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Atividade Individual FGV Economia Empresarial

Por:   •  7/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.314 Palavras (10 Páginas)  •  719 Visualizações

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Atividade individual

        

Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios

Aluno/a: Beatriz da Costa Braga

Disciplina: Economia Empresarial

Turma: 1121-1_37

INTRODUÇÃO

O setor escolhido para esta análise é o setor de transporte aéreo, a análise deste setor é interessante porque é um setor que estava em crescente ascensão há alguns anos e que, infelizmente, foi fortemente impactado pela pandemia causada pela COVID-19.

Segundo dados do Ministério da Economia em pesquisa publicada em setembro de 2020, este foi o segundo setor mais impactado pela pandemia.

Através desta análise, pretende-se mostrar números pertinentes ao setor e seu contexto econômico passado e atual, além de uma análise macro e microeconômica, diretamente relacionada aos números de oferta e demanda e resultados do mesmo.

CONTEXTO DO SETOR

Segundo pesquisa publicada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em agosto de 2021, o setor de aviação civil no Brasil apresentou, em 2019, antes do início da pandemia, o maior volume de passageiros transportados desde o início da série da história da aviação no país, somando o total de 119,3 milhões de passageiros.

Porém, já em 2020, iniciada a pandemia, estes números foram bem menos expressivos, caindo drasticamente para menos da metade, somando apenas 52 milhões de passageiros transportados, ou seja, uma redução de 56% do volume do ano anterior. Este resultado foi o pior do setor desde 2005, quando foram transportados 49 milhões de passageiros (ANAC, 2021).

De acordo com dados publicados pela ANAC no Anuário de Transporte Aéreo de 2020, de 2011 até 2020, o setor se mantinha constante, com pequenas quedas ao longo dos anos ocasionadas por fatores econômicos. O gráfico abaixo mostra a evolução do número de passageiros pagos transportados e decolagens ao longo dos últimos anos:

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O Mercado Aéreo brasileiro apresentou, no ano de 2020, uma expressiva redução do número de decolagens e de passageiros transportados, resultado da pandemia de COVID19 que acometeu o mundo, principalmente a partir do mês de março. Somando-se os mercados doméstico e internacional, foram realizados 465 mil voos regulares e não-regulares, que representa queda de 51% com relação a 2019, enquanto o número de passageiros transportados teve sua primeira queda desde 2016, com 52 milhões de passageiros domésticos e internacionais, representando uma redução de 56% sobre o valor de 2019 (ANAC, 2020, p.4).

Devido às quedas de voos e passageiros, as empresas do setor não apresentaram resultado positivo no ano de 2020, e sim negativo, somando juntas um prejuízo de 20,5 bilhões, conforme informações publicadas no Anuário do Transporte Aéreo de 2020.

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Levando estes números em consideração, pode-se afirmar que a pandemia da COVID-19 afetou o setor de transporte aéreo de forma muito significativa, causando um prejuízo histórico nas empresas do ramo.

ANÁLISE MACROECONÔMICA

São vários os indicadores macroeconômicos que podem afetar o crescimento ou queda dos mais diversos mercados de bens e serviços como um todo, afinal, a economia estável fomenta o crescimento das empresas de todos os nichos e mercados.

No que tange ao mercado de transporte aéreos, os indicadores que mais se destacam como influências positivas ou negativas em seus resultados são: Produto Interno Bruto (PIB), Renda e Consumo, Inflação, Taxa de Desemprego e Índice de Confiança do Consumidor.

Segundo o IBGE, o PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano, e é considerado um dos principais termômetros de uma economia (IBGE, 2021).

O PIB pode exercer influência nos transportes aéreos porque este mercado oferece um serviço que geralmente está atrelado a algum outro fim, por exemplo, turismo, transporte de cargas, viagens de negócios, entre outros. Portanto, a tendência é de que haja crescimento no transporte aéreo sempre que a economia esteja propicia para o crescimento de outros setores também.

