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Objetivos do mercado Panorama Textil no estado de São Paulo

Relatório de pesquisa: Objetivos do mercado Panorama Textil no estado de São Paulo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  19/11/2013  •  Relatório de pesquisa  •  2.889 Palavras (12 Páginas)  •  474 Visualizações

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Objetivos do mercado

Panorama Textil no estado de São Paulo

Os elos da cadeia têxtil-confecções mais diretamente relacionados às atividades de design são o acabamento e as confecções, dada a maior proximidade com o consumidor final e as maiores possibilidades de diferenciação de produtos nessas indústrias.

Embora o design e todas as atividades ligadas ao desenvolvimento de novos produtos permeiem toda a cadeia têxtil, no Brasil as preocupações com esta atividade estão ainda praticamente restritas aos elos mais próximos do consumidor final.

As entrevistas realizadas permitiram observar o comportamento de algumas empresas com relação ao design, sendo possível destacar os seguintes pontos:

- As empresas de confecções conferem maior destaque à atividade de design, mantendo com freqüência um departamento específico para esse fim. Nas demais empresas da cadeia essa atividade, quando existe, é realizada pelos departamentos de desenvolvimento de produto ou de marketing.

- A padronagem, a estamparia e a confecção são as etapas do processo produtivo (considerando uma planta integrada) mais intensivas em design.

- Embora o preço tenha sido apontado como o principal fator competitivo por quase todas as empresas, foi possível verificar que a ênfase ao design é maior nas empresas que buscam a diferenciação (flexibilidade no mix de produtos) como estratégia de concorrência.

- Os centros difusores de design nos setores têxtil e confecções são a Itália, a França, a Inglaterra e os Estados Unidos (New York). No segmento de roupas para surf são referências a Austrália e o Havaí, além do estado da Califórnia, nos Estados Unidos.

- As atividades de design são muitas vezes realizadas em parceria com clientes ou fornecedores (desenvolvimento/aperfeiçoamento de produtos) sendo também, em alguns casos, realizadas por terceiros (consultores especializados).

- As atividades de design em confecções compreendem, em geral, a escolha das matérias-primas, definição de cores, desenho, desenvolvimento das peças (modelagem, tecidos especiais e recortes), confecção das peças-piloto, definição do mostruário e lançamento (apresentação da coleção).

- O design na cadeia têxtil-vestuário brasileira é em geral "cópia", com adaptações a características locais de clima e oferta de matérias-primas, de modelos pré-existentes nos centros difusores. A defasagem em relação a esses modelos é em média de uma estação, dado que os principais centros de criação estão no hemisfério norte.

- Além da engenharia reversa ou cópia, as ferramentas de desenvolvimento de projeto mais utilizadas pelas empresas entrevistadas são o CAD/CAM e pesquisas junto aos consumidores. Embora usem tabela padrão, algumas empresas de confecções afirmaram observar características ergonômicas (comprimentos, alças ou larguras diferenciadas) no projeto do produto.

- Da mesma forma que em relação à diferenciação, existe relação entre ênfase a design e atributos do produto como estética e desempenho.

- A ênfase ao design implica constantes desenvolvimentos de produto, que por sua vez implicam alterações no processo produtivo. Essas alterações são, na maioria dos casos, relativas à substituição de matérias-primas e equipamentos utilizados.

Embora o design brasileiro na cadeia seja fortemente inspirado nos centros mundiais lançadores de moda, as observações empíricas realizadas permitiram identificar alguns segmentos de mercado onde o Brasil teria possibilidades de competir em design. O mais destacado desses segmentos foi o de moda praia, aonde o design brasileiro chega a ter algum destaque. Outros segmentos potencialmente melhor exploráveis em design são moda esportiva e cama-mesa-banho.

As preocupações com design, embora incipientes, são hoje mais freqüentes do que anos atrás. A ênfase ao design passa a ocorrer simultaneamente à maior concorrência de produtos importados e à maior necessidade de reestruturação das empresas.

Nesse movimento de reestruturação algumas mudanças de comportamento devem ser destacadas: (i) o preço passou a ser um elemento determinante da concorrência para boa parte das empresas, levando-as a sérios esforços de redução de custos; (ii) os intervalos dos lançamentos das novas coleções foi bastante reduzido, dada a busca de diferenciação e de respostas mais rápidas às mudanças da demanda; (iii) alguns movimentos de terceirização e especialização ocorreram, com a intensificação da sub-contratação da fase de costura. Em algumas empresas, também a etapa de corte foi tercerizada, ficando como atividades internas apenas a concepção dos produtos/design e a confecção das peças-piloto.

A concorrência dos produtos importados, embora não muito significativa no nível geral, é relevante nos segmentos de mercado de produtos diferenciados. Segundo a maioria dos entrevistados, a marca tem sido o principal elemento nessa concorrência, reforçando as indicações da necessidade de reforçar a "marca Brasil".

Apesar de oficialmente pouco expressiva, a concorrência dos produtos estrangeiros tem se acirrado sobre tudo nos segmentos de mercado de alta renda (classes A e B), em virtude da alta entrada de mercadorias provenientes de Nova York e Miami, via "sacoleiras".

A identificação da concorrência nos segmentos de produtos diferenciados e com fortes apelos de marca tem aberto espaço para a amplicação das atividades de design na cadeia.

A efetiva ampliação esbarra, entretanto, em vários obstáculos, entre os quais se destacam: (1) a falta de escolas de formação de estilistas; (2) a deficiência de infra-estrutura laboratorial de apoio ao setor no estado de São Paulo; (3) a baixa escolaridade da mão-de-obra empregada, sobretudo na indústria de confecções; (4) os insuficientes sistemas de treinamento das empresas.

As poucas escolas que oferecem cursos de moda no estado de São Paulo são particulares e estão, segundo as empresas entrevistadas, distantes das necessidades do mercado. Os estilistas brasileiros se formam no próprio mercado, alguns deles complementam essa formação com cursos de curta duração no exterior.

O único laboratório credenciado pelo INMETRO no setor têxtil está localizado no Rio de Janeiro. Os laboratórios paulistas de apoio laboratorial à área têxtil - SENAI-SP, FEI, IPT, IMT - não são alvo de investimentos de modernização há muito tempo. Dependendo das necessidades, as empresas têm que remeter suas amostras ao SENAI/CETIQT no Rio de Janeiro, embora São Paulo sedie a maior parcela tanto da indústria

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