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Fichamento do Capítulo Teoria Moderna da Colonização do Livro “O Capital”

Por:   •  23/9/2021  •  Resenha  •  1.197 Palavras (5 Páginas)  •  205 Visualizações

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Caio Roberto da Costa Santos – RA 11201920414

MARX, Karl. O Capital. Crítica da economia política (Quarta seção, Cap. XIII). São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda.,1996. Coordenação e revisão de Paul Singer. Tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe.

Fichamento do Capítulo Maquinaria e grande indústria do livro “O Capital”

I - Desenvolvimento da maquinaria

Logo no início do capítulo, Marx disserta sobre o desenvolvimento da maquinaria a partir de um pensamento de John Stuart Mill que discorda que as invenções mecânicas aliviaram o trabalho diário dos humanos. Apesar de concordar com o pensador, Marx acredita que o pensamento necessita de um complemento, de forma que o autor do Capital argumenta que as invenções aliviaram a labuta daqueles que vivem da apropriação do trabalho alheio, e, além disso, colocando o barateamento dos custos das mercadorias e meio de produção da mais-valia como real intenção das invenções mecânicas.

Adiante, Marx demonstra que as mudanças no modo de produção tomaram como ponto de partida a força de trabalho existente na manufatura para chegar à grande indústria, sendo o meio de trabalho transformado de ferramenta em máquina. Na manufatura, fase anterior, o homem produz se relacionando com a ferramenta, já na indústria, produz a partir da máquina, que tem força motriz natural. Para o autor, a diferença entre ferramenta e máquina está no fato de que a primeira é um instrumento de trabalho do qual o homem é a força motriz, enquanto na segunda, a máquina é vista como um aparato movido por força natural.

No ponto de vista de Marx, a Revolução Industrial teve início a partir da invenção da máquina de fiar, feita por John Wyatt, e, a partir disso, o desenvolvimento da maquinaria começa em três partes diferentes: 1) A máquina-motriz: aquela que atua como força motora de todo o mecanismo; 2) O mecanismo de transmissão: um composto de rodas, volantes, piões, correias; 3) Máquina-ferramenta: aquela que se constitui da integração das duas partes anteriores, ela é que se apodera do objeto do trabalho e o modifica de acordo com a finalidade que se deseja. Para o autor, a Revolução Industrial é originada pela máquina-ferramenta.

II - Entrega de valor da maquinaria ao produto

A partir dos trechos “como qualquer outro componente do capital constante, a maquinaria não cria valor, mas transfere seu próprio valor ao produto para cuja feitura ela serve” (p. 567) e ”[...] a maquinaria entra sempre por inteiro no processo de trabalho e sempre apenas em parte no processo de valorização. Ela nunca agrega mais valor do que em média perde por seu desgaste” (p. 567), o autor trabalha a ideia do tópico, dissertando que a maquinaria agrega trabalho não-pago ao produto, já que os custos de compra e desgaste são agregados ao valor final.

Além disso, a produtividade de uma máquina é medida a partir do quanto ela consegue substituir o trabalho humano, deixando claro, dessa forma, que a maquinaria surgiu com o objetivo de aumentar a mais-valia dos capitalistas, e não para diminuir o fardo do proletariado.

III - Efeitos próximos do funcionamento com máquinas sobre o operário

Nessa parte do capítulo, o autor ressalta que os efeitos imediatos da presença das máquinas na rotina do trabalhador são a substituição da força de trabalho humano por máquinas mecânicas e o barateamento da força de trabalho do proletariado.

A partir da maquinaria, os capitalistas conseguiram se apropriar da força de trabalho de toda uma família, já que a força muscular passou a ser dispensada nas fábricas, possibilitando o emprego de mulheres e crianças. Junto com isso, os donos de fábricas incentivaram o aumento da jornada de trabalho e a intensificação do trabalho, todos com o intuito de produzir mais-valia. A maquinaria e seus avanços foram usados como justificativa em todos os casos.

IV - A fábrica

Para definir o que é uma fábrica, Marx utiliza as seguintes palavras do Dr. Ure: “a cooperação de diversas classes de trabalhadores, adultos e menores, que com destreza e diligência vigiam um sistema de maquinaria produtiva movido ininterruptamente por uma força central (o primeiro motor)” e, de outro, como “um autômato colossal, composto por inúmeros órgãos mecânicos, dotados de consciência própria e atuando de modo concertado e ininterrupto para a produção de um objeto comum, de modo que todos esses órgãos estão subordinados a uma força motriz, semovente” (pg. 603). Marx diferencia as duas formas dissertando que na primeira, as máquinas são objetos passivos usados pelos trabalhadores. Já na segunda parte da definição, os trabalhadores são colocados como objetos, sendo subordinados das máquinas.

Utilizando o conceito de fábrica automática, Marx argumenta que a divisão de trabalho se dá de forma diferente, sendo os trabalhadores agora divididos em máquinas especializadas e um conjunto de trabalhadores que não formam grupos articulados e que a qualquer momento podem ser substituídos.

V - Luta entre operário e máquina

Nessa parte, Marx reforça a ideia de que as máquinas não foram introduzidas no trabalho para aliviarem os trabalhadores, tendo ocorrido o oposto, a mecanização agravando as condições precárias do proletariado. A partir disso, surgiram revoltas contra as máquinas por toda Europa, como o Ludismo.

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