Piaget e o Ensino de Valores
Seminário: Piaget e o Ensino de Valores. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: veve1990 • 22/8/2013 • Seminário • 1.007 Palavras (5 Páginas) • 576 Visualizações
Piaget e o Ensino de Valores
Dos Estudos dos Jogos para entender a Formação
dos Valores Morais (Juízo Moral)
Aula - Frank Viana Carvalho
A análise dos jogos infantis permite estar em presença das regras elaboradas pelas crianças, juvenis e adolescentes. Pouco importa se seus conteúdos nos pareçam morais ou não morais. Estão ligados às regras. A única diferença aqui é que se trata apenas de relações entre crianças1.
Os resultados das pesquisas demonstram que não se pode isolar a consciência das regras dos jogos do conjunto da vida moral da criança2.
Estamos (com as crianças) diante de três tipos de regras: a regra motora, a regra coercitiva (que deriva do respeito unilateral) e a regra racional, devida ao respeito mútuo3.
As regras do jogo obedecem a etapas bem definidas:
1- Simples práticas individuais regulares (Estágio Motor)
2- Imitação dos maiores com Egocentrismo (Estágio do Egocentrismo - A regra é um simples ritual, flexível e mutável - embora já se procure submeter a elas)
3- Cooperação (Estágio Social - não conhecem bem as regras - Procuram imitar os que parecem bem informados - fogem das regras complexas e buscam caminhos simplificados)
4- Interesse pela regra em si mesma (Estágio da Regra pela Regra - conhecem as regras a fundo).4
O Sentimento de justiça
O sentimento de justiça, embora podendo ser reforçado pelo preceito e exemplo prático dos adultos - é em boa parte, independente destas influências e não requer, para se desenvolver, senão o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças.5
O Estabelecimento das Normas
O indivíduo, por si só, não é capaz da tomada de consciência (para o estabelecimento das normas) e não consegue, por conseqüência, constituir, normas propriamente ditas. É neste sentido que a razão, sob seu duplo aspecto, lógico e moral, é um produto coletivo6.
O Egocentrismo
O indivíduo, por si só, permanece egocêntrico. Do ponto de vista lógico o egocentrismo acarreta, portanto uma espécie de alogismo7, que o faz confundir-se com o mundo exterior nos sentimentos e nas ações. Do ponto de vista moral, o egocentrismo acarreta uma anomia8, na qual o seu egoísmo chega a ser ingênuo. É só pelo contato com os julgamentos e avaliações dos outros que esta anomia intelectual e afetiva perderá terreno progressivamente9.
A Cooperação como fator de Desenvolvimento Moral
“O egocentrismo, na medida em que é confusão do eu com o mundo exterior, e o egocentrismo, na medida em que é falta de cooperação, constituem um único e mesmo fenômeno.” (...) “No momento em que as crianças começam a se submeter verdadeiramente às regras e a praticá-las segundo uma cooperação real, formam uma concepção nova...” (...) “Conforme a cooperação substitui a coação, a criança dissocia seu eu do pensamento de outro.” (...) “Logo, cooperação é fator de personalidade, se entendermos por personalidade... o eu que se situa e se submete, para se fazer respeitar, às normas da reciprocidade e da discussão objetiva.” (...) “Sendo a cooperação, fonte de personalidade, na mesma ocasião, as regras deixam de ser exteriores.”10
“No que se refere ao desenvolvimento intelectual, a coação moral tem por efeito consolidar, em parte, os hábitos de espírito próprios ao egocentrismo. Ficando à lei exterior à consciência, esta não poderia ser transformada.” “Além disto, considerando o adulto como fonte da lei, a criança só faz instituir a vontade adulta em bem soberano, após ter considerado como tais os diversos decretos do seu próprio desejo.” “Também, enquanto o respeito unilateral é o único a agir, vemos desenvolver-se um ‘realismo moral’, equivalente ao ‘verbalismo intelectual’: apoiando-se de um lado, sobre a exterioridade da regra (...) por outro
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