Analisando o gráfico do IBGE abaixo com os dados do PIB de 2010 a 2020, em comparação ao gráfico apresentado no Item 2 – Contexto do Setor, é perceptível que o número de passageiros e decolagens acompanhou o crescimento ou decréscimo do PIB ao longo dos anos.

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Outra variável que mostra grande influência no setor de transporte aéreo é a inflação. De acordo com o Banco Central do Brasil (2001), a inflação mede o aumento dos preços de bens e serviços e é calculada com base nos índices de preços, a mesma implica diminuição do poder de compra da moeda.

Ou seja, em um cenário com inflação alta, o poder de compra dos consumidores é afetado negativamente. Sendo assim, a tendência é que a compra de bens e serviços diminua em todos os mercados, causando também a diminuição dos investimentos. Contudo, certamente a inflação reflete ainda mais nos nichos de bens e serviços supérfluos ou de gastos que podem ser evitados, como é o caso do transporte aéreo, que não é um serviço de necessidade básica.

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Comparando o gráfico acima que expõe a inflação de 2010 a 2020, em comparação ao gráfico do PIB no mesmo período, nota-se que em períodos de alta na inflação, observa-se menor PIB. Ou seja, há diminuição no consumo de bens e serviços de forma geral.

Segundo Coppio et al. (2017), a movimentação de passageiros no transporte aéreo doméstico e internacional dos vários aeroportos do Brasil seguiu a mesma tendêcia entre 2013 e 2015, que foi a de redução da movimentação, acompanhada da queda do PIB e aumento da Inflação o no mesmo período, representando a crise econômica do Brasil.

Outros fatores macroeconômicos que podem influenciar de forma importante este setor e que podem ser tratados em conjunto são: Renda e Consumo, Taxas de Desemprego e Confiança do Consumidor.

Quando consumidor está satisfeito e otimista em relação ao futuro, tende a gastar mais. Quando está insatisfeito, pessimista, gasta menos. A confiança do consumidor, portanto, atua como fator redutor ou indutor do crescimento econômico (FGV-IBRE, 2021).

Os índices de Desemprego, Renda e Consumo também são variáveis importantes para o setor de transportes aéreos, pois conforme citado anteriormente, o transporte aéreo sempre tem alguma finalidade, seja ela de negócios, de cargas ou turística. Além disso, é um dos meios de transporte mais caros do mercado. Portanto, com alto índice de desemprego e baixo poder aquisitivo da popolação, os hábitos de consumo de bens e serviços tendem a diminuir, consequentemente afetando este setor.

Sendo assim, uma economia estável, com baixa inflação, baixo nível de desemprego, ausências de crises e incertezas políticas proporciona um maior sentimento de confiança no consumidor, influindo positivamente em seus hábitos de consumo. Porém, em um cenário de grande incerteza e riscos, o consumidor entende que suas finanças pessoais podem estar em risco, logo, tende a poupar e deixar de consumir bens e serviços.

Por fim, a pandemia ocasionada pela COVID-19 claramente influenciou os resultados do mercado de transportes aéreos devido ao fechamento de fronteiras e paralização da atividade do setor durante os períodos de quarentena. Dessa maneira, os resultados do ano de 2020 foram severamente prejudicados, com altos custos e baixo lucro.

Considerando as variáveis macroeconômicas acima analisadas, uma economia estável influi diretamente no mercado de transportes aéros, pois como este setor não fornece um serviço fim e sim um serviço atrelado a vários outros setores da economia, ele se torna muito dependente de outras variáveis e do hábito de consumo do país e sua população.

ANÁLISE MICROECONÔMICA

Conforme abordado no tópico anterior, o setor de transporte aéreo é extremamente dependente de outros setores da economia e de indicadores macroeconômicos. Portanto, seus índices microeconômicos também acabam sendo afetados por fatores externos e alheios às vontades das empresas em questão.

