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PADRÃO OURO ATÉ A GRANDE DEPRESSÃO

Por:   •  10/12/2016  •  Resenha  •  5.326 Palavras (22 Páginas)  •  359 Visualizações

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Historia economica geral II

PADRÃO  OURO

Como operava o padrão ouro

        A partir de 1870 inicia-se o Padrão libra ouro, feito pela Inglaterra. O Padrão Ouro é o primeiro sistema monetário existente, pois, antes do século XIX não havia existido um.  Com isso, o comércio internacional cresce muito nesse período.

        Nele, o sistema monetário internacional é caracterizado por taxa de câmbio fixa (paridade fixa em ouro), a existência de liberdade de compra, venda, exportação e importação de ouro, e que nele os governos devem, em teoria, seguir as chamadas "regras do jogo" (a quantidade de reservas de ouro do país determinava, portanto, a sua oferta monetária.).

        Nesse padrão, não existia nenhum tipo de coordenação que delimitasse seu funcionamento, sendo instituído através de leis particulares a cada país.  Alguns elementos em comum estavam presentes em todos.:

        A) O primeiro, e mais importante, era a paridade da moeda padrão de cada país com um valor fixo em termos de ouro, o que garantia o funcionalmente básico do sistema.

        B) Em segundo lugar, havia a existência de uma grande variedade de "tipos" de dinheiro, como papel moeda, moedas de ouro e outros metais, depósitos bancários entre outros, que circulavam dentro e fora das economias nacionais.  Entretanto, não havia um padrão para a emissão de notas, sendo que apenas em alguns casos existia algum controle relacionado a quantidade de papel moeda circulante e a quantidade de reserva de ouro por parte de quem a emitia. Ainda assim, em teoria, a quantidade de papel moeda sempre teria que ser conversível em um preço fixo de ouro.  Alguns países já possuíam bancos centrais, ou similares a esses, porém isso não ocorria em todos, nem era um fator fundamental para o funcionamento do sistema.

        Mecanismo de funcionamento do padrão ouro ainda é uma questão em aberto, dadas suas controvérsias e variações entre os diversos países.  Em teoria, a questão da balança de pagamentos seria fundamental para o seu entendimento: "Os países com superávits no balanço de pagamentos sofreriam expansão monetária, porque as entradas de ouro levariam a um aumento do ouro em poder de seus bancos centrais e, com isso, a um aumento de seus passivos monetários. De maneira inversa, países com déficits no balanço de pagamentos e saída de ouro sofreriam contração monetária: os passivos monetários de seus bancos centrais diminuíam quando esses bancos centrais vendiam ouro. Os níveis de preço dos produtos subiriam nos países com superávits nos pagamentos quando seu meio circulante aumentasse; já os preços desses produtos iriam cair nos países com déficits nos pagamentos, com a redução de seu meio circulante.

        A medida que a competitividade dos dois grupos de países se alterasse, as importações do primeiro grupo aumentariam e as exportações cairiam; em comparação, as importações do segundo grupo cairiam e suas exportações aumentariam. A mudança na relação entre níveis de preços internacionais continuaria até que fosse alcançado o equilíbrio do balanço de pagamentos — e com isso redução dos fluxos de ouro. Por conseguinte, as diferenças nos pagamentos internacionais iriam corrigir-se automaticamente, e os países não teriam necessidade de adotar medidas discricionárias para restaurar o equilíbrio dos pagamentos." Assim, a princípio o sistema seria capaz de se manter de forma autônoma e equilibrada, o que, na prática, nem sempre ocorria, ainda que a estabilidade cambial do período prove certo sucesso do sistema, dado que o padrão ouro teria sido o responsável por fazer com a taxa de câmbio variasse muito pouco entre os países ao longo de vários anos.

        Não havia, fora dos tempos de guerra, nenhum tipo de controle sobre a troca de ouro, ou dinheiro em outro formato, entre os países. A maior parte das transações internacionais eram feitas através de divisas estrangeiras, e não de ouro em si. A conversão do papel moeda em ouro também era livre de qualquer controle. Esse tipo de processo era muito importante para o funcionamento do padrão ouro em nível internacional, pois permitia o equilíbrio do sistema.         

        Entretanto, o câmbio não podia ser utilizado como um instrumento de política econômica, não sendo nem mesmo definido com vistas a algum fator econômico, como manutenção da balança de pagamentos ou competitividade externa. Assim, isso acabava por contribuir para a certeza de que a taxa de troca entre os países não poderia mudar de forma brusca.

A manutenção de alguns países dentro do padrão ouro era difícil, principalmente os que possuam déficits externos. A menor variação possível do câmbio era sempre o maior objetivo dos países dentro do sistema, principalmente quando ela podia ser realizada sem nenhuma intervenção direta sobre a taxa de troca.

A manutenção da conversibilidade fazia com que o crescimento de cada país acabasse limitado pela quantidade ouro que ele possuía, uma vez que dependia da expansão de suas reservas, que eram, normalmente, muito limitadas em nível mundial, além de mal distribuídas.

O sistema só funcionava relativamente bem em países deficitários devido ao fluxo de capital em direção a esses países, motivado por diversos fatores, como taxas de juros mais elevadas. O crédito bancário possuía um papel importante nesse sistema, principalmente devido à predominância da libra esterlina.

Não existia nenhum tipo de cooperação monetária entre os bancos centrais dos países da Europa em que eles existiam. Cada país estava preocupado apenas em manter a conversibilidade de sua economia, sem se preocupar com os desequilíbrios que isso poderia causar ao restante do sistema.  Esse fato será um dos responsáveis por diversas crises subsequentes e a dificuldades ao retorno e manutenção do padrão ouro, fortemente abalado pela primeira guerra mundial. Também não existia nenhuma evidência do uso efetivo de "regras" por parte dos países para a manutenção do padrão ouro, ao menos na maior parte do tempo.

Muitos autores apontam que o padrão ouro, por si só, não poderia melhorar a desempenho econômico dos países, assim como explicar o forte período de prosperidade antes da primeira guerra mundial. Pelo contrário, esse padrão seria visto como muito delicadamente balanceado e sua manutenção implicaria em diversas restrições de possíveis políticas econômicas e prejuízos à capacidade de recuperação econômica dos países.

Qualquer corrida bancária significaria a quebra do banco, diferentemente de hoje em dia, aonde o BC é um emprestador em ultima instancia.  O P.O. não tem credor de ultima instancia, então se quebrasse não havia saída.  BC não pode comprometer sua credibilidade salvando bancos.  P.O. dura até a Primeira Guerra e depois ressurge no entre guerras.

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