relação ás austeridades mais longa será a duração da crise. Além disso, falta criar mecanismos de regulação financeira e apostar na produção, lembrando que para ampliar investimentos e consumo a saída é distribuir renda. Caso contrário, o consumo será financiado por endividamento, que resultará em asfixia e inflação no futuro. | |
Conclusão A crise na Europa foi causada por políticas internacionais mal gerenciadas, que ocasionou o endividamento de diversos países e consequentemente atingiu aos que tiveram uma melhor gestão por fazerem do grupo e estarem diretamente ligados uns aos outros. A tendência é que a queda da economia nesses países diminua, e que políticas para o crescimento comecem a ser adotadas a fim de alavancar novamente os mercados. A Europa tem a desvantagem de ser um continente com dimensões territoriais reduzidas e com alta ocupação demográfica, isso se comparado com os Estados Unidos, por exemplo, que também passou pela crise, mostra uma dificuldade maior de se encontrar alternativas para acelerar o crescimento, portanto esse processo deve ser lento e “doloroso”. Diante do estudo de diversos artigos sobre a situação econômica atual da Europa, provavelmente uma mescla entre austeridade e em alguns momentos uma política monetária expansionista podem ajudar nessa reviravolta esperada pela população desses países, os governos devem também adotar medidas que promovam o crescimento da economia, aumento de consumo e produção, para que o nível de desemprego atualmente apresentado na Europa não continuem a crescer gerando problemas sociais que poderão ser irreversíveis. | |
Referências bibliográficas BBC. Entenda a discussão sobre austeridade fiscal na Europa. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/05/120507_qa_austeridade_europa_jp.shtml>. Acesso em 14 de Março de 2015. BLANCO, F., O Comportamento Fiscal dos Estados Brasileiros e seus Determinantes Políticos. Revista da ANPEC, Vol. 2, Jan. 1995. Carta Capital: O legado devastador da austeridade. Disponível em <http://www.cartacapital.com.br/economia/o-legado-devastador-da-austeridade-1656.html>.Acesso em 15 de Março de 2015 GODOY, Júlio. Austeridade afunda ainda mais a Europa. Envolverde – Jornalismo e Sustentabilidade. Novembro 2012. Disponível em: <http://envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/a-austeridade-afunda-ainda-mais-a-europa>. Acesso em 16 de Março de 2015. KEYNES, John M. Teoria geral do emprego, do juro e do dinheiro. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os Economistas). MATIAS-PEREIRA, J. Finanças Públicas: foco na política fiscal, no planejamento e no orçamento público do Brasil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Wharton University of Pensilvania. A Europa em 2015: incerta, desigual e imprevisível. Disponível em: |
*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.
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