Os principais fatores microeconômicos a serem considerados para este setor são: Público-Alvo, Oferta e Demanda e Precificação.

Como o setor de transportes aéreo abrange vários perfis e não é um nicho altamente especializado, é importante acompanhar as tendências e preferências de seus consumidores, mas isto não é tão determinante como em outros mercados.

Como o Público-Alvo deste mercado é muito grande e praticamente todas as empresas já oferecem diversos tipos de serviços, desde os mais baratos até os mais luxuosos, acabam sempre existindo opções que agradem a todos os consumidores.

Além disso, não existem grandes diferenças e personalização nos serviços prestados de uma companhia para outra. Porém, é importante ficar atento a falhas, pois quando algo não dá certo durante o voo ou o passageiro precisa enfrentar longas filas, longas espera e problemas de desorganização, a companhia aérea pode ter sua imagem severamente prejudicada, inclusive a nível internacional.

Mais importante do que acompanhar as tendências de seu público alvo, é acompanhar a Oferta e Demanda, que é diretamente influenciada por situações macroecômicas e pode mudar a qualquer momento, conforme exposto no capítulo anterior.

De acordo com dados da ANAC (2021), nota-se que os períodos de diminuição da demanda para serviços de transporte aéreo coincidem com os períodos de baixa na economia.

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Consequentemente, as empresas vão ajustando sua oferta com base na necessidade imposta pelo mercado.

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Outro indicador microeconômico que as empresas do setor precisam observar, é sua composição de custos, que irá influenciar diretamente em sua precificação e proposta de valor ao consumidor final.

Este indicador também é importante para a elaboração de estratégias de marketing e promoções, que podem ajudar a alanvancar seus resultados em momentos de crise.

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Segundo a ANAC (2021), as Receitas e os Custos e Despesas de voo reduziram em 2020, na ordem de -53,4% e -31,5%, respectivamente. Já as Receitas por Assento-quilômetro ofertado (RASK) caíram 53,4% e os Custos e Despesas por Assento-quilômetro ofertado (CASK) subiram 40,8%.

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O ano de 2020, que marca o início da pandemia pela COVID-19 no Brasil, foi extremamente negativo para o setor, que registrou um prejuízo de 20,5 bilhões de reais segundo a ANAC (2021).

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CONCLUSÃO

Considerando todo o contéudo e dados expostos na análise acima, pode-se afirmar que o setor de transporte aéreo é extremamente dependente de fatores macroeconômicos. Observa-se que, como não é um setor que presta um serviço-fim, fica muito atrelado a diversos outros setores e variáveis da economia local e mundial.

O PIB, a Inflação, o Poder de Compra do Consumidor, a Taxa de Desemprego e a Índice de Confiança do Consumidor podem causar impactos muito significativos no setor, tanto positivos, quanto negativos. Nota-se que em períodos onde a economia vai bem, este setor cresce exponencialmente. Porém, quando vai mal, é diretamente afetado, tendo diminuição quase imediata na demanda por seus serviços.

A pandemia da COVID-19 trouxe dificuldades ainda maiores para o setor em questão, pois com as restrições sanitárias, fechamento de fronteiras e, consequentemente, paralização do turismo e de viagens de negócio, as empresas aéreas ficaram sem qualquer demanda por grande parcela de seus serviços, podendo manter apenas transporte de carga, ainda assim com exceções.

Além das linhas aéreas, outras empresas do setor também foram impactadas, como por exemplo a GE Celma, empresa prestadora de serviço de manutenção motores aeronáuticos, que também teve sua demanda impactada negativamente devido à dimunuição dos voos de passageiros, e, consequentemente, falta de necessidade de manutenção frequente nos motores das aeronaves.

Outras empresas do setor que foram afetadas foram as fabricantes e revendedoras de peças e componentes aeronáuticos, que também tiveram dimuição em suas vendas devido a falta de necessidade de manutenção nas aeronaves.

