RESUMO MACROECONOMIA ROMER
Por: camilacarmoh • 7/2/2019 • Trabalho acadêmico • 1.290 Palavras (6 Páginas) • 431 Visualizações
Disciplina: Macroeconomia I
Professor Luciano Nakabashi
Camila do Carmo Hermida
ROMER D. Keynesian Macroeconomics without the LM Curve. NBER Working Paper No. 7461, 2000.
Durante meio século a curva IS-LM tem sido utilizada como a principal ferramenta para o ensino e a prática de macroeconomia. Apesar das diversas críticas com relação ao modelo IS-LM, ele é ainda adotado como um poderoso instrumento para entender as flutuações macroeconômicas. Entretanto, mudanças recentes na economia criaram novas dificuldades para a adequação do modelo IS-LM. Romer propõe uma alternativa superior ao modelo IS-LM-AS para explicar melhor as flutuações de curto-prazo: o modelo IS-MP-IA, e justifica a escola deste modelo, apontando as vantagens em relação ao anterior
O principal pressuposto do modelo IS-MP-IA é que o banco central segue uma regra para a taxa real de juros, o que faz com o seu comportamento seja uma função de variáveis macroeconômicas como o produto e a inflação. Esta hipótese, segundo ele, é a primeira grande vantagem do novo modelo em relação àquele no qual o Banco Central determinava a oferta de moeda, pois os Bancos Centrais da maioria dos países industrializados se preocupam com a taxa real de juros, em detrimento da oferta monetária. Já que o principal objetivo dos formuladores de política econômica nestes países é atingir as metas de inflação, e de produto.
A segunda vantagem do modelo é que ele descreve a política monetária a partir da taxa real de juros, ao invés da taxa nominal de juros. Onde a taxa real de juros seria função apenas da inflação, r = r(Π). Isto implica um caráter mais real a análise já que, apesar dos bancos centrais usarem a taxa nominal de juros como instrumento de curto-prazo, eles levam em consideração as mudanças na inflação esperada, o que demonstra que, na verdade, estão decidindo quanto à taxa real de juros.
A terceira vantagem seria de que esta regra da taxa real de juros seria mais simples do que a curva LM, pois simplesmente considera a taxa real de juros uma função crescente da inflação. Se a inflação está alta na economia, a preocupação quanto a manter a meta da taxa de inflação leva o Banco Central a aumentar a taxa real de juros a fim de diminuir o produto e reduzir a inflação (e o contrário também). A quarta vantagem do modelo IS-MP-IA, é que a curva de demanda agregada relaciona inflação com o produto. Da mesma maneira que no modelo IS-LM, os movimentos das curvas IS e MP derivam curva AD, o que demonstra uma relação inversa entre a taxa de juros e o produto e, portanto, entre inflação e produto.
A quinta vantagem do modelo é que, na sua versão mais simples não existe simultaneidade. Em um determinado ponto a inflação é dada, o que implica que no curto-prazo a curva de oferta agregada é horizontal. A reta encontrada através da curva de oferta agregada é chamada de ajustamento da inflação (IA) e a intercessão da curva de demanda agregada com esta reta de ajustamento da inflação determina o nível de inflação e produto. A sexta vantagem é que o modelo possui uma dinâmica simples e realista capaz de descrever os movimentos das principais variáveis macroeconômicas, do choque até o equilíbrio de longo prazo.
Posteriormente, Romer demonstra as vantagens de adotar o modelo analisando o mercado monetário. Na abordagem MP, o conceito de moeda é o conceito de base monetária, o que não gera ambigüidades e seria a sétima vantagem do modelo. A oferta nominal de moeda não seria uma variável administrada pelo Banco Central, mas uma variável que ele manipularia a fim de fazer com que a taxa de juros se comporte de acordo aquilo que se espera. Uma oitava vantagem do modelo seria a possibilidade de incorporar mudanças endógenas na inflação esperada dentro da análise de demanda agregada.
Dentro de uma análise da economia aberta Romer aponta as últimas três vantagens do modelo. A nona vantagem é de que a mesma estrutura utilizada para analisar uma economia fechada poderia ser utilizada para economias que adotam taxas fixas e flutuantes de câmbio. No caso de taxas flutuantes, a análise demonstra a relação entre as exportações e a taxa de câmbio. No caso de taxas fixas, a análise mostra a mudança de reservas de moeda estrangeira do banco central, e quais políticas monetárias são possíveis.
A décima vantagem é que com a nova abordagem, é possível demonstrar como a taxa fixa de câmbio constrange a política monetária (PM) sem adotar a visão irrealista de que ela determina completamente a PM. A décima primeira e última vantagem apontada por Romer, é que a nova abordagem mostra a assimetria existente em um sistema de taxas fixas de câmbio: o banco central é livre para seguir políticas que criam reservas, mas até determinado ponto não pode perseguir políticas que possam levar a perda de reservas.
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