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Interdependencia de mercados

Por:   •  8/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  974 Palavras (4 Páginas)  •  715 Visualizações

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Análise da interdependência entre os mercados de gasolina comum e etanol hidratado, na cidade de Palmas 2007-2014

Este trabalho tem o objetivo de analisar a interação dos mercados de etanol e gasolina comum fornecidos na região de Palmas, observar o comportamento da compra dos revendedores frente a algumas variáveis da conjuntura econômica e a influência de um produto sobre o outro. A metodologia, através do método indutivo, se utilizou de dados obtidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para calcular a quantidade vendida do produto às revendedoras e o preço revendido para o mercado de carros populares, mais comuns nas grandes cidades, em um período que abrange desde 2007 a 2014.

A interdependência dos mercados da gasolina comum e do etanol hidratada é clara de ser observada devido ao seu comportamento substitutivo e exclusividade, pois são os combustíveis mais demandados pelos carros populares existentes no mercado. A mensuração da compensação entre um combustível ou outro é um cálculo realizado pela divisão entre o consumo por litro de álcool por consumo por litro de gasolina, quanto mais o índice se encontra acima de 0,7, mais o carro é eficiente com gasolina, enquanto menor for abaixo de 0,7, mais o carro é eficiente com álcool. Multiplicando esse índice pelo preço, o resultado obtido indica ao cliente se é vantajoso ou não a troca de álcool por gasolina, no caso, se se multiplicar o preço de etanol pelo índice, e não ultrapassar os 70% do preço da gasolina, então o uso do álcool será vantajoso. A aplicação desse método é importante e difundida entre os motoristas de carros flex, o que afeta consideravelmente a demanda por um ou outro combustível.

O gráfico, a seguir, apresenta a quantidade de litros que foram vendidos para os distribuidores de combustíveis na região de Palmas, Tocantins. Percebe-se no gráfico, uma mudança, de uma demanda mais paralela, a partir de 2009, para uma abertura; surge um distanciamento das quantidades, com um crescimento vertiginoso do consumo de gasolina de 87,2%, entre 2009 e 2012.Enquanto o etanol tem uma queda de 58,4%, no mesmo período.  Um fenômeno que pode explicar o crescimento de 87% de gasolina na região, reflexo da redução dos impostos sobre produtos industrializados (IPI) incidentes sobre automóveis. Uma medida tomada pelo Governo Federal Brasileiro, que teve por intenção estimular o mercado interno após ser atingido pela crise econômica mundial.  Para carros populares, de até mil cilindradas, o IPI cairia de 7% para zero. Para automóveis entre mil e duas mil cilindradas movidos à gasolina, seria reduzida de 13% para 6,5%.

 Para carros flex (bicombustível) e movidos à álcool, a alíquota cai de 11% para 5,5%. Entretanto, não será alterada para veículos que tenham mais de duas mil cilindradas. A redução do IPI vale entre 12 de dezembro e 31 de março de 2009.  A indústria automotiva respondeu positivamente à redução do IPI adotada em dezembro, tendo saído de uma queda de 50% na média diária da produção de dezembro/08 em relação à de novembro/08 para crescimento de 21,3% em fevereiro/09 sobre janeiro/09.  O sucesso de tal medida fez com que fosse prorrogada por três meses. [pic 1]

Tabela A- Quantidade de em litros de Gasolina Comum e Etanol Hidratado vendido na cidade de Palmas entre 2007 e 2014

Dados: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), elaboração própria

Para o etanol, o aumento de investimentos nas plantações de cana e construções de usinas, resultado de sua chegada ao mercado, como uma promessa de combustível de origem sustentável, possibilidade de exportação para países da Europa e Estados Unidos da América e o aumento de carros flex no mercado, possibilitou um crescimento médio considerável entre 2007 e 2009 de 49%,

 Porém, com o impacto da crise de 2008, os investimentos se tornaram menos atraentes. Aliado a isso, falta de planejamento a longo prazo por parte do governo e o preço mais atrativo do açúcar, os produtores de etanol passaram a ter uma preferência pela produção de açúcar. A distribuição deste tipo de combustível para os revendedores, obteve uma queda de 13%, entre 2009 e 2010.

Estes acontecimentos influenciaram um aumento no preço do etanol produzido, enquanto o preço da gasolina se manteve constante.

[pic 2]

Tabela B- Preços por litro de Gasolina Comum e Etanol Hidratado vendido na cidade de Palmas entre 2007 e 2014

Dados: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), elaboração própria

Levando em consideração o uso do cálculo do coeficiente de rendimento do carro entre etanol e gasolina, considerando uma média de 0,7, é notório o crescimento acentuado entre 2009, momento no qual, a quantidade de etanol passa a retrair. Entre 2009 e 2011, o índice teve um crescimento de 13%. Em 2012, onde o índice obteve seu maior valor, o gráfico de quantidade demandada (gráfico A), apresenta uma diminuição no consumo de gasolina, contrariando a tendência de aumento, que apresenta nos últimos três anos, uma taxa média anual de 23%, nesse ano apresentando apenas 6% de crescimento.

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