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As Especificidades Históricas do Desenvolvimento Capitalista

Por:   •  27/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.640 Palavras (7 Páginas)  •  445 Visualizações

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Introdução

A metodologia usada para a elaboração desse trabalho foi à junção das aulas assistidas do Professor Dr. Áquilas Mendes do curso de Padrões de Desenvolvimento Capitalista e de teoria de grandes autores, eles sendo Rostow, Caio Prado, José Braga, Aloisio Teixeira e Moore Jr.

O trabalho em questão abordará exclusivamente o meio do desenvolvimento do capitalismo na Alemanha através da via prussiana e dos Estados Unidos sendo reconhecido como a via do capitalismo moderno. Esse está dividido em três partes, sendo a primeira sobre as especificidades históricas do desenvolvimento capitalista, a segunda parte dando exclusividade ao desenvolvimento capitalista alemão e por fim a terceira, e última, parte que tem como objetivo explicar o capitalismo moderno americano e a primazia global.

Especificidades Históricas do Desenvolvimento Capitalista

O sistema capitalista, desde suas origens no final do século XV e início do século XVI, sofreu diversas mudanças, passando de um modelo transitório da crise do feudalismo a um modelo de economia e sociedade. Tais mudanças causaram profundas produções e transformações socioespaciais, que variaram tanto nas mudanças como nas técnicas e nos modelos produtivos quanto conservam em si as heranças dessa dinâmica.

Para Rostow, as sociedades passam por cinco etapas diferentes e contínuas, determinantes do estado de desenvolvimento sócio-econômico corrente, e através destas o seu desenvolvimento é garantido.

“É possível enquadrar todas as sociedades, em suas dimensões econômicas, dentro de uma das cinco seguintes categorias: a sociedade tradicional, as precondições para o arranco, o arranco, a marcha para a maturidade e a era do consumo em massa.” (Rostow, 1964, p.16).

Rostow afirma (1964, p. 26) que suas etapas não são meramente descritivas e nem generalizam o desenvolvimento das sociedades modernas, uma vez que essas possuem uma lógica e continuidade interiores.

Em contrapartida a esse pensamento temos Caio Prado. Autor que levava em consideração “A História e sua expressão teórico-conceptual, que é a Historiografia, constituem a principal ou pelo menos básica informação relativa ao comportamento do homem” (Prado, 1989, p.18). Por estudar a historicidade dos países sua maior crítica era a Rostow.

“A análise econômica, como decorrência de sua própria natureza e estilo de trabalho, e privada de uma suficiente perspectiva histórica irá ocupar-se do assunto com seus métodos específicos e exclusivos, e por isso altamente insuficientes para a abordagem e consideração dele em seu conjunto e totalidade. [...] os fatos concretos, isto é, a história na sua real e verdadeira especificidade, não cabe numa análise destas senão subsidiariamente e como simples ilustração, ou antes, como elementos a serem “encaixados” dentro do modelo proposto.” (Prado, 1989, p.21).

Por esses motivos que ao se analisar o desenvolvimento da economia de um Estado é necessário considerar a sua historicidade. Uma vez que não há como aplicar um padrão que funcione em todos, pois suas economias e histórias são diferentes e isso afeta no seu desenvolvimento.

O Desenvolvimento Capitalista Alemão

A via prussiana foi seguida pelos países de industrialização retardatária, no século XIX.

“O surgimento da Alemanha como potência industrializada, na segunda metade do século XIX, não corresponde a uma transição do subdesenvolvimento para o desenvolvimento, com o que suas lições para os subdesenvolvidos do século XX estão longe de ser imediatas, ainda que seu capitalismo organizado possa inspirar políticas nos países periféricos.” (Braga, 1999, p. 192).    

As revoluções burguesas foram aparadas por conta da fraqueza estrutural de suas burguesias e ao anseio que tiveram de ser transpostas politicamente pela aliança do proletariado com o campesinato. Os burgueses fizeram um acordo com a nobreza e a monarquia pelo qual limita bastante as próprias demandas políticas, aceitando que as reformas do aparelho do Estado fossem feitas de maneira delonga e superficial, em troca de mudanças expressivas e progressivas no universo econômico.

A via prussiana representou uma passagem do feudalismo para o capitalismo, a inexistência de revoluções democrático-burguesas e a forte presença do estado na economia com o intuito de acelerar o desenvolvimento econômico são algumas características da via prussiana.

“Tal modernização conservadora se dá sob o comando autoritário do Estado, tendo como herança um regime democrático débil (República de Weimar), que acaba por sucumbir ao regime totalitário fascista no interregno entre as duas grandes guerras. [..] Compreende-se, nessas circunstâncias, que os avanços econômicos tenham sido empreendidos a partir dos interesse materiais do Estado” (Braga, 1999, p.193/195)

Alemanha, unificada desde 1871, alcança sua maturidade como potência, acarretando em uma mudança no equilíbrio de poder europeu e mundial. Braga já dizia (1999, p.198) que o período 1871-73 e que se alonga até 1914 pode ser considerado como o que ergue o poder industrial germânico, com força suficiente para ser o protagonista da primeira guerra mundial.

“A base da superioridade industrial alemã consolidava-se através de inovações tecnológicas, as quais se nutriam de um enfoque pertinente quanto ao papel da educação. [...] a educação se apresenta como determinante originário da existência de uma classe trabalhadora altamente qualificada e promotora de uma elevada produtividade social do trabalho.” (Braga, 1999, p.198).

O motivo do qual o capitalismo alemão ser um sucesso era a articulação entre bancos e indústrias, uma vez que o ampliava o raio de manobra monetário financeiro e creditório frente ao padrão-ouro gerido pelos ingleses, e ao qual a Alemanha estava formalmente vinculada.

Mesmo após a perda da primeira guerra mundial a Alemanha se reergueu e manteve seu crescimento por meio do partido Nazista.

“A recuperação econômica alemã dos anos 30 foi a mais explícita demonstração histórica de que o capitalismo pode basear seu dinamismo na produção de máquinas que produzem máquinas e máquinas que produzem armamentos. O consumo da grande massa, em uso de baixo dinamismo, não implica necessariamente restrições macroeconômicas ao crescimento. A pressão dos custos das matérias-primas que surge a partir da expansão da indústria foi enfrentada através de controle de preços e de salários, impedindo assim manifestações inflacionárias. As prioridades do tipo de acumulação de capital eram viabilizadas também por controles estritos da balança comercial e das transações comerciais. Esta “marcha forçada” repercutiu de imediato sobre o nível de emprego, favorecendo a legitimação de Hitler pela população.” (Braga, 1999, p.209).

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