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Parecer técnico viabilidade implantação de rede de supermercados

Por:   •  27/11/2015  •  Artigo  •  1.341 Palavras (6 Páginas)  •  662 Visualizações

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Parecer Técnico: 01/2015

Cliente: Sr. Gilberto Michalet - Supermarché S.A.

Escopo

Avaliação da conjuntura econômica brasileira, para viabilidade de implantação de cinco filias da rede de supermercado popular no Brasil e recomendações de mudanças no campo político econômico que possam estimular o consumo de caráter mais popular.

Conjuntura econômica brasileira atual

A situação econômica brasileira vem causando muita preocupação à toda parcela da população que depende do seu próprio trabalho para garantir seu sustento e também para os olhos do governo e do exterior.

Sejam empregados ou empresários, estão todos preocupados com os rumos que nossa economia vem tomando nos últimos tempos.

O indicador mais imediato de uma crise é a produção. As previsões para o crescimento do PIB de 2015 só pioram. No último relatório Focus (02 de outubro), a previsão do crescimento foi ajustada ainda mais para baixo: -2,85%, indicando um quadro de crise econômica. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.

[pic 1]

Para 2016, os economistas das instituições financeiras passaram a prever uma contração de 1% na economia do país. Para se ter uma ideia, no início de 2015, a previsão dos economistas era de uma expansão de 1,8% para a economia brasileira no ano que vem.

Em se tratando de inflação, a expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano de 2015 em 9,65% – há quatro semanas, a taxa esperada era de 9,31%. Se confirmada, representará o maior índice em 12 anos, ou seja, desde 2003 – quando somou 9,30%.

Para 2016, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua expectativa de inflação de 6,49% versus a última semana e continuam distantes da meta central de 4,5% fixada para o ano que vem.

[pic 2]

A taxa básica de juros (SELIC) é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias, pois taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços, porém com os juros estáveis em 14,25% ao ano no começo de setembro, o maior patamar em nove anos, nós acreditamos que não devem ocorrer novos aumentos de juros em 2015. Para o fim de 2016, a estimativa subiu de 12% para 12,25% ao ano.

A taxa de desocupação foi estimada em agosto de 2015, para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas, em 7,6%, não tendo variação significativa frente ao mês anterior (7,5%). No confronto com agosto do ano passado a taxa subiu 2,6 pontos percentuais (passou de 5,0% para 7,6%).

[pic 3]

Com as projeções de queda no PIB e, levando-se em consideração que a taxa de desemprego no país – PNAD contínua e com ajuste – deverá crescer até o final do ano e, considerando também que um semestre é o tempo que uma família consegue manter em dia o pagamento de suas despesas com o seguro desemprego, é possível afirmar que após este período a tendência é o crescimento intenso da inadimplência.

Quando olhamos para números específicos do setor, vemos dados como por exemplo em agosto, que as vendas reais do autosserviço apresentaram queda de -0,29% na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de -4,04% em relação ao mesmo mês do ano de 2014, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, apurado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

No resultado acumulado (jan/ago), as vendas apresentaram queda de -0,69% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os índices já estão deflacionados pelo IPCA do IBGE . Segue a tabela:

Variações

Período de análise –

mês/15

Variação

Nominal

Variação Real

(IPCA/IBGE)

Ago/15 x Jul/15

-0,07%

-0,29%

Ago/15 x Ago/14

5,10%

-4.04%

Acumulado / ano

7,68%

-0,69%

Tabela – Variações em diferentes períodos de análise (Relatório Abras nº 56, Setembro de 2015)

A diminuição de postos de trabalho formais, refletidos na divulgação pelo Caged, de perda de 986 mil postos no período acumulado de 12 meses até agosto, é um dos principais motivos para o resultado negativo registrado pelo setor neste ano. A elevação da taxa de desemprego com concomitante perda de poder de negociação por parte dos trabalhadores faz com que a massa de renda salarial disponível fique ainda menor, afetando as vendas do setor.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que também é um bom indicador para essa análise, pois indica a sensação do consumidor em relação à sua situação econômica pessoal e do país no curto e médio prazo, também demonstra um cenário de crise: o ICC recuou 5,3% entre agosto e setembro, para 76,3 pontos. Essa foi a quinta queda seguida do indicador e a mais intensa desde janeiro, quando perdeu 6,6%. Na comparação com setembro do ano passado, o tombo foi de 25,9%. A piora nesse indicador só demonstra que o consumidor também está inseguro em relação a situação econômica do país o que impacta diretamente no seu comportamento atual de consumo.

Além de todos os argumentos mencionados anteriormente, é fundamental demonstrar que o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), produzido pelo IBGE, é um dos principais indicadores brasileiros da variação mensal dos preços. Este índice mede a variação do custo de vida das famílias com chefes assalariados e com rendimento mensal compreendido entre 1 a 5 salários mínimos mensais, o que representa aproximadamente 50% das famílias brasileiras. O INPC acumulado de 12 meses (até Ago/15) já está em 9,88% versus o IPCA de 9,53% no mesmo período, ou seja, isso demonstra que a inflação real para as famílias mais pobres está maior do que a medida de maneira geral. Dessa maneira, certamente essas famílias mais pobres que são o público alvo da rede Supermarché S.A, são as mais penalizadas pela inflação e estão com um poder de consumo bem menor que as outras classes sociais.

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