OS IMPACTOS NOS ATIVOS DO BANCO DO BRASIL CAUSADOS PELAS VARIAÇÕES DO DESEMPENHO DA BOLSA DE VALORES UTILIZANDO O MODELO CAPM
Por: Sara Nogueira • 11/12/2017 • Artigo • 1.405 Palavras (6 Páginas) • 479 Visualizações
IMPACTOS NOS ATIVOS DO BANCO DO BRASIL CAUSADOS PELAS VARIAÇÕES DO DESEMPENHO DA BOLSA DE VALORES UTILIZANDO O MODELO CAPM
TERESINA
2017
IMPACTOS NOS ATIVOS DO BANCO DO BRASIL CAUSADOS PELAS VARIAÇÕES DO DESEMPENHO DA BOLSA DE VALORES UTILIZANDO O MODELO CAPM
RESUMO
Esse artigo tem por finalidade esboçar de forma detalhada uma análise de como as variações no desempenho da Bolsa de Valores causam impacto nas ações do Banco do Brasil, tomando como base o uso do modelo Capital Asset Pricing Model (CAPM), modelo este que mensura a volatilidade de um ativo financeiro e como esta variação se classificará em um ativo agressivo ou defensivo.
Palavras-chave: CAPM. Regressão Linear. Bolsa de Valores. Banco do Brasil. Econometria.
- INTRODUÇÃO
Corretoras de valores são empresas que atuam no sistema financeiro com o intuito de fazer a intermediação de compra e venda de títulos financeiros a seus clientes. De acordo com o site ‘Exame’, em pesquisa realizada ao fim do ano de 2016, cresceu – ainda mais - o número de pessoas físicas atuantes na Bolsa de Valores de São Paulo. Por exemplo, segundo o mesmo portal, a Corretora Rico teve uma elevação no número médio de contas abertas por mês, saindo de três mil no ano anterior para 10 mil, em 2016.
A Bolsa de Valores tem o índice BOVESPA (IBOVESPA) como mais importante indicador de desempenho médio das ações. Possuem mais de 500 empresas credenciadas, dentre elas, o Banco do Brasil – a qual fará parte deste estudo.
Ao fazer um investimento, é óbvio que qualquer pessoa busca a rentabilidade maior ao menor risco possível. Ao mesmo tempo, sabe-se que existe uma análise de risco e retorno, na qual o risco é possibilidade do retorno ser diferente do que se esperava, ou seja, quanto maior a chance de perda, mais arriscado (agressivo) é o ativo, e quanto menor, mais seguro (defensivo) ele é.
Diante do exposto, será feita uma análise utilizando o CAPM, que é um modelo que mensura a volatilidade de um ativo financeiro em relação ao mercado, onde a volatilidade é a medida utilizada para mensurar o risco.
O problema central está em analisar como as variações no desempenho da Bolsa de Valores impactam as ações do Banco do Brasil. Este trabalho considera a hipótese, baseada em Damodaran (2017), referência internacional em finanças, de que o Beta implícito das ações do Banco do Brasil é menor que 1, de modo que este ativo como pode ser classificado como defensivo – isto será melhor explicado posteriormente.
A análise de Damodaran calcula os betas de vários setores e afirma que o dos bancos comerciais é menor que 1.
- REFERENCIAL TEÓRICO
A teoria de escolha do portfólio, de Harry M. Markowitz (1952) - publicada no artigo “Portfolio Selection”, em 1952, depois, em 1959, trabalhada mais detalhadamente no livro “Portfolio Selection: Efficient Diversification” (1959) - precede o modelo CAPM. Markowitz explicava como investidores otimizavam e faziam precificação de seus ativos, analisando as decisões dos investidores, considerando risco-retorno. A ideia é baseada em entender como maximizar o retorno esperado de um ativo de acordo com os níveis de aceitação (para investimento) do investidor, dado um nível de risco. Seu trabalho lhe rendeu o Prêmio Teoria John Von Neumann, em 1989, e o Prêmio Nobel de Economia, em 1990.
Investidores buscam os menores riscos possíveis e se preocupam apenas com a média e a variância do retorno do que foi investido para escolha de seus ativos. Eugene Fama, economista estadunidense, continua a explicação e diz que:
Com isso, os investidores escolhem carteiras “eficientes em média-variância” desde que as carteiras 1) minimizem a variância do retorno da carteira dado o retorno esperado e 2) maximizem o retorno esperado dado a variância. Assim, a abordagem de Markowitz é frequentemente chamada de “modelo de média-variância. (FAMA, 2007, p. 104)
Baseados no trabalho de Markowitz, Willian F. Sharpe (1964) e John Lintner (1965) avançaram um pouco mais e desenvolveram o modelo CAPM, que é um modelo de precificação de ativos financeiros. A ideia do modelo é encontrar, de forma mais simples e objetiva, uma taxa de retorno exigido levando em conta o risco sistemático (de mercado, isto é, aquele que tem origem em diferentes eventos exógenos ao controle do investidor, como por exemplo, alguma mudança política, aspectos climáticos, calamidade pública, guerra, ataque terrorista, descoberta de corrupção, taxa básica de juros, etc.), através do coeficiente Beta. Ou seja, o modelo defende que existe uma forma de mensurar o risco a fim de que o investidor, na hipótese de ter a opção de dois ativos de um mesmo risco e retornos diferentes ou mesmo retorno e riscos diferentes, opte por aquele que lhe dê um retorno maior, no primeiro caso e/ou o de risco menor, no segundo caso.
Hal Varian, ao tratar de risco, considerando as opções de alguém ter mais aversão ou ser propenso ao risco, usa do entendimento da função utilidade, que é basicamente uma modelagem que explica por meio de gráficos (de função) a satisfação que alguém aufere de cada bem em análise. Os níveis de satisfação são explicados por meios de curvas de indiferença – a qual a explicação não cabe a este trabalho. O autor diz que um consumidor “é avesso ao risco, uma vez que ele prefere ter o valor esperado de sua riqueza do que apostar” (VARIAN, 2006, p. 239) e se acontecer o contrário, ele é propenso ao risco.
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