Capital humano
Por: Paula Nakada • 1/12/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.871 Palavras (8 Páginas) • 165 Visualizações
HUMAN CAPITAL INVESTMENT IN THE DEVELOPING WORLD: AN ANALYSIS OF PRAXIS
OGUNADE, Adeyemi O.
O relativo fracasso da globalização em dar o arranque inicial para o crescimento econômico em termos de PIB e renda per capita, em países como Nigéria, Rússia, Brasil e diversos outros na América Latina e África, fez com que estes países buscassem novas formas para estimular suas economias. A preponderância em pesquisas em capital humano revelou uma forte relação entre o crescimento econômico e o investimento em capital humano.
A um nível macroeconômico, estudos de Becker, Murphy e Tamura demonstraram que o investimento em capital humano possui taxas de retorno crescentes. Isso ocorre porque o uso intensivo de capital humano aumenta o crescimento produtivo e tecnológico, que estimula o crescimento do PIB. Desse modo, em um cenário de livre comércio, o investimento em capital humano estimula a criação de novas tecnologias, aumenta a demanda por trabalho qualificado, promove o “learn by doing” e também estimula as exportações. Por outro lado, políticas protecionistas podem interferir na alavancagem do capital humano, resultando em uma subutilização do capital quando em um cenário sem liberalização do comercio externo.
Dessa forma, é possível inferir que o capital humano é uma variável endógena para o crescimento econômico e que, portanto, é de grande relevância o investimento nessa área, especialmente para países em desenvolvimento. Dada a dinâmica dos desafios da globalização, em que tanto a economia quanto a tecnologia mudam rapidamente, a habilidade de adaptação a essas mudanças se torna a essência da competitividade. Nesse sentido, é necessário que o país seja capaz de identificar as áreas que exigem mudanças, planejar e implantar as ações necessárias para mudança e fazer uma avaliação de sua efetividade.
A avaliação das necessidades é de extrema importância, em que o objetivo é identificar problemas específicos em áreas ou habilidades com deficiências e que precisam de uma intervenção. A pergunta chave neste caso seria quais são as habilidades que devem ser desenvolvidas para estimular o crescimento econômico nos países emergentes. Em um estudo conduzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), são classificadas quatro habilidades centrais: (1) fundamentais, que envolvem práticas de leitura e de matemática básicas; (2) básicas para o trabalho, que incluem a capacidade de comunicação, trabalho em grupo, decisão, iniciativa, planejamento, organização e aprendizado; (3) técnicas/profissionais, como, por exemplo, trabalho com metais, operação de torno, entre outros e (4) empresariais e de gestão de negócios, como análise de mercados e riscos, planejamento, estabelecimento de metas, resolução de problemas. Estas quatro habilidades enfatizam a ideia de que para que um país se mantenha competitivo é necessário que sua força de trabalho seja treinada nessas habilidades, garantindo a flexibilidade e a mudança. É importante ressaltar que o desenvolvimento de habilidades sozinho não gera um melhor resultado. Outros fatores de produção também são importantes para o aumento da produtividade, tais como a disponibilidade de capital, motivação, compromisso e experiência dos trabalhadores.
O governo também tem papel estratégico, principalmente no financiamento e na criação de políticas para melhoria da educação a nível nacional. Existem cinco classificações que abrangem as principais estratégias para o desenvolvimento. São elas: (1) Sistema Cooperativo, que depende da interação entre os grupos de empresários, trabalhadores e do governo; (2) Treinamento dependente de Investimento Estrangeiro Direto, que conta com mão de obra barata e recursos naturais para a atração de investimentos que levarão ao desenvolvimento tecnológico e de capital humano; (3) Estratégia Dependente do Estado, que envolve o financiamento da educação, de treinamentos vocacionais e também de programas para o desenvolvimento profissional, a fim de que as habilidades e o know-how tecnológico sejam passados para os trabalhadores; (4) Treinamentos a Cargo das Empresas, em que estas são responsáveis pelo treinamento de seus funcionários, e finalmente, (5) Treinamento Dependente de ONGs, em que os programas são conduzidos por entidades sem fins lucrativos que visam as metas de bem estar público. É claro que países adotam uma combinação destas cinco estratégias, podendo ter a preponderância de uma delas ou não. No caso de países latino-americanos, nota-se a preferência pela estratégia de cooperação.
HUMAN CAPITAL INVESTMENT: THE RETURNS FROM EDUCATION AND TRAINING TO THE INDIVIDUAL, THE FIRM AND THE ECONOMY
BLUNDELL, R.; DEARDEN, L.; MEGHIR, C.; SIANESI, B.
O conceito de capital humano surgiu através do reconhecimento de que as decisões do indivíduo e das firmas em investir em educação e treinamentos é muito similar às decisões relacionadas a outros tipos de investimentos: ambos possuem custos iniciais que só são pagos quando a expectativa da taxa de retorno liquida supera a taxa de juros do mercado. Dessa forma, se torna importante analisar a existência ou não de retorno para os indivíduos, firmas e para a economia em geral ao se investir no capital humano.
Um estudo feito no Reino Unido mostra evidencias de que o retorno com relação ao investimento em um ano a mais em educação é em torno de 5 a 10% de aumento nos salários, sendo que este tende a ser maior para mulheres do que para homens e variam de acordo com o tipo de qualificação adquirida. O mesmo ocorre com treinamentos, em que os retornos são positivos e tendem a ser maiores para mulheres. Além disso, empiricamente, nota-se que os retornos aos salários são maiores quando os treinamentos são oferecidos pela própria empresa, e que quando feitos no começo da carreira, os conhecimentos adquiridos tendem a ter mesmo retorno quando o indivíduo muda-se para outra empresa.
O que fica claro é que um maior estoque de capital humano acumulado oferece maiores incentivos e oportunidades para demais investimentos em sua formação, indicando a auto sustentação do crescimento de capital humano individual.
Há também indícios que apontam treinamentos como um fator importante para a melhor qualificação dos trabalhadores, o que tem contribuído para a melhor produtividade e competitividade das empresas. A maior flexibilidade e capacidade de inovação estimulados pelos treinamentos, tem também ajudado nas atividades de P&D que são essenciais tanto de uma ótica empresarial, como também macroeconômica.
Mais evidencias para a importância do capital humano
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