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RESUMO CRÍTICO DA OBRA “O QUE A CHINA PENSA?”

Por:   •  3/4/2017  •  Resenha  •  1.240 Palavras (5 Páginas)  •  277 Visualizações

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RESUMO CRÍTICO DA OBRA “O QUE A CHINA PENSA?”.

O livro ‘’O que a China pensa?’’ de Mark Leonard tem como tema principal mostrar como a própria China se enxerga no passado, presente e futuro: é a potência em desenvolvimento mais autoconsciente da história. É uma leitura escrita por um ocidental a fim de retratar as visões chinesas que adquiriu com a convivência com acadêmicos chineses e suas ideias sobre a trajetória político-econômica e suas ações do país.

Todos que pensam nesse Estado o veem em uma posição em destaque crescente no sistema internacional. Afinal é uma das maiores economias do mundo, com grande mercado interno e uma capacidade de produção suficiente para abastecer o mercado mundial. A China, aliás, tem ocupado cada vez mais espaço na África, onde há Zonas Especiais Econômicas muito disputadas que lhe fornecem “foco dos metais”, “foco comercial” e “foco de transporte”. Então, o que os intelectuais chineses têm a nos dizer?

Sem dúvidas a China é uma ditadura, não tendo, consequentemente, eleições presidenciais. Mas também é certo que o Partido Comunista Chinês liberou discussões e pesquisas, limitadas, mas com liberdade, onde as decisões são tomadas por um governo receptivo ligado à lei e em prol das necessidades e preferências de seus cidadãos. A China se auto intitula uma ditadura consultiva de alta tecnologia.

Percebe-se no decorrer da leitura a existência de um debate de Direita vs. Esquerda, sendo que ambas as tendências enfrentam os problemas característicos de viverem sob o regime chinês.

Entre os neoliberais da Nova Direita temos Zhang Weiying. Em defesa do mercado idealizou a transição de “dual-track”, que marcou o modelo chinês. O propósito é deixar crescer um capitalismo fora e dentro do sistema socialista, permitindo sair de uma economia onde os preços são estabelecidos pelo governo e entrar em uma onde os preços são definidos pelo mercado. E isso deu certo, em especial comparando com exemplo russo. Entretanto não se sabe até onde vai o limite desse modelo.

Em prática desviaram de obstáculos ao invés de confrontá-los de imediato: deixaram o sistema socialista funcionando e o capitalismo crescer, tolerando híbridos que surgiram no processo. Ou melhor, começaram pelo mais fácil, que era deixar o mercado se desenvolver.

Esse gerenciamento laissez-faire adotado permitiu que a riqueza fosse dos ricos para os pobres organicamente em vez de distribui-la conscientemente, pois alguns precisam ficar ricos primeiro, segundo Deng Xiaoping. Ele diz que “quando o Sol nasce, ele primeiro brilha no leste. Ele não brilha no leste e no oeste ao mesmo tempo.”

Chen Liangyu, tomando partida do mesmo pensamento, definiu o credo da Nova Direita: “Desenvolvimento equilibrado não significa roubar dos ricos para dar aos pobres; roubar dos ricos para ajudar os pobres deixaria todos igualmente pobres, não igualmente ricos”.

Do outro lado temos a “Nova Esquerda”, que afirma que o modelo de desenvolvimento da China é insustentável, alegando que a quantidade de serviços e produtos que o mundo conseguirá comprar é limitada, surgindo um momento futuro em que a China deverá consumir mais daquilo que produz. Como consequência, a então potência precisará gastar mais e poupar menos.

Os esquerdistas dizem que a chave para o “Capitalismo Rio Amarelo” é uma filosofia de inovação, com finalidade de desenvolver empresas e instituições sociais que unam competição com cooperação. Cui Zhiyuan, baseado num modelo de economia do Alasca e a par das dívidas que as empresas possuem com o governo, quer que essas deem dividendos para o povo, e não para o próprio governo. 

Pan Wei, um conservador que pede para a China basear seu sistema político em Cingapura, se mostra em uma posição contra a democracia, afirmando que ela desperta três das mais dolorosas imagens da psique chinesa: o colapso da antiga União Soviética que se seguiu à democratização de Gorbachev; a “democracia popular” da Revolução Cultural da China; e o risco de uma Taiwan independente. Diz também que as eleições não resolverão nenhum dos problemas enfrentados pela China hoje, pois num sistema político que encoraja grupos a lutar por diferentes interesses e a tentar possuir o poder, os perdedores nunca aceitariam a situação, conhecendo a personalidade geral chinesa.

Defende, portanto, outra coisa no lugar: o estado de direito. Afirma que o estado de direito é responsável pela prosperidade ocidental. O poder da democracia está nos oficiais em que votamos (populismo), e o poder do estado de direito está em quem é eleito por exames de admissão e relatórios de desempenho, concluindo que democracia é dar o poder ao povo, mas o estado de direito é colocar limites nesse poder.

A China, sempre experimentando, faz uso de duas ideias para administrar-se e crescer: a Democracia incremental e a Ditadura com participação cidadã. A Democracia incremental é uma analogia com o modelo chinês de transição ao capitalismo. Ela inclui pequenos experimentos limitados de eleições para cargos de autoridade em vilas e municípios, onde as experiências consideradas mais bem-sucedidas recebem prêmios. A vila Buyun foi uma das ganhadoras de um prêmio, pelo líder municipal ter cumprido todas as promessas feitas durante a campanha eleitoral, utilizando-se de um relatório do progresso presentado para todos os moradores uma vez por ano.

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