Obviamente, os impactos da pandemia não se refletiram apenas no setor de aviação, como em todos os outros setores da economia, exceto aqueles que tem sua atividade fim relacionadas à saúde e puderam alavancar seus resultados conforme o avanço das medidas restritivas e sanitárias impostas por lei em muitos países, como por exemplo, o uso de máscaras e álcool em gel e a necessidade de testes de COVID-19.

Com o avanço da vacinação da população geral e diminuição do número de contaminados pela COVID-19 alguns países começaram a flexibilizar suas medidas sanitárias e reabrir suas fronteiras para receber visitantes e voos de outros países. Neste contexto, as empresas aéreas puderam retormar parte de suas atividades e melhorar um pouco seus resultados ou diminuir prejuízos, ainda que com diversas restrições.

Contudo, é muito difícil que o setor consiga se recuperar plenamente antes que a doença seja totalmente contida. Muitas pessoas ainda se opõe ao fim do isolamento social e não estão dispostas a retormar suas atividades laborais de forma presencial e a nem viajar com fins de negócio ou turismo, a doença ainda causa um certo pânico e insegurança na população.

Além da insegurança em termos de saúde, a população ainda não está confiante o suficiente com o desempenho da economia, especialmente no Brasil, que enfrenta grave crise econômica, instabilidade política e alto desemprego.

É possível que o setor vá se recuperando a medida que os números de contaminados for reduzindo e conforme os números da economia se mostrem melhores, alterando aos poucos a Demanda e Oferta por este tipo de serviço.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC). Anuário do Transporte Aéreo: 2020. Brasil.

BARROS, Alexandre. PIB cresce 3,2% no 4º tri, mas fecha 2020 com queda de 4,1%, a maior em 25 anos. Agência IBGE Notícias, 2021. Disponível em: <https://censos.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/30166-pib-cresce-3-2-no-4-tri-mas-fecha-2020-com-queda-de-4-1-a-maior-em-25-anos>. Acesso em: 8 de janeiro de 2021

COPPIO, Gustavo; CAETANO, Mauro; ALVES, Claudio; CIVIDANES, Luciana; LIMA, Maryangela. Impacto da crise econômica brasileira no transporte aéreo no país: Uma análise da influência do PIB e da inflação. Revista Transportes, 2017. Disponível em: <https://www.revistatransportes.org.br/anpet/article/view/1241/638>. 8 de janeiro de 2021.

INDICADORES do transporte aéreo recuam em consequência da pandemia de Covid-19. Governo Federal, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/anac/pt-br/noticias/2021/indicadores-do-transporte-aereo-recuam-em-consequencia-da-pandemia-de-covid-19>. Acesso em: 8 de janeiro de 2021.

MINISTÉRIO da Economia divulga lista dos setores mais afetados pela pandemia da Covid-19 no Brasil. Governo Federal, 2020. Disponível em: <https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2020/setembro/ministerio-da-economia-divulga-lista-dos-setores-mais-afetados-pela-pandemia-da-covid-19-no-brasil>. Acesso em: 8 de janeiro de 2021.

O que é inflação. Banco Central do Brasil, 2021. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/oqueinflacao>. Acesso em: 8 de janeiro de 2021.

PRODUTO Interno Bruto. IBGE, 2021. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php>. Acesso em: 8 de janeiro de 2021.

SILVEIRA, Daniel; ALVARENGA, Darlan. IPCA: inflação oficial fecha 2020 em 4,52%, maior alta desde 2016. G1, 2021. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/01/12/ipca-inflacao-oficial-fecha-2020-em-452percent.ghtml>. Acesso em: 8 de janeiro de 2021.

SONDAGEM do Consumidor. FGV IBRE, 2021. Disponível em: <https://portalibre.fgv.br/sondagem-do-consumidor>. Acesso em: 8 de janeiro de 2021.

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