Desenvolvimento em uma perspectiva historica
Por: Dcalande • 28/5/2015 • Trabalho acadêmico • 5.314 Palavras (22 Páginas) • 279 Visualizações
Introdução
Desenvolvimento em uma Perspectiva Histórica
Durante séculos, os diferentes feudos da Europa Central e Meridional estiveram em guerra por questões de terras, ou para repelir ataques de invasores vindos do Oriente, ou do Norte, quando se uniam aos soberanos. No interior desses feudos, o sistema, ao mesmo tempo em que proporcionava estabilidade social, caracteriza-se por um imobilismo secular prejudicial ao desenvolvimento das forças produtivas. O Renascimento e o Mercantilismo abriram novos horizontes às nações e provocaram intensa mudança social.
A Inglaterra, tendo ficado inicialmente a margem das conquistas de novas terras, em outros continentes, e da consequente exploração colonial, dedicou-se intensamente ao comércio marítimo e à manufatura. Através do comércio exterior amplamente superavitário, acumulou considerável estoque de metais preciosos, tornando Londres a principal praça financeira da Europa. Com a rainha Vitória (1837-1901), a Inglaterra consolidou-se como a principal potência económica mundial. Difundiu o liberalismo, firmando sua posição hegemónica no comércio internacional.
Revolução Industrial na Inglaterra
Segundo Claudio Recco Foi um conjunto de transformações socioeconômicas e tecnológicas responsável por consolidar o sistema capitalista".
Uma definição bastante simples, mas que possui um elemento fundamental: primeiro o homem, depois a máquina. Isso significa que a revolução não deve ser entendida apenas como um conjunto de inovações técnicas, novas máquinas e novos procedimentos de produção. A revolução deve ser entendida a partir da alteração estrutural que determinou.
A Revolução Industrial, que ocorreu inicialmente na Inglaterra, posteriormente nos EUA, Alemanha, França, Japão e outros países, foi o resultado de uma série de inovações tecnológicas introduzidas na produção manufactureira, que reduziam sistematicamente os custos médios e aumentaram a oferta de bens de consumo e de bens de capital, expandindo o nível de emprego no meio urbano. Ela foi precedida pela revolução na agricultura e nos transportes e continuou na medida que o desenvolvimento de um desses sectores encadeava o processo dos demais. No entanto, enquanto a revolução industrial se processava, o nível de bem estar do conjunto da população não apresentava melhorias significativas. No seu início, o crescimento económico provocava efeitos regressivos nas próprias regiões onde ele se manifestava.
Até meados do século XVIII, o padrão de vida da população inglesa vinha aumentando muito lentamente. A produção industrial realizava-se nos domicílios, nas aldeias. Os níveis de produção e de produtividade mostravam-se, portanto, bastante baixos. Posteriormente, a produção agrícola aumentou com o uso mais intensivo de terra e trabalho e com a expansão da produtividade, derivada de novas formas de organização da produção.
O aumento da produção agrícola ocorreu também de forma indirecta, por intermédio da Revolução Industrial: a substituição da indústria doméstica e artesanal nas aldeias deslocou trabalhadores especializados de actividade manufactureira para as actividades agrícolas. O aumento da produção agropecuário ocorreu também pelas leis do cercamento dos campos, até então de uso comum. O crescimento da renda agrícola possibilitou também que a agricultura viesse a constituir mercado para bens industriais.
As inovações agrícolas e a ampliação do prazo dos arrendamentos aumentaram o interesse dos nobres pelas actividades agropecuárias e levaram negociantes urbanos a aplicar capitais na agricultura.
As ferrovias não participaram na revolução industrial inglesa, como nos EUA e em outros paises, pois so se expandiu a partir do surgimento da maquina a vapor. Em 1930, quando a revolução industrial estava consolidada, a inglaterra construiusua primeira ferrovia, de cerca de 100 km.porém esse país já havia construido mais de 1600 km de novas estradas de rodagem, permitindo o transporte interno de grandes volumes de mercaadorias tanto por terra, como água,no entanto, em 1850, as sete mil milhas das ferrovias transportavam mais cargas doque qualquer outro sistema de transporte (Meier e Baldwin, 1968,p.211).
