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Os Efeitos em cadeia de Hirschman

Por:   •  28/1/2018  •  Resenha  •  1.204 Palavras (5 Páginas)  •  743 Visualizações

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Os efeitos em cadeia de Hirschman

Albert Otto Hirschman foi um economista bastante influente autor de vários livros sobre economia política e ideologia política. Ele nasceu na Alemanha em 1915 e faleceu com 97 anos nos Estados Unidos em 2012.

Hirschman do ano de 1958 a 1977, criou uma perspectiva teórica que abriu um novo método para analisar os efeitos do investimento e também para definição de critérios objetivos para fundamentar políticas de promoção do desenvolvimento.

Ele considera que as recomendações para desenvolver um país devem ser analisadas caso a caso, e não impor um padrão uniforme, sem considerar as circunstâncias locais.

Dizia também que repetir sempre a mesma receita e a mesma terapia para resolver diversos tipos de doenças, sem considerar a complexidade de cada uma e querer reduzi-la a todo o custo, é uma receita certeira para o desastre pois na realidade é um pouco mais complicado.

Para Hirschman em 1977, as decisões empresariais de investimentos, tanto públicas quanto privadas, não são determinadas apenas pela perspectiva dos rendimentos originários da demanda e sim por fatores provocados pelos efeitos em cadeia que ocorrem do lado da produção.

A esses encadeamentos denominou “efeitos retrospectivos e efeitos prospectivos. Para frente (a jusante) e para trás (a montante).

Atividades econômicas em que os bens ou serviços sirvam de insumo para outras atividades produtivas têm a capacidade de gerar fortes efeitos para frente.

Mas as atividades econômicas, que requerem bens ou serviços de outras atividades produtivas para a sua produção final têm a capacidade de gerar fortes efeitos para trás.

O que determina se um bem ou serviço é final é a natureza do consumidor e a finalidade para o qual ele será utilizado.

Uma cadeia produtiva existe sempre que uma atividade em andamento provoca pressões econômicas, ou de outra natureza, que levam ao surgimento de uma nova atividade.

Os efeitos em cadeia para trás levam a novos investimentos no setor de fornecimento de insumos e os feitos em cadeia a para frente levarão a investimentos no setor da utilização da produção.

O conceito de efeitos em cadeia em Hirschman, embora tenha a indústria como referência, pode também ser usado como método de análise da tese do produto primário de exportação.

A tese do produto primário de exportação procura demonstrar como a experiência do crescimento econômico de um país “novo” é moldada, de forma concreta, por produtos primários exportados para os mercados internacionais.

A aplicação da análise dos efeitos em cadeia é uma tentativa para descobrir como o produto primário de exportação induz a criação de novas atividades econômicas, por meio de suas exigências, influências, facilidades de transporte e modelos de acordos, entre outros.

Hirschman identificou três tipos de efeitos em cadeia ou encadeamentos:

1) os efeitos da produção, ou efeitos diretos, para frente e para trás que podem ser fracos ou fortes;

2) efeitos de natureza fiscal;

3) efeitos do consumo.

Os encadeamentos da produção, ou efeitos físicos, decorrem diretamente do investimento, que é capaz de induzir as outras atividades produtivas.

Os potenciais de conexão foram classificados de acordo com o tipo de setor econômico:

Indústrias de produtos intermediários, indústrias de produtos finais, produção primária de bens intermediários e produção primária de bens finais.  

E os potencias de conexão variavam em Para frente ou para trás, Forte ou Fraco.

A partir desse entendimento surgem as possibilidades de os países periféricos iniciarem processos de desenvolvimento industrial, se eles tomarem decisões corretas.

Para acelerar o desenvolvimento, as decisões empresariais e as políticas públicas deveriam favorecer as atividades capazes de gerar os maiores números de conexões.

Assim, uma economia desenvolvida seria aquela formada por uma rede complexa de empreendimentos especializados, distintos e interdependentes.

Os encadeamentos fiscais se referem à habilidade de o Estado regular o fluxo de rendimento entre os diferentes agentes econômicos, taxar esses rendimentos e canalizá-los para outros investimentos produtivos.

Os efeitos em cadeia do consumo, se escoarem recursos para fora do país, podem resultar em aumento das importações e transformarem-se em negativos e não apenas em efeitos fracos ou inexistentes.

A interação desses três efeitos - produção, de consumo e fiscais - gera uma estrutura que conduz os exportadores de produtos primários a trajetórias de desenvolvimento ou de subdesenvolvimento.

A combinação mais favorável seria aquela em que um produto primário de exportação produzisse fortes encadeamentos de todos os tipos.

Porém, nem sempre ocorre essa combinação ideal e economias dependentes de um único produto de exportação ficam sujeitas à situação do tipo “enclave”.

Um enclave é um território totalmente cercado por um território estrangeiro.

Hirschamn e outros autores consideram uma ideia ruim propriedades estrangeiras situadas em certas regiões e com o único propósito de terem proveitos, lucros sem a devida conscientização ambiental. Tal definição é dada como enclave e é bastante prejudicial a regiões cujas riquezas naturais sejam ricas, porém pobres na ótica socioeconômica.

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