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Karl Polanyi: “Nossa Obsoleta Mentalidade de Mercado”

Por:   •  15/9/2020  •  Resenha  •  780 Palavras (4 Páginas)  •  269 Visualizações

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Karl Polanyi: “Nossa Obsoleta Mentalidade de Mercado”

O texto se inicia contando sobre a evolução do capitalismo e seu estagio liberal.  A economia humana foi transformada em um sistema auto-regulado de mercados e os pensamentos e valores humanos foram voltados para as necessidades das maquinas. A fase da Era da Máquina envolveu uma organização da sociedade que derivou seu nome da sua instituição central, o mercado. Porem, ao passar do tempo esse sistema entra em decadência. Contudo, nossa filosofia prática foi esmagadoramente moldada por esse episódio espetacular, as coisas foram mudando e surge a necessidade de uma nova resposta ao desafio das máquina. Novas noções sobre o homem e a sociedade tornaram-se correntes e ganharam o estatuto de axiomas.

A sociedade de mercado

O nascimento do laissez faire causou grande choque às visões do homem civilizado sobre si mesmo, de cujos efeitos ele nunca se recuperou inteiramente. Apenas muito gradualmente nós estamos dando conta do que nos aconteceu tão recentemente quanto a um século atrás.

A grande mudança ocorrida foi a transformação dos mercados  em um sistema de mercados auto-reguláveis. O trabalho e a terra viraram  mercadoria, havia uma oferta de trabalho, e demanda para ele; havia oferta de terra, e demanda para ela, dessa forma surgia novo tipo de sociedade onde o sistema econômico ou produtivo foi aqui confiado a um mecanismo automático e não mais existiam restriçoes feitas por feudos ou autoridades públicas.

A nova esfera economica foi marcada pela fome e ganho, O medo de morte pela fome entre os trabalhadores, e a tentação de lucro entre os empregadores, manteriam o vasto estabelecimento girando. E todos os indivíduos foram levados a agir sob a pena de serem atropelados pelo mercado.

A fome e o ganho estão ligados com a produção através da necessidade de “ganhar uma renda”. Pois sob tal sistema, o homem, para manter-se vivo, é compelido a comprar bens no mercado por meio de uma renda derivada da venda de outros produtos no mercado. O nome dessas rendas – salários, aluguel, juros – variam conforme o que é oferecido para a venda: uso da força de trabalho, da terra, ou do dinheiro; a renda chamada lucro – a remuneração do empresário – deriva da venda de bens que atingem um preço maior que os bens que vão na produção deles. Assim todas as rendas derivam de vendas, e todas as vendas – direta ou indiretamente – contribuem para a produção. A última é, com efeito, incidental ao ganho de uma renda. Tão logo um indivíduo está “ganhando uma renda”, ele está, automaticamente, contribuindo para a produção.

Assim foram estabelecidos os três dogmas do liberalismo econômico, o princípio sobre o qual a economia de mercado foi organizada: que o trabalho deveria encontrar seu preço no mercado; que o dinheiro deveria ser suprido por um mecanismo auto-ajustável; que as mercadorias deveriam ser livres para fluir de país a país independentemente das consequências – em suma, um mercado de trabalho, o padrão ouro, e o comércio livre. Foi induzido um processo auto-inflamatório, como resultado do qual o antigo padrão de mercado, inofensivo, expandiu-se para uma enormidade sociológica.

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