A redução do custo de transporte, recorre da reconversão energetica(carvão vegetal por carvão mineral e energia hidráulica pela maquina avapor). Esta foi a fase concorencial da Revolução Industrial, com oferta ilimitada de trabalhadores provenientes do meio rural e com salários monetários. Nesta fase facíl do desenvolvimento industrial, entre tanto, os salários reais eram crescentes.
Fase oligopolista da revolução Industial
As emigrações para as colónias e a contínua expansão do emprego, fruto do crescimento urbano-industrial, via inovações tecnológicas, acabaram gerando no longo prazo uma relativa escassez de mão-de-obra, com salários nominais crescentes. A partir desse ponto, a Revolução Industrial saiu da fase concorrencial e ingressou na fase oligopolista (relativa escassez de trabalho e elevação dos salários monetários), emergindo o capitalismo ologopolista. Diante da nova situação do mercado de trabalho, a política económica inglesa começou a mudar. Em 1842, a Inglaterra passou a reduzir as restrições sobre o comércio externo e, em 1846, foi revogada a lei de trigo, tornando-se mais baratos os alimentos importados. Ao mesmo tempo, os ingleses passaram a difundir as doutrinas liberais e a impor a supressão da escravatura em todo o mundo, para que o trabalho assalariado ajudasse a expandir o mercado interno de consumo nos países envolvidos.
Com o crescimento dos custos de produção, via aumento de salários, estimularam-se as fusões e a compra de empresas. As firmas que vinham adoptando com sucesso inovações tecnológicas, redutoras de custos, obtiveram maior competividade e conquistaram melhor posição nos mercados. A elevação dos salários nominais e reais estimulava ainda mais a adopção de inovações tecnológicas poupadoras de trabalho, a fim de manter a taxa de lucro em níveis relativamente elevados. Na ausências de inovações tecnológicas, a redução da taxa de lucro no sector de bens de consumo, face da elevação dos salários reais, refletia-se no sector de bens de capital, cujo dinamismo desacelerava-se ainda mais fortemente, porque sentia tanto os efeitos da elevação dos salários reais no seu próprio sector, como a redução da demanda de bens de capital.
No início da fase oligopolista, a economia inglesa encontrou 3 alternativas no sector externo, para evitar a queda da taxa de lucro:
- Liberalização do comércio exterior, permitindo a livre importação de alimentos e matérias primas industriais;
- Incentivo as exportações de bem de capital, em face do surgimento de novos centros industriais em escala mundial;
- Expansão colonialista mais audaciosa, na Índia, Birmânia, Afeganistão, Sudeste da Ásia, Austrália e Nova Zelândia, permitindo a expansão das exportações de bens de consumo e a extracção de uma parcela maior do excedente capitalista nesses países.
A expansão da renda real per capita inglesa traduzia a elevação da produtividade de toda a economia, decorrente das inovações tecnológicas na agricultura, na indústria e nos transportes.
As pessoas que emigravam para as colónias, levando os hábitos de consumo inglês, tornavam-se importadores de produtos manufacturados da Inglaterra, contribuindo decisivamente para ampliar suas exportações. A expansão comercial proporcionava intensa divisão do trabalho. O aumento da escala das firmas barateava os preços dos produtos, o que elevava os salários reais. O crescimento da renda estimulava o consumo, os investimentos e a adopção de inovações técnicas, fechando o círculo dinâmico do crescimento. As ações do estado evitavam a queda da taxa de lucro e, portanto, a redução do ritmo dos imvestimentos. A interação ente os factores de oferta e de demanda provocava a adopção de novos processos de produção e a criação de novos produtos. A acumulação de capital gerava nova acumulação de capital.
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