Graduação em Defesa e Gestão estratégica Internacional Macroeconomia
Por: p_milani • 8/10/2019 • Resenha • 632 Palavras (3 Páginas) • 171 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Instituto de Relações Internacionais e Defesa
Graduação em Defesa e Gestão estratégica Internacional
Macroeconomia
Prof. Bernardo Salgado Rodrigues
P. Milani
119025652
Dedo na Ferida
1h30min de aula sobre a economia política que resiste ao rentismo.
O padrão integral da financeirização da vida ignora territórios, nacionalidades, soberanias, singularidades e qualquer tipo de vínculo com a vida real. É essa a mensagem que o documentário “Dedo na ferida” de Silvio Tendler transparece. Através de entrevistas com políticos e economistas, intercalado ao retrato real do cotidiano dos que sofrem os esforços da especulação, vivenciamos a transição do capitalismo de fluxos de capitais e salários ao moderno modelo de maximização de dividendos, ou seja, lucro sem a consolidação do investimento físico sob a lógica da microeconomia heterodoxa do investimento e produção.
O chamado hipercapitalismo, o capitalismo pós-guerra fria, é movido unicamente pelo dinheiro, cujos principais resultados são o desemprego em larga escala e uma economia que faz dos ricos cada vez mais ricos e dos pobres cada vez mais pobres. Por exemplo, segundo o documentário, de 2010 a 2015, a riqueza dos mais pobres diminuiu 38% e a fortuna dos mais ricos aumentou 45%. Ou seja, foi promovido o aumento da desigualdade social.
Até a década de 70, quando ainda se seguia o Acordo de Breton Woods, os fluxos (de capital) eram limitados, atendendo à demanda do pós-guerra, quando prevaleceu a percepção de que a crise dos anos 30 era decorrente da liberalidade. A especulação financeira foi regulada e vieram os 30 anos de capitalismo de desenvolvimento, com crescimento, industrialização e a formação de uma sociedade de classe média robusta nos Estados Unidos.
A partir dos anos 70, esse arranjo perde dinamismo e o que vem no lugar é a liberalização financeira. Ressurgem as recorrentes crises, crescimento menor com mais acumulação de capital e menos acumulação produtiva, concentração de renda e da riqueza e perda de autonomia dos governos. Os governos agora lutam contra massas enormes de capital que circulam livremente no globo
Isso faz-nos ter que extrapolar sob uma nova lógica, onde temos que esquecer os arranjos tradicionais do chão de fábrica, gerente, contracheque, sindicato, lei da oferta e procura. Na ordem financeira global, o que faz a roda girar são papéis. Pode-se mover imensos papéis e não se terá um par de sapatos a mais no país.
Na esfera atual, o domínio do poder econômico condiciona todas as outras formas de poder como subalternas a ele. Dez entre dez economistas citam o caso da Grécia como exemplar do poder de destruição do sistema financeiro “A Grécia não é dos gregos, é dos bancos”. Varoufakis, ministro das finanças, tentou renegociar a dívida da Grécia inutilmente. O capital financeiro tira das populações o direito de definir as rotas de seus países porque estas já estão definidas, a priori, pelas relações econômicas “A democracia não pode ser autorizada a mudar a política econômica” ouviu o ministro, ante a sua impertinência de tentar renegociar os termos do endividamento de seu país.
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