O Mercado sucroalcooleiro de são paulo
Por: Bruno Faria • 5/7/2018 • Resenha • 611 Palavras (3 Páginas) • 165 Visualizações
Ocorreram várias transformações no setor sucroalcooleiro no Brasil a partir da sua criação. Algumas dessas mudanças são: em 1930, a criação do Instituto do Açúcar e Álcool; em 1933, ano que foi iniciada a regulamentação do setor (Belik, 1985); em 1975, a criação do Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL),que modificou significativamente a dinâmica do setor; em 1990, iniciou-se o processo de desregulamentação do setor, devido a mudanças consideráveis na economia brasileira (Barros e Moraes, 2002).Assim, a partir da década de 1990, as responsabilidades das principais decisões sobre o setor foram transferidas do Estado para os agentes privados
Pode-se observar, também na década de 1990, um processo de abertura da economia do Brasil, que possibilitou a entrada de empresas estrangeiras, com tecnologia avançadas, na produção do setor sucroalcooleiro.
Essas, entre outras mudanças, contribuíram para a ampliação da produção do setor sucroalcooleiro e do processo de concentração e centralização dos capitais, interferindo, consequentemente, na quantidade e no tamanho das agroindústrias brasileiras (Szmrecsányi, 2000; Borges e Costa, 2013).
Neste estudo foi utilizado um artigo que analisou a estrutura de mercado e a concentração de mercado no estado de São Paulo relacionados a indústria sucroalcooleira. Foram utilizados dados da safra de 2007/08 obtidos através do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura (MAPA), da União da Indústria de Cana-de-açúcar do estado de São Paulo (UNICA) e por meio do Censo das Unidades de Produção Agropecuária do estado de São Paulo (LUPA).
A partir destas bases de dados, foi relacionado o município pertencente da indústria e o volume de processamento de cana-de-açúcar. Após esta análise, foi possível categorizar o grau de concentração das agroindústrias sucroalcooleiras por microrregião e pelo raio de atuação de cada unidade industrial.
A análise foi feita considerando a participação de cada empresa no mercado, definida pela quantidade de cana-de-açúcar processada pela indústria sobre a quantidade total de cana-de-açúcar processada por todas as indústrias.
Foram possíveis, então, a análise de três clusters: o monopólio, no qual a uma alta concentração do poder de produção em uma unidade industrial; o oligopólio, no qual aparece quando existem poucos produtores que distribuem a produção total pela região; e concorrência perfeita, na qual há um grande número de unidades industriais as quais não possuem controle sobre os preços de compra da cana-de-açúcar no mercado.
Das microrregiões analisadas, metade (50%) apresentaram uma estrutura de oligopólio pouco concentrados, assim cada unidade industrial tem pouco poder sobre os preços de compra da cana-de-açúcar. As regiões de São José do Rio Preto, Jaboticabal e Presidente Prudente se destacam nessa categoria.
Em dezoito por centro (18%) das regiões analisadas encontrou-se estruturas de oligopólios altamente concentrados. Nessa situação, cada unidade industrial tem um forte poder de influência sobre o preço da compra da cana-de-açúcar.
A situação de monopólio foi identificada em vinte e seis por centro (26%) das microrregiões, ou seja, é a única unidade industrial sucroalcooleira da microrregião. Isso dá a indústria um alto poder de definição dos preços de compra da cana-de-açúcar.
É possível, também, observar que a microrregião de Barretos foi a única que apresentou oligopólio médio, que acarreta um moderado controle sobre os preços. Outra microrregião de destaque é a de Ribeirão Preto, a qual tem em seu território um grande número de unidade industriais. A alta concentração de agroindústrias na região, torna Ribeirão Preto como o exemplo mais próximo da concorrência perfeita.
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