O Plano Real
Por: Rodrigo Cota • 10/9/2017 • Trabalho acadêmico • 517 Palavras (3 Páginas) • 226 Visualizações
Entre julho de 1965 e junho de 1994, o Brasil lutou contra uma inflação acumulada de mais de 1 quadrilhão por cento, é comparável com a da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Isso se dava, em partes devido à dívida da época do Regime Militar e um pouco antes, na construção de Brasília, e também porque era uma desorganização mesmo, então não havia controle sobre os gastos. Nessa época comidas, remédios, produtos no geral sofriam inflações altíssimas, inclusive forçava a população a manter estoque de tudo dentro de casa porque não sabia o preço dos produtos no dia seguinte.
Alguns planos passados haviam fracassado com o objetivo de conter essa inflação (slide) onde todos eles usaram a mesma tática: o congelamento dos preços. O produtor era impedido de repassar custos ao preço final, então para não perder o rendimento ele diminuía a sua produção. Ao mesmo tempo, todos corriam pras lojas, e então as prateleiras ficavam vazias. Não restava nada mais ao governo a não ser o descongelamento dos preços; e à inflação, nada mais senão voltar ainda maior.
(PAI – PROGRAMA DE AÇÃO IMEDIATA) - Ficou definido que o plano seria implantado em 3 etapas para evitar o congelamento de preços e o aumento da inflação, como ocorrera em tentativas anteriores. A primeira foi o ajuste das contas públicas por meio de um corte no Orçamento. Em agosto de 1993, FHC comunicou o corte de 3 zeros na moeda vigente, o cruzeiro, e anunciou o lançamento do cruzeiro real. A manobra foi uma espécie de preparação para o real, que já estava criado, mas só seria colocado em operação em julho do ano seguinte.
Até que veio o plano real, menos imediatista, tratando primeiro a causa depois o efeito. Em 93, o plano descartou a fábrica de dinheiro do governo, assim não era mais possível imprimir dinheiro sem que houvesse receita em caixa. Aí cortou gastos e colocou empresas públicas à venda para abaixar o preço dos investimentos sobre os ombros do Estado. Entre 93 e 94, a arrecadação federal saltou 25%.
A CRIAÇÃO DA URV (UNIDADE REAL DE VALOR) - Só então com a casa arrumada, em março de 94 veio a Unidade Real de Valor (URV), em vez de os preços serem corrigidos em relação à inflação passada eram remarcados pela URV. Não era uma nova moeda ainda, mas era como se fosse uma tabela que, diariamente, corrigia os preços em cruzeiro real (nome da moeda da época). Dessa forma acabou a remarcação baseada no passado e nas expectativas futuras. Os produtores conseguiam calcular com maior precisão o custo a ser repassado ao consumidor.
Entre maio de 93 e junho de 94, a inflação mensal foi de 28% para 47%.
IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA MOEDA: O REAL – Mudando esse cenário, em 1º de Julho de 94 veio a nova moeda do Brasil, o Real, valendo 2.750 cruzeiros reais. Com a credibilidade do poder de compra do dólar americano (1 real equivalia a 1 dólar), a inflação foi controlada, e caiu, de cara, para 7% ao mês, inclusive a miséria caiu 18% em 2 anos no Brasil.
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